Capítulo 52

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Estava na estrada há algumas horas, era bom novamente sentir novamente o vento forte rasgando, batendo no rosto de forma gelada. Eu sempre adorei pegar a estrada assim, passar dias viajando costumava ser minha coisa favorita, mas agora tudo o que eu queria era terminar logo essa viagem agora ter Alicia em meus braços novamente.

Parei em um posto para abastecer, falta apenas uma cidade para chegar a Santa Maria, amanhã no começo da tarde eu queria estar me declarando a Alicia.

Meu celular tocou e enquanto enchiam o tanque me afastei e atendi, sem nem mesmo olhar quem era.

— Alô?

— Alô menino, você não está em casa, mas sua amiga está com problemas. — afastei o celular da orelha só para ver se não era um trote e no visor estava escrito Dona Clarice, era minha vizinha da frente. — Tem duas viaturas agorinha lá na frente da casa dela, a médica dos bichinhos não me atendeu não, por isso te liguei, a coitadinha tá sozinha.

Desliguei sem nem mesmo agradecer, procurei pelo nome certo e apertei o botão de chamar. Demorou três toques até que Sean atendesse.

— E aí maninho...

— Onde você está? Aconteceu alguma coisa com a Júlia, a vizinha me ligou falando que tem duas viaturas lá. — cuspi tudo afobado e paguei rapidamente, já montando na moto novamente. — O que está acontecendo ai, Sean?

— Eu não sei, mas vou descobrir tudo e te aviso. Vou pra lá agora.

Ele encerrou a chamada e eu saí com a moto, ganhando novamente a estrada, mas dessa vez com outro destino em em mente: precisava ver minha Alicia e os bebês!

Dirigi ainda mais rápido e quanto mais perto ficava menos me importava com a prudência no trânsito. Eu sabia que estava dirigindo como um louco, mas as ruas da cidade estavam vazias a essa hora, passava os sinais vermelhos, costurava cortando caminho onde eu conhecia.

Quando meu celular tocou mais ou menos uma hora depois de ter falado com Sean, eu parei com o coração batendo sem controle no peito e li suas mensagens, ele explicou tudo sobre o que tinha acontecido naquela tarde, o ataque do ex marido dela, os policiais, a ida até a delegacia.

Eu estava me sentindo um merda depois de ler tudo aquilo. Vários "e se" passaram em minha mente, se eu tivesse resolvido minhas merdas antes, agora ela não estaria desprotegida; se eu não tivesse ido embora daquele jeito, mas sim ter ido atrás dela e lhe pedido perdão no dia da briga, Alicia não teria enfrentado aquele desgraçado. A lista era enorme e todas elas terminavam comigo sendo o culpado daquela merda ter acontecido com ela.

Minha preocupação só aumentava ao imaginar como isso poderia afetar os bebês, ela não deveria estar passando por esse tipo de estresse e trauma, podia acabar adiantando o parto e estava cedo de mais.

Queria que Alicia ficasse em paz, que tivesse uma gravidez relaxante e feliz, mas tudo o que tinha acontecido na sua vida desde que descobriu sobre a gravidez, foram coisas ruins e perdas.

Parei na frente de casa já correndo para dentro, não me importando com mais nada, eu só queria te Alicia em meus braços e me certificar de que ela estava bem.

— Onde ela está? — gritei entrando em casa. — Onde Alicia está? — perguntei novamente quando avistei Sean na sala.

— No banheiro lá em cima. — foi Júlia que respondeu vindo da cozinha.

Subi os degraus de dois em dois, correndo para alcançá-la o mais de pressa possível.

Joguei meus braços em volta do seu corpo macio, eu queria apertá-la até que entendesse que eu não poderia mais deixá-la, queria que ela soubesse o quanto senti sua falta e o nível do medo que me tomou com a ligação da vizinha.

Segunda Chance - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora