Runaway - A DEVIL'S NIGHT FANFICTION (PTBR + ENG)

Capítulo 9 - Nini

Aviso de gatilho:
Como já colocado anteriormente, esta fanfic possui gatilhos de agressão física e verbal além de alguns outros.
Caso se sinta mal, por favor, pare de ler.
A protagonista que criei no mundo de Devil's Night passa por alguns tipos de abuso e pode ser que você se sinta mal por Nini, então eu precisava avisar vocês sobre isso.

Por último, deixo claro que comentários são bem-vindos e mensagens também.

Quatro anos atrás...

Eu sabia o que estava por vir. Quando vi que as luzes da sala de jantar estavam apagadas, sabia que a reunião de Evans já tinha terminado e que seus amigos já tinham ido embora. Tinha uma ideia do que aconteceria quando me despedi de Ivar e por isso queria mantê-lo afastado, mas ao mesmo tempo, tive que resistir ao quanto queria abraça-lo e pedi-lo para ficar ou para me levar embora novamente. Eu daria tudo para voltar para aquele carrinho e para aquela linha subterrânea.

— Onde você estava, Dominique? — ele pergunta assim que fecho a janela e percebo que está sentado em minha cama.

Me demoro ali por um momento, vendo Ivar correr para longe e sentindo meu coração afundar. Somente depois que ele desaparece na floresta, o respondo:

— Saí para ir comer no Sticks — minto.

— Com quem? — pergunta e o ouço levantar.

Fecho os olhos e tiro meus óculos, os colocando na mesinha ao lado da cama, pois sei que ele está vindo em minha direção.

— Sozinha — respondo e depois disso me viro para encara-lo.

Já tive noites em que gritei. Em que me debati e tentei reagir, mas no fim sempre acabei no mesmo local. A diferença entre os outros dias e hoje, é que não queria que minha felicidade acabasse assim tão de repente, e ao ver que ele já segurava a corda que costumava usar, tentei correr e me trancar no banheiro.

Porém, logo sinto seu punho se fechar em meu cabelo e me puxar para trás, antes que eu pudesse tocar a maçaneta.

— Vamos tentar novamente: Para onde você foi e com quem você estava, Dominique? — ele pergunta, puxando meu cabelo e me fazendo encara-lo.

Eu jamais os entregaria. E sabendo exatamente onde isso ia dar, decidi que essa seria uma noite onde eu tentaria reagir, e para isso, apesar da garganta seca, juntei o máximo de saliva em minha boca que podia e cuspi em seu rosto.

Quando Evans larga meu cabelo para tentar se limpar, corro para fora de meu quarto chegando ao corredor, mas mais uma vez, antes que consiga chegar até a escada, ele me pega, me empurrando contra a parede e me dando um tapa forte que faz com que eu caia para o lado.

Eu o deixei descontrolado. Ele raramente machuca meu rosto. O pensamento quase me faz rir, mas as lágrimas rolam enquanto o ardor se acumula pela minha bochecha e sinto o gosto de sangue em minha boca.

— Eu poderia quebrar esse seu maldito pescocinho com tanta facilidade... — ele ameaça. — Jogaria seu corpo no rio e você teria o mesmo destino que seu pai.

O ódio ferve em minhas entranhas e com um grunhido, uso minhas pernas para tentar empurra-lo da escada, mas ele se segura no corrimão e se agacha para ficar da minha altura.

— Acha mesmo que vai se livrar de mim assim tão fácil? — pergunta, se aproximando, tirando minha tipoia e puxando meus antebraços para frente. — O que acha de eu te dar mais quinze dias com esse gesso, uh? Aposto que o médico ia me dar razão e dessa vez te manteria no hospital, dopada.

Me solto de suas mãos para falar:

"Acabe logo com isso seu velho de merda. Vamos lá!" — tento dizer, mas Evans se põe de pé e me levanta consigo.