Runaway - A DEVIL'S NIGHT FANFICTION (PTBR + ENG)

Capítulo 43 - Ivar

Quatro anos atrás...

É madrugada de sábado e sei que estava sonhando, pois eu estava olhando para uma Nini com roupas de banho, mostrando mais pele do que já tinha visto e isso era algo que nunca acontecia, mesmo assim me recuso a abrir os olhos.

A não ser quando entrei em seu quarto quando ela estava dormindo e vi suas pernas com os machucados expostos, Nini nunca deixava muito de seu corpo a mostra e hoje em dia, já sabia exatamente o porquê.

Portanto, estar ao lado de Nini aproveitando um dia na praia e sem o menor medo de alguém nos ver em público, significava que eu estava bem distante da realidade.

Tateio por debaixo de meu travesseiro em busca da razão pelo qual acordei e prometo a mim mesmo que se essa for uma mensagem de Mads, irei dedurá-lo para tio Kai mais uma vez e ele retornará a ter suas horas de sono acompanhadas por seus pais.

Está acordado?

Consigo ler quando meus olhos focam e vejo que é uma mensagem de Nini.

Sim, estava jogando videogame — minto.

Se eu te pedir para revelar um segredo para mim em troca de um segredo meu, você revelaria?

Os cantos dos meus lábios torcem em um sorriso acompanhado de um bocejo e apoio meus cotovelos no colchão para responde-la.

Depende.

De quê?

Qual seria o tamanho do segredo que você me revelaria.

Recebo a reação de uma figura que revira os olhos para mim e meu sorriso fica ainda maior, me despertando.

O que você quer saber?

Como faz para que o carrinho comece a andar pelos trilhos?

Franzo o cenho, estranhando.

É nisso que está pensando a essa hora?

Nini demora para me responder e me sento na cama, com uma pergunta em minha mente que logo digito:

Onde você está?

Continuo sem resposta durante um tempo, por isso, me levanto, desconfiado e troco de roupa rapidamente.

Realmente não vai responder como eles ligam? — diz a mensagem que recebo.

Nini, onde você está? — pergunto novamente, ficando em estado de alerta.

Ao meu lado, Gunnar ronca baixo em seu sono profundo.

Na parada próxima a minha casa. Não quero voltar lá agora — ela responde finalmente.

Estou indo até você.

Não espero que ela me responda e começo a me mover pela casa. Passa de uma hora da manhã e o silêncio é absoluto, mas apesar de sentir meu coração acelerado pelo medo de ser pego e ter que voltar para cama, me movendo de meias e evitando a todo custo as tábuas que fazem barulho, consigo ir para o andar debaixo.

Escolho sair pela porta da cozinha e pego meu skate na entrada da oficina de meu pai, considerando por um momento ir em busca de sua máscara, mas escolhendo me apressar por me sentir aflito, sem saber o que poderia ter acontecido para que Nini tivesse saído de casa no meio da noite.

Quando finalmente a encontro, travando o carrinho e estacionando em frente ao seu, ela está com seus fones de ouvido, sentada com os joelhos para cima e abraçada ao boneco que lhe dei. Está de olhos fechados, mas seus dedos se movimentam ritmadamente, o que me diz que está acordada. Por um momento, considero assusta-la, mas travo quando penso que isso poderia ser uma péssima ideia, por isso, apenas toco em sua mão e rapidamente pulo para dentro do carrinho, sentando em sua frente.