Capítulo 54

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A coisa mais difícil que fiz foi sair da cama quentinha, com aquele corpo delicioso apertado contra o meu e deixar Alicia ali.
Como eu queria só ficar ali com ela o resto do dia e não me importar com mais nada.

Mas eu tinha uma pergunta muito importante para fazer a ela, e para isso eu precisava me livrar do passado completamente e começar do zero com ela, quando pedisse Alicia em casamento não queria nada do meu passado me segurando, me impedindo de ser totalmente feliz ao lado dela.

Eu sabia o quanto o dia de ontem a tinha abalado, ouvi seus sonhos perturbados e o nome daquele desgraçado ser sussurrado vez ou outra enquanto ela dormia.

Alicia podia tentar se fazer de durona, vestir uma máscara e fingir que tinha esquecido o que aconteceu, mas não era verdade, ela queria saber como o desgraçado havia descoberto sua casa.

Eu tinha minhas suspeitas, assim como desconfiava que ele não havia se dado por vencido, as palavras que ela me confidenciou que ele usou, com certeza o filho da puta iria voltar para pegá-la.
E era por isso que eu não deixaria Alicia sozinha nunca mais, enquanto não encontrassem o merdinha ele precisava de proteção.

— Ei, o que faz aqui tão cedo? — Hugo estava na frente da casa quando parei a moto.

O velho homem, que tinha me tratado como filho mesmo quando eu fui um bosta, estava regando as flores do seu jardim da frente.

— Vim conversar com você. Uma conversa que acredito que deveríamos ter tido há muito tempo.

— Imaginei que viria cedo ou tarde. — ele me deu um sorriso e desligou a mangueira. — Vamos tomar um café.

Desci da moto, deixando a estacionada ali e o segui para dentro da casa.
Passei pelo corredor e me lembrei das palavras de Alicia, sobre o mural na parede, meus olhos pararam nas fotos e mais fotos de Isabella e eu.

Eu me lembrava de cada momento em que aquelas fotos foram tiradas, e não conseguia evitar que meu coração se alegrasse.
Mas dessa vez, e podia dizer que era a primeira vez, eu não sentia culpa, ou a saudade rasgando o meu coração em dois. Não, dessa vez era apenas um sentimento bom de belas lembranças.

— Gosto muito de ter essas fotos aí, ajuda esse velho a lembrar de quando você era feliz, filho. — a voz de Hugo surgiu atrás de mim me trazendo de volta.

— Eu não tinha reparado antes acredita? Acho que estava ocupado de mais em sofrer por ela e esconder as fotos e lembranças, que não tinha visto essas fotos. — desviei meus olhos dos quadros para Hugo. — Alicia me contou sobre isso há alguns dias.

— Você finalmente contou tudo a ela?
— acenei concordando. — Finalmente, me perguntei por quanto tempo você ia continuar achando que ela não tinha descoberto nada, quando você era o único que não sabia.

— Você... Quando? — desde quando Hugo tinha conhecimento disso e aparentemente ele estava certo, eu era o único a acreditar que estava escondendo meu passado.

— Desde o dia em que invadi sua casa e a acusei de estar transando com você na cama que era da minha filha.

— O que? — questionei chocado, Alicia nunca tinha me dito nada sobre aquilo.

— Foi um mal entendido, eu estava nervoso, mas ela foi bem paciente em me explicar que era apenas uma vizinha. — ele deu um tapinha em meu ombro e tomou o caminho de volta para a cozinha. — Mais uma mentira de vocês dois, não é?

— Não, nessa época ainda não tinha ido pra cama com ela e também não seria na mesma cama que eu e sua filha compartilhamos. — expliquei o seguindo para a cozinha. — Tudo o que compartilhamos esta guardado, tudo o que pertencia a Isabella está trancado em um quarto. Foi assim que Alicia descobriu sobre ela, quando invadiu o quarto.

Segunda Chance - ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora