Capítulo 16 - Nini

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Dias atuais...

No começo da noite, o dr. Jeff Novak veio até meu quarto explicar sobre o que tinha acontecido e me tranquilizou, ao mesmo tempo em que a enfermeira que o acompanhava, tirava o soro e a faixa que estava sob meus olhos e trocava por tampões oculares adesivos, que deveriam ser trocados a cada três horas, pois seriam aplicados dois colírios conforme essas trocas. Um processo complicado, mas que de acordo com ele, se eu seguisse suas prescrições à risca, amanhã já poderia tirar os tampões e receberia alta, embora tivesse que me manter evitando luz em excesso pelos próximos três dias.

— Quanto as suas lentes de contato, srta. Scott, aconselho que volte a usa-las somente daqui há três meses, no mínimo. Seus olhos precisam estar completamente curados para que possa voltar a considerar a opção.

Solto a respiração que estava prendendo antes de dizer:

— Tudo bem, posso me manter usando óculos até lá.

Depois disso, a enfermeira explicou para Emory sobre os colírios e a frequência e eu me mantive escutando, pois não queria dar trabalho. Quer dizer, ela já tem três filhos e está aqui passando mais uma noite somente comigo, não é?

— Já que temos uma longa noite a caminho, o que vai querer jantar? — ela me pergunta, depois que ficamos sozinhas e enquanto penso por um momento, ela começa a considerar: — Você sempre come o que tiver preparado em casa e nunca vi você opinando sobre o que quer comer... Sei que Will e eu podemos ser meio excêntricos e gostamos de variar bastante na cozinha, mas do que você gosta?

— Acho que pizza é uma boa e quanto ao que eu gosto, não precisa se preocupar: Eu gosto de experimentar e não tenho problema em me adaptar — explico, dando de ombros.

Ela não diz mais nada por um longo tempo, mas tenho a impressão de que está me observando.

— Okay, eu vou passar no Sticks para pegar uma pizza e depois comprar algumas coisas para passar a madrugada. Se precisar de qualquer coisa, — ela segura minha mão por um momento e levanta meu braço até a parede, me fazendo tocar em algo que parece um botão acima da maca — pode apertar esse botão que a enfermeira me garantiu que estaria disponível a qualquer momento. Eu vou fazer o possível para voltar logo.

— Tudo bem — afirmo, deslizando minha mão sobre o local, buscando reconhecer o objeto.

Ela pausa mais um momento e parece hesitante, então eu resolvo tranquiliza-la.

— Pode ir, Emory — peço, prendendo um sorriso. — Prometo tentar não morrer até você voltar.

A ouço rir baixo e ela toca meu ombro, dando um leve aperto.

— Eu já volto — me diz e ouço seus passos se distanciarem.

Depois que ouço a porta fechar, tento me ater ao barulho lá fora. Não sei que horas são, não faço ideia de onde estão meus pertences ou se alguém já os trouxe, e talvez seja isso que Emory tenha se referido, quando falou sobre comprar algumas coisas. Escuto uma voz vinda de algum alto-falante e ela é a única constância que tenho no momento. Queria saber como é o quarto em que estou por curiosidade, porque quando a enfermeira fixou os tampões em meus olhos só o que pude ver por alguns segundos foi a cor de seu cabelo loiro e seus olhos castanhos. Não cheguei sequer a ver se há uma janela no quarto e assim que percebo isso, coloco meus pés para fora da maca e saio tentando tatear pela parede até onde poderia haver alguma janela ou a porta. Talvez se eu deixasse a porta aberta, poderia me sentir mais calma por ouvir a movimentação lá fora.

A porta se abre de repente, batendo em meu antebraço que acabou de achar a maçaneta e eu tomo um susto, quando alguém entra no quarto, me empurrando para dentro.

Runaway - A DEVIL'S NIGHT FANFICTION (PTBR + ENG)Where stories live. Discover now