Eu usei todo meu para me concentrar em trabalhar, precisava do dinheiro assim como necessitava me distrair para não pensar em Jack.
Graças aos céus eu tinha trabalho suficiente para me manter ocupada. Depois que Sean foi embora eu e Júlia conversamos, mesmo que Jack tenha prometido voltar eu não podia ficar parada esperando por ele, tinha dois filhos a caminho que dependiam inteiramente de mim.
Estava fotografando uma lingerie e aproveitei para mostrar o conjunto de renda, com bojo e de tamanho grande em meus stories, comprovando as minhas seguidoras que a marca realmente cumpria tudo o que prometia, conforto, sensualidade e tamanhos para todos os corpos, quando a campainha tocou.
— Merda! — praguejei me perguntando quem poderia ser.
Todos que conheciam Júlia sabiam que ela estava no trabalho a essa hora e eu não estava esperando ninguém oh nenhuma encomenda.
Mas coloquei o camisetão por cima e desci as escadas, com pressa, mas me mantendo focada em não correr.
Foi só eu abrir a porta para o meu mundo sacudir, senti quase como se estivesse tendo um terremoto na cidade, precisei me segurar no batente para não cair.
— Você é mesmo de tirar o fôlego, quase me esqueci. — ele falou mostrando o celular com meus stories de alguns segundos atrás. — Ei amor, você está bem? — Paulo envolveu meu corpo com um braço e me puxando para perto de si.
Seu perfume cítrico invadiu minhas narinas me dando uma onda de ânsia. Coloquei as mãos em seu peito tentando empurrá-lo para longe, enquanto um milhão de perguntas rondavam minha mente.
O que ele estava fazendo ali? Como sabia onde me encontrar? O que meu ex-marido queria indo até ali?
— O que você... — levei as mãos a boca tentando controlar meu vômito.
— Calma linda, vamos entrar. — ele falou empurrando ainda mais a porta e passando junto comigo, antes de desvencilhar do meu corpo e voltar para fora. — Aposto que são nossos bebês que estão aí fazendo você ficar com essa cara pálida.
Nossos... Bebês? De onde tinha vindo aquela merda e a cara feliz, com um sorriso largo?
— Não são os MEUS filhos que estão me deixando enjoada e sim esse seu perfume nojento. — rosnei dando ênfase na palavra "meus", deixando bem claro que aqueles bebês estavam longe de ser deles depois do que você falou.
Ele se virou para dentro da casa arrastando uma mala, como se fosse a coisa mais natural do mundo ele aparecer depois de quase cinco meses sem nós vermos.
— Onde pensa que vai com essa mala? Não sei o que pensa que está fazendo aqui, mas não vai ficar, você pode sair pelo mesmo lugar que entrou, Paulo! — esbravejei batendo o pé e apontando para a porta.
— O que isso amor? Isso lá é jeito de tratar seu marido?
— Ex-marido, já dei entrada nos papéis e assinei a droga do divórcio. Se você não fez o mesmo é problema seu, não meu, não sou mais casada!
Ele entrou ainda mais e bateu a porta, não se intimidou com minhas ordens para que fosse embora e caminhou até parar a minha frente. Suas mãos subiram para o meu rosto e eu me controlei para não socar sua cara.
— Nós somos casados, benzinho. E vamos continuar sendo um casal feliz. — ele passou o polegar sobre meus lábios e a bile aumentou ainda mais. — Você vai voltar comigo para o nosso apartamento, onde vamos criar nossos filhos.
Ele grudou os lábios sobre os meus apertando os braços em mim e eu me debati, tentando me soltar de seu aperto.
— Acha mesmo que vai ficar com outro homem e criar meus filhos? Nem por cima do meu cadáver.
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Segunda Chance - Concluído
RomansaAlicia sempre teve que lutar muito por tudo o que quis na vida, começando com seus estudos e um lugar de destaque no trabalho. Na vida amorosa não era diferente, depois de um divórcio conturbado com um marido abusivo, ela finalmente achou que tinha...