Runaway - A DEVIL'S NIGHT FANFICTION (PTBR + ENG)

Capítulo 42 - Nini

Boa noite, pessoal 

Essa semana, uma de vocês veio conversar comigo e fiquei com uma sensação tão boa que me peguei pensando que no momento, essa fanfic é a única coisa que escrevi e que me traz alguma paz.Imagino que vocês já saibam, eu sou escritora e tenho alguns livros publicados, mas desde 2022 que não conseguia ver uma razão para continuar com meus originais.Isso obviamente só piorou com a morte do meu namorado, então esse recado é basicamente mais um para agradecer à todas vocês pelo suporte e pela compreensão que vocês tem oferecido.Obrigada por cada comentário e cada mensagem desde que comecei a publicar Runaway. 

Obrigada por ainda estarem aqui.

🖤

Dias atuais...

Me agarro ao autocontrole que ainda me resta enquanto escuto o sermão do diretor, mas me recuso a responde-lo. Sei que se chegasse a fazer isso, não conseguiria me controlar e começaria a chorar, por isso, continuo focando meus olhos em minhas palmas machucadas e meu punho dolorido.

Quando ouvimos uma batida na porta, eu levanto minha cabeça esperando ver Emory ou Will, mas me surpreendo quando Banks entra na sala com uma expressão zangada em seu rosto e me encolho em meu lugar.

Era óbvio que Mads se sentiria confortável para chamar sua mãe e não meus responsáveis em uma situação assim, e mais óbvio ainda que ele não conseguia perceber que sua mãe me desaprovava por completo. Para ela, provavelmente, eu era uma adolescente irresponsável que sempre agia sem pensar e, a tirar pelas situações em que nos encontrávamos, eu não podia culpá-la por isso.

— Senhora Mori, — o diretor a cumprimenta — não estávamos esperando--

— Eu sei, mas quando meu filho me ligou, contando sobre o que aconteceu, pude ver que isso não é algo que deva ser discutido apenas entre os responsáveis de Nini e a escola, diretor Kincaid — ela o interrompe, se aproximando da mesa e se colocando atrás de mim. — O que está acontecendo é algo que diz respeito a toda a comunidade e ao nosso país.

Franzo o cenho e viro para encara-la, mas ela coloca sua mão em meu ombro e continua focada no homem em nossa frente, que agora exibe a mesma expressão que eu.

— O que quer dizer--Como assim? O que exatamente diz respeito ao país? — ele a indaga.

— O julgamento que Nini Grayson está sofrendo por estar grávida e a repercussão que isso está causando, assim também como a forma como isso está sendo tratado — ela afirma.

O diretor passa por nós e senta em sua cadeira novamente, mas dessa vez parece nem sequer saber o que dizer, por isso, Banks segue:

— É absurdo que depois de tantos anos, um caso como esse ainda aconteça. Nini é uma adolescente que com o apoio de sua família, resolveu levar em frente sua gravidez e por causa disso está sendo julgada, como se tivesse que escolher entre dar continuidade aos seus estudos ou se tornar mãe.

Minha boca se abre, mas não consigo falar ou acrescentar nada e não que seja necessário, pois nos minutos seguintes, Banks inicia um monólogo, dando praticamente uma palestra sobre minha situação, onde só consigo observar toda sua desenvoltura e a forma com que consegue se expressar, que junto ao seu rosto, faz com que o diretor Kincaid gagueje até mesmo ao se despedir de nós, enquanto promete que não tolerará nenhuma forma de preconceito sobre minha situação e que eu terei todo o apoio da escola que precisar.

Ignorando completamente as duas agressões que me levaram até ali.

— Mads já voltou para a sala de aula — ela comenta, quando me vê o procurando pela recepção.