Capítulo 45 - Nini

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Uma mensagem da autora:

O luto é uma merda.
Hoje pela manhã eu acordei e me senti inquieta. Tentei ficar no ig. Não consegui. Coloquei uma música temática que combinasse com o livro que estou lendo e peguei o livro, mas também não consegui ler. Me senti péssima. Quis fugir. Considerei o que fazer e acabei lembrando dessa fanfic. Sem intenção de fazer piada com o título.
Não achei que conseguiria, mas encontrei o caminho para concluir um capítulo inteiro rapidamente. E sinto muito por este ser um capítulo horrível (nossa garota, Nini, não merece nada disso), mas aqui estou postando para vocês.Não tenho a menor ideia de quando vou começar (nem terminar!) um próximo capítulo, mas espero que ainda exista alguém por aqui.
Tendo ou não, aqui vai:


Quatro anos atrás...

O cheiro de bacon me acorda, ao mesmo tempo que sinto minha barriga fazer um barulho audível e doer. Me contorço no sofá, mas faço o possível para não demonstrar o quanto estou desconfortável e minhas costas doem.

— Oh, já está acordada? Eu trouxe café da manhã para você, Dominini — Germaine anuncia, logo depois de tirar o coldre e a arma que provavelmente não serviria nem se ele precisasse.

— Obrigada — agradeço, me levantando e indo até a pequena e velha mesa de madeira que tem apenas uma cadeira com a perna manca e apoiada em uma enciclopédia.

Na última noite, quando tentei me aproximar de minha casa, parei para observar da abertura que a cortina da sala me dava. Ali, prendendo minha respiração e sentindo meu coração apertar, pude ver minha mãe seminua, vestindo uma de suas camisolas de seda e renda, deixada de qualquer jeito no sofá. Seus olhos estavam fechados, um de seus braços pendia para fora do sofá e pela primeira vez, ao invés de vê-la como a dama delicada que sempre tinha enxergado, eu via uma criatura franzina, com veias que transpareciam pela pele frágil.

Uma imagem que dificilmente conseguirei esquecer e que me assustou tanto que não tive coragem de entrar em casa e ajudá-la, por isso, saí correndo até chegar ali.

A casa de Germaine foi o local para onde resolvi vir assim que saí de perto de Ivarsen.

Porém, não consegui contar para Germaine o que tinha me levado até ali, deixando que ele chegasse à conclusão de que eu apenas tinha tido uma briga com minha mãe e que tinha ido me esconder em sua casa.

— Eu vi Claire na cidade agora pela manhã. Criança, ela parecia tão preocupada...

Mordo a parte de dentro de minha bochecha, mas me mantenho em silêncio, observando minhas próprias mãos, enquanto ele descarrega as sacolas de papel que trouxe em cima da mesa.

— Hm... essa caixa tinha espaço para mais 2 donuts — comento na tentativa de disfarçar. — Sabe que não deveria sequer chegar perto dessas coisas, não é?

— Meu médico me parabenizou no último exame — ele aceita a distração colocando suas mãos em seu cinto. — E estou velho demais para me negar esses pequenos prazeres por causa da diabetes. Tenho certeza de que não morrerei por ter comido um donut a mais. E não se preocupe, pois deixei os mais gostosos e recheados com geleia para você.

— Obrigada, Germaine — agradeço com um suspiro, começando a me servir em um dos poucos pratos que a casa possui.

— Também há um saco contendo um sanduíche com seu nome — ele comenta, apontando e ainda deixando que eu me sirva primeiro.

— Nossa, como espera que eu queira voltar para casa quando sou tratada como a princesa de Thunder Bay por aqui? — brinco dando de ombros.

Porém, me arrependo no mesmo momento, pois meu comentário toma o rumo que eu estava evitando.

Runaway - A DEVIL'S NIGHT FANFICTION (PTBR + ENG)Where stories live. Discover now