Capítulo 11

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Eu não acreditava que tinha feito aquilo mesmo, não era nenhuma puritana, mas me masturbar para um homem que eu mal conhecia e ainda pedir que ele fizesse o mesmo pra mim, era a coisa mais maluca e quente que eu já tinha feito.

Depois que tomei um longo banho, aproveitando a sensação gostosa de ter um orgasmo depois de todo aquele tempo, desci para tomar café, Julia já tinha deixado a garrafa de café cheia, e me julguem se eu não deveria estar tomando café por estar grávida, eu não conseguia ficar sem.

Comi dois pães com ovos e me sentei no sofá pescando meu celular para conferir se havia alguma mensagem, no fundo eu torcia para que tivesse alguma mensagem de Jack, qualquer comentário que fosse, mas não tinha nada ali.

Não consegui evitar a pontinha de desapontamento com isso, e foi inevitável não me questionar se ele tinha realmente gostado. Eu sei que era bobo, o homem não fingiu aquela ereção enorme, mas as inseguranças que colocaram dentro de mim decidiram dar o ar da graça.

Entrei no meu perfil ainda com meu pensamento fervendo de perguntas, mas todas ficaram em segundo plano quando eu vi a quantidade de notificação.

— O que é isso? — o instagram resolveu ter problemas ou minha conta tinha sido rackeada?

Mas quando entrei e comecei a passar por cada uma delas, vi que na havia nenhum erro, eram comentários e curtidas no vídeo que postei ontem antes de sair para o bar.

O numero de curtidas havia passado de dez mil e os comentários já estavam chegando a duzentos. Eu estava chocada em como um simples desabafo tinha atraído tantas pessoas, e pessoas que se identificavam percebi quando entrei nos comentários e vi que várias mulheres estavam contando suas histórias, ou enviando mensagens de apoio a todas que estavam passando por isso.

Eu abri a câmera do stories, decidida a gradecer a cada um.

— Bom dia gente, e quanta gente nova por aqui. Eu não esperava que o vídeo de ontem fosse render tantos comentários e visualizações, estou realmente chocada. Primeiro queria agradecer a todo mundo que curtiu, comentou e compartilhou, eu vou ler cada um deles e responder, mas antes queria vir aqui realmente agradecer.

Aquilo tinha feito minha manhã, como se ela já não tivesse começado de um jeito perfeito, graças ao meu vizinho tatuado. Eu ainda estava tendo alguns pensamentos sobre isso, mas agora estava com outra coisa na mente: todas aquelas pessoas para responder.

Comecei a fazer o almoço enquanto respondia alguns comentários e por sorte me lembrei de postar minhas “receitas”, eu não era em uma máster chefe, mas conseguia fazer algumas coisas bem gostosas modéstia a parte.

Eu perdi a noção da hora enquanto lia e respondia a cada comentário, estava tão imersa que quando meu celular tocou eu pulei no sofá.

O nome de Paulo piscava na tela, com uma foto de nós dois abraçados e nossa música tocando. Eu já deveria ter tirado aquilo há muito tempo, mas eu tinha me esquecido de apagar tudo o que me lembrava ele, mesmo que eu devesse depois de tudo o que ele tinha me dito.

— O que você quer? — atendi curta e grossa, não queria falar com ele, pois sabia que ia passar estresse e era a última coisa que queria na minha vida, especialmente hoje.

— Boa tarde pra você também. — a voz dele ainda mexia comigo e eu me sentia uma burra por isso. — E o que foi aquilo na internet ontem?

— Do que está falando?

— Você não está gravida de gêmeos, não é mesmo? — ele gritou como se a ideia fosse um completo absurdo. — Aquilo foi só conversa fiada pra conseguir atenção e conseguiu.

— Vai para o inferno, Paulo! — a última coisa que pensei quando o conheci, foi que o nosso casamento acabaria assim. — Você é uma pessoa que eu nem reconheço mais.

Respirei fundo fungando e tentando inutilmente não deixar que ele me abalasse

— O que? Vai chorar agora? Eu que deveria estar chorando eu que vou ter que te sustentar, mesmo você não sendo mais nada minha, vai ficar ai recebendo pensão e Deus me livre se forem dois realmente.

— Seu infeliz!

— Deveria ter feito o que te pedi, Alicia. Poderíamos estar juntos e felizes agora, mas você que causou isso, você que fez tudo isso com nós dois e eu nunca vou te perdoar por jogar fora tudo o que eu sonhei para nós. — ele falava como se aquilo fizesse algum sentindo, como se fosse algo normal de se dizer.

— Não me ligue mais seu cretino! — atirei o celular contra o sofá e explodi em lágrimas.

Como podia uma pessoa mudar tanto assim? Ele era um homem amável e carinhoso e agora parecia uma pessoa totalmente desconhecida, um monstro sem coração. Quando ele tinha se tornado aquilo e como eu não tinha percebido antes? Ele tinha ido ver meu vídeo e ligado apenas para ter certeza se eu estava grávida de gêmeos ou não e isso porque estava preocupado com a pensão? Que tipo de pessoa faz isso?

Uma sensação de sufocamento me atingiu e eu precisei correr para fora, em busca de ar. Meu coração parecia prestes a explodir e não importava o quanto eu chorasse ou respirasse fundo, o ar parecia não entrar em meus pulmões.

Eu me sentei na escada da varanda, com medo de que fosse cair e respirei ainda mais fundo. O ronco do motor que agora eu já reconhecia preencheu a rua e em poucos segundos eu ouvi a voz de Jack, me virei rapidamente tentando evitar que ele me visse daquele jeito, mas meu choro não cessava.

— Ei ei, linda. — antes mesmo que eu conseguisse me levantar ele já havia pulado a cerca e atravessado o gramado. — O que aconteceu, o que fizeram com você?

Seus braços fortes me envolveram e eu desabei, os soluços me tomaram e eu me senti mais ridícula ainda, por ter deixado Paulo acabar com o que devia ser um dia feliz.

Jack se sentou ao meu lado e me puxou para o seu colo, me ninando como se eu fosse um bebê e deixando que eu chorasse contra seu peito.

Segunda Chance - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora