Runaway - A DEVIL'S NIGHT FANFICTION (PTBR + ENG)

Capítulo 19 - Nini

Dias atuais...

— Okay, tudo pronto. Vocês estão preparados? — pergunto para a fila que se estende em minha frente, me sentindo mais ansiosa que eles.

— Sim! — Indie, Finn e Sec respondem em uníssono.

— Podem subir — autorizo e a fila se move escada acima, comigo os guiando, Emory e Will logo atrás.

É sexta-feira e eu passei a semana inteira redecorando meu quarto, tendo ajuda dos dois para comprar material e equipamento, mas escolhendo fazer isso sozinha. Tinha muita coisa em mente e essa era minha melhor forma de decidir o que fazer.

Fazia anos desde que não pintava nada assim e nunca tive a oportunidade de fazer isso em uma parede, mas sabia que tinha me esforçado e estava satisfeita com meu trabalho. Não chegava nem aos pés original, mas eu não estava mirando tão longe assim.

— Vendas, por favor — peço e cada um deles cobre os olhos com uma máscara, uma bandana ou no caso de Sec, tira os óculos e eu coloco uma de minhas mãos em seus olhos. — Só tirem a venda quando eu mandar, okay?

Quando abro a porta, dou início a uma versão instrumental de Somewhere Only We Know com meu celular e a música ecoa pela caixa de som que instalei, ao mesmo tempo em que entro com os cinco, os deixando em frente à parede.

— Podem tirar — autorizo e dou um passo para trás, me afastando de Sec.

O quarto então se enche de expressões surpresas e eu ponho minhas mãos para trás, os observando enquanto olham ao redor para a minha tentativa de reproduzir As Oliveiras misturando arte moderna e realismo.

— Jesus, Nini! — Will exclama, enquanto Emory se aproxima da parede. — Você fez isso?

— Tecnicamente, Vicent Van Gogh fez isso — corrijo. — Eu só tentei copiar o quadro e tornar o quarto uma extensão dele.

— O pintor maluco que cortou as orelhas? — ele pergunta, sem reconhecer a pintura.

— Pai, olha as luzes — Indie comenta, apontando para as luzes que pendurei ao longo do quarto enquanto Finn fica absorta com a cama e o enorme espelho que reflete o espaço.

— Isso está incrível! Você fez isso em uma semana? — Emory pergunta e eu vou até ela.

— As tintas fluorescentes serviram para isso, para quando eu ligasse a luz azul, elas vibrassem ainda mais forte e deixassem tudo mais realista.

— Funcionou — ela afirma e estende a mão, mas abaixa. — Me desculpe, posso tocar?

— Claro, é uma parede! — brinco, eu mesma estendendo a mão e a tocando.

— Eu não conhecia essa pintura — Will conta, se aproximando de nós, com Sec ao seu lado abismado pela tinta neon que reflete no quarto, também querendo passar suas mãos pela pintura brilhante.

— A maioria das pessoas conhece apenas alguns dos quadros dele, normalmente o mais famoso, Noite Estrelada, que apesar de ser um dos meus favoritos, não é o único — explico.

— Ele também pintou um autorretrato com a cabeça enfaixada, não foi? — ele lembra, me perguntando.

— Sim, — respondo, dando um suspiro — é uma infelicidade que as pessoas conheçam tão pouco do seu trabalho.

— É, eu realmente não conheço muito, quer dizer, uns quadros, o rosto e a coisa da orelha, não é isso?

Dou um aceno.

— É o que a maioria sabe. Um quadro conhecido, um rosto e alguns atos idiotas por causa de sua doença acabaram determinando uma carreira inteira — comento, incomodada. — O que acho injusto, quer dizer, pode imaginar se toda sua vida fosse reduzida há apenas um trabalho e um feito irresponsável quando, na verdade, existem mais de 1931 outras coisas que você fez?