Cheguei em casa em tempo recorde, as viaturas e outros carros já estavam estacionados na porta, atrapalhando a entrada.
— Sean? — gritei entrando em casa empurrando a todos pelo caminho. — Cadê ela? Onde ela está, Sean?
— Irmão... Desculpa. — suas palavras partiram meu coração.
Uma socorrista terminava de fazer um curativo em sua cabeça. Júlia apareceu com o rosto banhado em lágrimas, Levi vinha atrás dela tentando consolá-la.
— Não, não, não! — repeti me negando a pensar o pior. — Que porra aconteceu aqui?
— Aquela maldita apareceu aqui, junto com o ex da Alicia, ele acertou Sean com um taco e imobilizaram ela com uma faca. — Julia correu até mim com o celular. — Ninguém sabia que tinha câmeras na minha casa, mas eu coloquei logo que me mudei pra cá, nunca imaginei que fosse precisar delas tanto assim.
As imagens a minha frente fizeram eu me odiar ainda mais, eu deveria ter ficado aqui, não devia ter saído sem ela.
Meu sangue gelou no instante que vi o filho da puta colocar uma faca contra o pescoço dela. Eu ia matar o desgraçado quando colocasse minhas mãos sobre ele.
— Pistas... que pistas tem?
— A placa do carro que usaram era fria, mas estamos usando a descrição do veículo e dos três para tentar localizar. — um dos policiais se pronunciou.
— Alicia está ficando conhecida na internet, as pessoas podem reconhece-la. — precisávamos usar todo o tipo de ajuda para encontra-la. — Não acha que deveríamos divulgar nas redes e em sites?
— Isso pode ser uma boa opção, mas estamos encarando o caso como um sequestro seguido de resgate.
— Resgate? — questionei confuso, afinal de onde a mãe dela ou o desgraçado teria tirado essa ideia?
— Acreditamos que o casal de sequestradores esteja atrás do dinheiro que a vítima vem ganhando.
Isso não fazia sentido, Alicia não estava ganhando tanto assim, na verdade estava bem longe de ser uma quantia que levasse a mãe dela a planejar um sequestro.
— Alguém já entrou em contato?
— Ainda não, mas estamos aguardando.
— Geralmente isso leva algumas horas até que os sequestradores entrem em contanto dando o valor da quantia. — uma policial falou com toda a calma do mundo.
Como se eu fosse ficar ali sentado esperando alguma coisa. Alicia estava grávida, de gêmeos ainda por cima, a última coisa que ela precisava era estresse e nervoso. Medo me tomava sempre que eu imaginava ela tendo alguma complicação ou adiantamento no parto graças ao que aqueles desgraçados estavam fazendo ela passar.
Sai da cozinha e fui até minha casa com pressa, de eu precisava de ajuda nesse sentido tinha uma pessoa para quem eu podia ligar.
— O que você está fazendo? — Sean entrou no meu quarto, mas continuei procurando os papéis certos.
— Sei bem que não estão atrás do dinheiro da Alicia, não faria o menor sentido.
— Acha que fizeram isso pelo seu dinheiro? Mas como descobririam isso? — eu também tinha me feito a mesma pergunta e chegado a conclusão nenhuma.
— Eu não sei, mas não vou ficar esperando esses policiais descobrirem o que devemos fazer. — confidenciei o que estava fazendo ali. — Vou pedir a ajuda de Brutos e dos Devil's, sei que vão agir de forma mais eficiente.
— E quando os capturarem? Vai fazer o que? — eu vinha tendo ideias assassinas desde o dia que ele entrou aqui a beijou e machucou seu lindo corpo, mas agora ele ia pagar por tudo o que vi naquele vídeo.
— Eu vou picotar o filho da puta com a mesma faca que ele colocou no pescoço dela! — rosnei as palavras que estavam entaladas dentro de mim desde o momento que vi a cena. — Vou ensinar a ele que não se mexe com a mulher dos outros.
