Capítulo 18 - Ivar

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Quatro anos atrás...

Nossa, eu realmente odiava esse cara.

O professor se mantém nos encarando como se nós tivéssemos sido flagrados com drogas e um arsenal de armas, de braços cruzados e aguardando a resposta de Nini.

— Desculpe, eu estava... devolvendo as roupas que peguei emprestado — ela assume, envergonhada. — Consertei a maioria dos furos e rasgões.

— Pegou emprestado sem autorização, você quer dizer — ele a corrige e dá um passo para frente ao mesmo tempo em que eu dou um para o lado, começando a me colocar na frente dela. — Você furtou peças do clube de teatro que pertencem à escola, Nini!

Ela prende o lábio inferior, tentando não fazer um beicinho.

— Eu sei, sinto muito. Deveria ter pedido antes.

— Deveria mesmo! — ele exclama. — Não foi para isso que lhe dei uma chave do teatro.

— Eu sei...

— E se tivesse me pedido, eu teria te dado autorização e teria te ajudado com isso!

Nini não repete mais um "eu sei" e fica em silêncio, apenas ouvindo.

— Achei que fôssemos amigos, mas isso é uma quebra da confiança que eu tinha em você — ele continua a repreendendo e ignorando minha existência.

— Ela já disse que sente muito — digo, cruzando meus braços e imitando sua posição.

— Ivar...

— E ela estava devolvendo as roupas — continuo. — Ela precisou apenas por um dia, consertou o que usou antes mesmo de usar e está as devolvendo em melhor estado do que pegou. Ela tem ajudado bastante com tudo por aqui, não acha que ela merece algum crédito por isso?

— E o que o senhor está fazendo aqui, sr. Torrance? — ele pergunta, estreitando os olhos.

— Vim fazer companhia a ela. Sabe como é, nunca se sabe o pervertido que pode estar a observando — comento, o imitando novamente e estreitando meus olhos para ele.

— Claire sabe onde você está, Nini? — ele volta a perguntar a ela e me ignorar.

— Ela... ela não está em casa — Nini responde baixinho.

— Evans não vai gostar de ver você chegando tão tarde em casa — ele continua em tom de ameaça.

Ela – que sempre parece estar a um susto de sair correndo – parece querer um buraco para se esconder naquele momento.

— Ele também não está em casa — assume.

— Você está sozinha? — ele pergunta, levantando as sobrancelhas.

Ela dá um aceno, sem encarar nenhum de nós dois.

— Bem, então acredito que seja melhor leva-la para casa e garantir que fique segura até que seus pais estejam de volta — ele afirma e caminha até nós, mas quando põe a mão no ombro de Nini, eu me coloco entre os dois novamente.

— Eu posso leva-la. Já estava lhe fazendo companhia — enfatizo, porque nem morto vou deixar esse idiota levar Nini para casa.

— Você é só uma criança, sr. Torrance — ele diz, mas solta o ombro de Nini mesmo assim. — Tenho certeza que Nini se sentirá mais segura na presença de um adulto e posso verificar a casa que ela deixou sozinha durante toda a noite enquanto estava por aí.

Sinto a mão de Nini pegar a minha, e apesar de gelada e suada, ela se move para o lado para falar:

— Não se preocupe, prof. Forester. Conheço alguns policiais da cidade e vou pedir a Ivar para me acompanhar até a delegacia. De lá, peço carona à um deles e vou para casa em segurança — ela afirma. — Tenho certeza que até mesmo posso pedir para que alguém passe a noite fazendo rondas ali perto.

Runaway - A DEVIL'S NIGHT FANFICTION (PTBR + ENG)Where stories live. Discover now