Runaway - A DEVIL'S NIGHT FANFICTION (PTBR + ENG)

Capítulo 21 - Nini

Passando para avisar antes mesmo do capítulo começar que: Esta é uma fanfic de um dark romance. E como em todo dark romance, existem algumas cenas que nós sabemos que são bem escrotas na vida real. Existem algumas ações (como a que a protagonista resolve tomar) que eu mesma, como pessoa e não como escritora, discordo e não faria sob hipótese alguma.Dito isso, desejo a vocês uma boa leitura e fiquem a vontade para dar sua opnião - eu amo responder os comentários.

🖤

Dias atuais...

Quando cheguei em Saint-Denis, não conseguia me comunicar, estava mentalmente fragilizada e tinha apenas minha mãe falando por mim. As pessoas foram gradualmente obtendo uma imagem completamente errada de quem eu era. Primeiro, elas estranhavam a desconhecida americana que tinha ido parar ali, depois descobriam sobre o que eu tinha feito para ser trazida para lá e vinha o medo, mas após perceberem que eu não reagia e tentava ser invisível na maior parte do tempo, vinha a curiosidade. A vontade de testar meus limites, de saber se minha reputação tinha alguma procedência...

Por isso, eu fui testada. E levou vários tropeções, empurrões, furtos dos meus pertences, atividades e trabalhos estragados para que eu entendesse que não havia outra forma de me livrar disso que não fosse revidando.

Contudo, eu não queria perder meu tempo rebatendo e fazendo disso uma eterna Guerra dos Cem Anos, onde elas faziam um movimento e eu outro, portanto, tratei de calcular minhas ações, para que deixassem marcas. Para que soubessem que deveriam me deixar em paz.

E quando terminei, elas não só voltaram a ter medo de mim, como também me respeitavam e sabiam que deveriam pensar duas vezes antes de dizer meu nome.

Esse era meu plano para algumas pessoas de Thunder Bay.

De certa forma, era até irônico que Ivarsen estivesse com medo do que eu faria, quando o tempo todo em que planejei e me vinguei das garotas em Saint-Denis tive ele e Mads como inspiração. Estava sozinha, mas pensava no que os dois fariam se estivessem ali e como me ajudariam se pudessem.

E agora, eu tinha a ajuda de Mads, mas não sabia até que ponto Ivarsen seria um aliado ou alguém que me atrapalharia. De qualquer forma, o que eu realmente não queria, era que isso atrapalhasse nosso relacionamento e por causa disso, o manteria no escuro pelo tempo que conseguisse.

— Eu realmente quero acreditar que Paige e Jenny passarem mal e não conseguirem participar da apresentação foi uma coincidência, mas algo me diz que não — ele comenta, sentando ao meu lado no último banco.

— O que está fazendo aqui? — pergunto, olhando ao redor, mas os jogadores estão eufóricos com a vitória que tiveram e as meninas, animadas com o aniversário de Beth.

Ele se encosta no banco e estica as pernas, está vestindo jeans e a jaqueta que os meninos do time de basquete usam, que tem uma paleta horrível assim como o uniforme, mas que de alguma forma ele faz com que pareça descolado. Partindo do princípio que ele sempre parecia se destacar, eu acreditava que isso nada tinha a ver com o que ele vestia, mas sim com esses malditos olhos azuis que agora me encaravam com um brilho curioso no olhar.

— Eu? Só vim relembrar os velhos tempos — ele me responde tentando parecer inocente. — Você me beijou pela primeira vez em um ônibus exatamente como esse, você lembra?

Sorrio, mas viro o rosto para a janela, lembrando de nossa primeira visita ao museu, quando ele revelou que estava aprendendo libras por mim e no mesmo dia decidiu que eu seria sua namorada.

— Por que nós éramos tão melhores em disfarçar antes? — resmungo, com um suspiro pesado.

Passei as últimas horas fugindo de qualquer olhar ou conversa com Will desde que ele tinha nos flagrado no carro de Ivarsen ontem à noite, e só de lembrar o que ele podia ter visto, ainda sentia minhas bochechas esquentarem.