Capítulo 45

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Por incrível que pareça eu não tinha surtado após a ida da minha mãe, tinha se passado uma semana e sim eu fiquei triste e chorei, pois sabia que ela nunca tinha me amado e a única pessoa responsável por isso era ela mesma. Ela havia escolhido me detestar desde o dia em que descobriu que estava grávida e nada a fez mudar isso.

Mas eu não vou negar que ainda tinha esperança de que um dia ela olhasse para trás e visse tudo com outros olhos.

Júlia me explicou porque ela ficou gritando aquelas loucuras sobre Levi, ela tinha entrado na casa sem avisar, usando a chave que minha amiga insistia em deixar de baixo do tapete, e viu Levi sem camisa, mostrando todas as suas cicatrizes e foi por isso que minha amiga veio atrás dela.

Eu não a culpo por vir tirar satisfação ou por bater na minha mãe, Deus sabe que se ela fosse qualquer outra pessoa por quem eu não nutrisse nenhum sentimento, já teria dito poucas e boas.

Júlia sempre foi estourada, nunca teve papas nas línguas e o pavio dela é mais curto que dedo midinho de bebê, ainda mais quando ela ousa falar mal de uma pessoa que ela gosta.

Mas tudo se resolveu e Júlia conseguiu fazer com que o rompante da minha mãe, não fizesse Levi voltar a se esconder na concha.

— Está pronta? — a voz de Jack chega aos meus ouvidos me tirando do meus pensamentos. — Está tudo pronto lá em baixo.

Fui chamada para fazer uma publi das grandes dessa vez, de um creme de corpo novo no mercado e enquanto eu me maquiava, Jack arrumava tudo lá no jardim.

— Estou pronta.

Sai do quarto com seu olhar me queimando, ele não dava um descanso e eu adorava isso.

Estávamos mais unidos e não só no lado sexual da coisa, cada dia que passava eu nos via mais como casados do que como duas pessoas que começaram a morar junto da maneira mais louca possível.

Ele me compreendia, me ajudava no meu trabalho, dava uma força sempre que eu precisava e sabia os momentos certos de me deixar tentar por mim mesma.

Mas ainda tinha aquele segredo pairando sobre nós, eu não voltei a tocar no assunto da porta secreta e Jack muito menos. Eu queria paz e tranquilidade, coisa que estava difícil no último mês, por isso me recusava a tocar no assunto, mesmo que soubesse que ele estava lá, Isabella estava no nosso meio.

— Você está linda. — ele murmurou me fazendo sorrir e tentou me alcançar.

— Nem tente, vai borrar meu batom! — corri nos primeiros degraus da escada dentro de casa, querendo fugir dele. Mas o grito de horror dele me fez parar no meio.

— Não corra! Pelo amor de Deus, não corra Alicia! — a voz tomada por pavor e eu me virei para vê-lo com o rosto pálido e uma expressão desesperada no rosto.

Jack se segurou no corrimão e andou rápido até parar a minha frente, os olhos perdidos em algum ponto além de mim. A respiração dele estava descompassada, ofegante e eu levei minhas mãos ao seu rosto, querendo lhe passar algum conforto, alguma calma.

Mas o efeito que teve foi justamente ao contrário, ele pulou para trás, espantado com meu toque. Eu recuei minha mão, não entendendo todo aquele ataque de pânico por me ver correr nas escadas.

— Jack? — chamei e ele se sentou no de degrau. — Amor, eu estou aqui. Está tudo bem. — murmurei repetidas vezes, mas não obtive respostas. — Eu vou chamar o Sean.

Tirei meu celular do bolso no mesmo instante e apertei o botão direto para o número do amigo dele. Eu sabia que a essa hora ele provavelmente estaria trabalhando, mas não tinha ideia de com o que ele trabalhava, pois sempre conseguia vir ajudar.

Segunda Chance - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora