Capítulo 35 - Ivar

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Nota de início:
Passando pra desejar um feliz ano novo para todos vocês!
Estive bem ocupada durante os feriados de fim de ano, mas agora estou tentando voltar a postar.
Não sei bem quem ainda está vivo por aqui, mas espero que vocês ainda estejam dispostas a ler a história de Nini e Ivar!
Enfim, esse é um recado curto e obrigada por quem chegou até aqui.
Boa leitura!


Dias atuais...

Eu já tinha ouvido falar sobre pessoas que se mantém em um estado de negação durante um tempo para evitar lidar com seus problemas ou atrasar o confronto ao máximo. Quase como uma forma de fugir, mas sem realmente conseguir, pois, o assunto era inevitável.

E embora eu estivesse custando a acreditar que esse era o caso, estava cada vez mais claro que Nini estava nessa situação.

Estávamos em nossa última semana de aula antes dos feriados de fim de ano e eu precisava reconhecer que de certa forma, durante todo o mês de novembro, fez sentido que nós deixássemos em segundo plano o que faríamos, já que a temporada havia começado, meu time estava desfalcado e eu trabalhei em dobro para conseguir nos classificar e uma vez que sua barriga continuava plana (mesmo que ela tivesse passado a cobri-la a todo custo), ela se manteve sendo parte da equipe de líderes de torcida e focada em conseguir sua licença para dirigir. Por mais que vê-la se esforçar daquela forma me enlouquecesse.

Por causa disso, todas as vezes em que conseguia um tempo a sós com ela, fazia questão de me certificar como ela estava e pedia para que tomasse cuidado ou se mantivesse mais na base do que no topo das pirâmides que fazia e outro tipo de merdas assim, mas depois de um tempo, ao invés de se irritar e mudar de assunto, ela adquiriu o hábito de me distrair de uma forma que eu realmente não conseguia manter o foco.

Nas últimas semanas, nós transamos em praticamente cada canto dessa escola e era bem difícil me manter falando sobre nossa situação, quando a boca de Nini estava em qualquer parte do meu corpo. Acredite, eu tentei.

Você vem?

Digito e envio para ela, pois vejo pelo relógio do celular que está atrasada. De novo.

Sei o motivo pelo qual toda a vida que Nini diz que iremos até Nova York para que ela possa fazer o aborto, os mais diversos imprevistos acontecem e a razão é bem simples. Ela não quer fazer isso.

Sendo sincero, meu maior dilema consistia no medo de que, caso fôssemos em frente, a vida dela jamais seria a mesma, e eu nem sequer conseguia pensar em fazê-la interromper seus planos e sonhos.

Quanto a mim, não podia negar que estava com medo de como meu pai reagiria ao fato de que quebrei a promessa que lhe fiz, mas por mais que ainda fôssemos menores de idade e que isso tivesse nos pego de surpresa, nunca houve outra pessoa com quem eu tivesse considerado fazer isso.

Mesmo assim, todas as vezes em que ela planejou essa viagem até a clínica, deixei claro que estaria ao seu lado e a levaria, se isso fosse algo que ela queria.

E mais uma vez, aqui eu estava, sozinho no estacionamento, já tendo finalizado meu treino e sabendo que ela já deveria ter terminado o seu, apenas aguardando para que viesse, mas sabendo que ela não viria.

Mads e eu, agora dividíamos a função de motorista das crianças e às vezes, quando eu precisava fazer algo, o avisava para que pudesse levar todos eles de volta para casa. Esse foi um dos dias, mas mesmo que ele ficasse sabendo que não fui a lugar algum, não ficaria chateado. Se havia uma pessoa que estava respeitando nosso espaço, essa pessoa era ele. Embora, assim que contamos, tivesse sido brutalmente honesto ao dizer que, apesar de saber que estávamos dois anos adiantados – de acordo com o plano que eu tinha feito quatro anos atrás – ele não via motivo para que nós não fôssemos em frente com a gravidez.

Runaway - A DEVIL'S NIGHT FANFICTION (PTBR + ENG)Where stories live. Discover now