Quatro anos atrás...
— Nini, já não combinamos que você não pode dormir com fones de ouvido? — ouço minha mãe quando ela tira os fones de minha cabeça e a sinto sentar em minha cama. — E se eu tivesse saído sem vir falar com você hoje, uh? Iria perder aula?
Abro os olhos e um sorriso, quando sinto sua mão gelada em meu rosto.
"Seria tão ruim assim?"
Minha mãe sorri de volta, mas vejo sua expressão mudar para preocupação quando pergunta usando suas palavras e a comunicação por libras:
— Oh, não! De novo? Evans! — ela o chama, mas antes que se levante da cama, seguro seu antebraço.
— Eu estou bem — afirmo, me sentando na cama, pegando meus óculos da mesa ao lado da cabeceira e os colocando.
Ela respira aliviada e segura meu rosto com as duas mãos.
— Graças aos céus. Anda, levante-se, seu café da manhã já está pronto — pede enquanto me puxa da cama para levantar e eu a obedeço.
Desligo a música que ainda estava tocando e começo a me preparar para o dia de aula, terminando ao juntar os retângulos coloridos que estão jogados pela cama e que usei ontem à noite para estudar para o teste de estatística, e os jogando de qualquer jeito na mochila.
Hoje teria uma prova para o qual tinha tentado estudar, mas que sentia dificuldade para absorver o conteúdo.
— Estou finalizando a exposição de dezembro e planejando a de janeiro, mas estarei aqui para o natal — minha mãe me informa enquanto como. — E como ainda não terminei, vou chegar tarde hoje também, mas Evans vai receber alguns amigos e eu realmente gostaria que você se comportasse enquanto não estou aqui...
"Okay, vou ficar fora até tarde, entendi" — é o que digo encarando seus olhos azuis.
— Não pode ficar fora até depois das dez, Nini — ela me repreende, puxando minha orelha levemente. — Se fizer isso novamente, vou pedir para que Germaine te mantenha em uma cela e só irei busca-la no outro dia para leva-la à escola.
Mordo a língua para evitar lhe dizer que não isso não seria nada novo para mim.
"Não quero ficar na companhia de Evans e de seus amigos babacas" — reclamo, perdendo a fome.
— Não precisa fazer nada, só seja sociável e cumprimente as pessoas. Se ele precisar de ajuda, seja gentil e depois vá para a cama antes das dez — ela pede, sentando ao meu lado. — Por favor? Por mim?
O que eu não faria por ela? Aceno e meus ombros caem em derrota, mas antes que possa me levantar para sair, ela me para:
— Te trouxe um presente — anuncia, colocando um embrulho retangular azul-bebê com um laço branco.
Sorrio e pego o embrulho, o abrindo ao mesmo tempo em que ela põe seus braços ao meu redor e me abraça, beijando o topo de minha cabeça e tentando ajeitar meu cabelo.
Uma caneta de escrita em gel desliza em minhas mãos. Posso ver a tinta preta mesmo dentro do tubo colorido e na tampa, pendurados por uma pequena corrente, existe uma figura de uma borboleta e um minúsculo pote de glitter que também são azuis.
Levanto o rosto para lhe dar um beijo na bochecha em agradecimento e me levanto da cadeira, guardando a caneta dentro do meu estojo na mochila.
— Vamos, você já está atrasada o suficiente — ela chama, pondo o braço ao meu redor.
— Não precisa me levar, posso ir--
— Dominique, não. Estamos no inverno e é perigoso. Venha, vou levar você até a escola.
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Runaway - A DEVIL'S NIGHT FANFICTION (PTBR + ENG)
RomancePT: NINI Eu estava em maus lençóis. Voltar para Thunder Bay não era seguro e eu sabia disso. Tinha ido embora há quatro anos e agora, de repente, estava sendo obrigada a voltar, mas dessa vez, para onde sempre fui proibida de ir. Eu sabia que eles...