— Cara, a Alicia pode não concordar com isso, ela nem conhece esse seu lado.
— Você sabe, uma vez Devil, sempre Devil! — respirei fundo pegando minha arma e colocando na cintura. — E ela queria me conhecer sem mais segredos, essa é a oportunidade perfeita dela conhecer esse lado meu.
Não demorou para que Brutos atendesse minha ligação e depois de uma resumida na história ele disse que estava a caminho.
Ia demorar até eles chegarem aqui eu sabia, mas era o tempo que o infeliz entraria em contato, até lá eu precisava cultivar o meu ódio e dar um jeito do banco liberar todo o dinheiro que eu pudesse precisar.
Estava sentado na sala de Júlia, alguns policiais conversavam no fundo da casa e as viaturas tinham sido dispensadas para não atrair tanta atenção. Queríamos deixar o casal de ratos, bem seguros de si, acreditando que a polícia não iria intervir, que ninguém faria nada e eu entregaria o dinheiro de bom grado.
Eu até faria isso, dinheiro não era nada comparado a ter Alicia e nossos filhos de volta. Mas aquele verme do ex-marido dela precisava aprender uma lição, entender que tudo o que se fazia tinha uma consequência e eu seria o acusador, o júri e o executor. Faria o desgraçado implorar para morrer.
Quando sai dessa vida deixei para trás todo o meu lado assassino, toda minha selvageria passou a se resumir ao cabelo, as tatuagens e a moto. Mas eu não tinha sangue de barata, e se já estava planejando dar um jeito nele antes, agora mais do que nunca ia encerrar a vida do maldito.
O celular tocou me tirando do meu devaneio, atraindo os policiais para dentro da sala, e eu atendi com pressa.
— Alicia? Amor, você está aí?
— Awnn, tão fofo esse infeliz chamando ela de amor. — a voz masculina soou do outro lado.
— Seu desgraçado, você é um homem morto! Morto! — gritei recebendo acenos negativos de cabeça e um tapa de Sean no braço para que ficasse quieto. — Onde está Alicia? O que você quer?
— Eu quero muitas coisas, mas no momento me contento com duzentos mil em dinheiro, em troca da vida de sua bela esposa.
— Preciso falar com ela, quero saber se ela está bem! — eu necessitava ganhar tempo e ouvir a voz dela, mesmo que apenas uma palavra, era a única coisa que me serviria de combustível para não sair atrás deles sozinho.
O silêncio reinou do outro lado antes que a respiração ruidosa invadisse a linha.
— Alicia? É você amor? — ela não falou nada, mas eu conseguia ouvir as fungadas do outro lado. — Vai dar tudo certo, você vai ver! Tudo vai ficar bem!
— Jack... — foi tudo o que ela disse, com a voz chorosa, antes que um barulho de tapa ressoasse.
— Você tem duas horas! Ou vou adorar arrancar os meus filhos dela na base da faca!
— Seu desgraçado! — a linha ficou muda no mesmo instante. — Rápido, conseguiram rastrear?
O policial começou a falar com o técnico que tinha colocado um cabo no meu celular, eles juraram que seria capaz de rastrear a ligação se ficassemos tempo o suficiente na linha.
— Não conseguimos a localização exata, o tempi não foi suficiente, mas já sabemos onde eles estão perto.
Olhei no mapa sabendo exatamente onde era aquela estrada. Os Devil's iriam passar exatamente alia caminho para cá.
Eu só precisava agir rápido e ligar para que eles chegassem antes da polícia. Confiava nos meus irmãos para fazer o serviço certo, sem nenhum dano colateral, sem que Alicia sofresse ainda mais.
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Segunda Chance - Concluído
RomantikAlicia sempre teve que lutar muito por tudo o que quis na vida, começando com seus estudos e um lugar de destaque no trabalho. Na vida amorosa não era diferente, depois de um divórcio conturbado com um marido abusivo, ela finalmente achou que tinha...