Capítulo 33

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Eu quase não dormi de tanta agitação, não vou mentir pois estava parecendo uma adolescente aprontando com a melhor amiga e ter Jack ao meu lado me incentivando estava sendo ainda melhor.

Tinha conversado por horas com Sean ontem, combinamos todos os detalhes. Segundo ele Levi não era realmente gay, minha desconfiança só aumentou, porque se ele fosse ótimo explicaria ter corrido da Júlia, mas ainda não explicava sua irritação com ela.

Agora se ele não era gay como os dois amigos admitiam, então eu estava mais perdida que cego em tiroteio.

Porque diacho um homem de quase trinta anos iria se esconder como um matuto do mato e mandar a garota se vestir, depois de ter dormido agarrado com ela?

Era o que eu pretendia descobrir nessa festa da cidade de Santa Maria!

E a surpresa não seria só pra Júlia e Levi, que Jack não desconfiasse, mas quando Sean me perguntou sobre o encontro dele com o sogro eu contei tudo. Foi aí que ele teve a brilhante ideia de contar a Hugo que estaríamos todos na festa da cidade, assim Jack não poderia fugir de rever o sobrinho.

Eu entendia como a culpa o corroía, mas já estava mais do que na hora dele se dar essa chance. A família não o culpava de nada, nem mesmo o garoto que sentia falta do tio.

Se esse era o passo que faltava para ele ser confrontado com a verdade e ver que ele pode ser feliz de novo, então eu ia empurrá-lo se fosse preciso. Sean não precisou nem dizer que essa coisa de "no seu tempo" não funcionava com Jack, eu já tinha me dado conta disso sozinha.

— Vem cá, tem certeza que não dá tempo da gente voltar pra cama e...

— Não! — gritei interrompendo o safado que não parava de enfiar a mão por baixo do meu vestido.

— Não precisa nem voltar pra cama! É só vc sentar aqui em cima de mim, aproveita que eu já estou nessa cadeira mulher.

Eu gargalhei, não conseguia nem ao menos gravar um storie passando maquiagem com ele ali perto.

— Jackson, seu médico falou pra pegar leve, ir devagar. Não acha que já fez o suficiente por ontem?

— Não! Porra com certeza não! — ele me olhava parecendo um adolescente revoltado e não um homem já crescido e de barba.

— Só você mesmo, vai acalmar esse fogo ou vou deixar que o Sean seja seu enfermeiro. — ameacei me voltando para o espelho e para o celular diante do seu silêncio.

Mas não durou muito, senti os dedos espetinhos tocando meu joelho e subindo para minha perna.

— Esse vestido está me matando! — ele sussurrou enquanto continuava seu caminho com a mão. — E se você só me deixar te tocar? Vai! Isso não se pode negar a uma pessoa que está doente.

Meu vestido era azul florido, tecido levinho perfeito para o calor que estava fazendo. O franzido no busto chamava ainda mais atenção para os meus seios e a saia folgada chegava bem no meio das minhas coxas.

Era delicado e romântico, um vestido levinho de verão com flores pequenas em um fundo azul claro.

Não entendia como Jack fazia parecer tão depravado.

Ele acariciou meu rosto, sua mão sendo pega pela câmera do celular e eu parei o vídeo na mesma hora. Tirar o som até dava arrancar a mão dele não.

— Tem certeza que você está doente? Com todo esse fogo aí acho difícil.

Jack aproximou o rosto e beijou meu ombro, então afastou meus cabelos de forma sutil subindo uma trilha de beijos por minha pele. Quando seus dedos se embrenharam em meu cabelos os puxando com uma certa brutalidade, não consegui conter um gemido baixo.

Segunda Chance - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora