AVISO: Mais uma vez me sinto na obrigação de avisar sobre os gatilhos que essa fanfic possui. Neste capítulo haverão algumas cenas extremamente incomodas de serem lidas.
Ao menor sinal de que isso seja demais para você, por favor, pare a leitura.
Quatro anos atrás...
Alguma coisa estava errada.
Durante todo o caminho, enquanto Evans me levava para casa, ele ficou em silêncio embora suas expressões fossem de puro ódio, o que fez com que eu ficasse em alerta.
Eu já esperava que ele não movesse um dedo para me ajudar a desmontar meu painel e muito menos para colocar os quadros em seu porta-malas, mas esse silêncio era algo atípico e eu logo me vi segurando a barra de minha saia para secar minhas palmas que suavam pela tensão.
Quando chegamos em casa, ele também não falou nada enquanto eu retirava as coisas do carro e se manteve apenas me observando durante o tempo em que eu deixava tudo no lugar, tendo o cuidado de verificar cada detalhe das telas que peguei emprestado para minha apresentação por saber o quão importante elas eram. Porém, quando o vi parado à entrada do porão, bloqueando meu acesso a escada, eu sabia que ele não deixaria barato.
O problema é que eu já estava tendo um episódio, então das duas uma: Ou seria pior do que as últimas vezes ou tudo acabaria muito rápido.
— Venha até o escritório, Dominique — ele ordena quando fico em sua frente e me dá passagem para que eu saia.
Essa era nova. Mesmo assim, meu estômago parecia embrulhado e meu coração estava quase saindo pela boca durante o tempo em que eu caminhava nervosamente me perguntando por que ele sequer me deu tempo para que eu trocasse de roupa.
O escritório que a casa possuía, na verdade pertencia tanto a ele quanto a minha mãe, mas ela era acostumada a trabalhar em pé e vagando pelo ambiente, por isso mal fazia uso daquele espaço.
Eu nunca tinha o usado também, só tendo entrado ali para pegar livros ou fazer pesquisas rápidas e saindo tendo o cuidado de não deixar nada fora do lugar.
Ele abre a porta para mim e eu caminho até a cadeira, me sentando enquanto ele atravessa o espaço e senta em minha frente, começando a mexer no notebook que fica na mesa.
Aguardo em silêncio controlando o volume até mesmo de minha respiração.
Quando vira a tela para mim, vejo que existe um vídeo pausado, mas a princípio não consigo distinguir nada até que Evans aperta uma tecla para que comece. No vídeo, um homem está amarrado à uma viga de aço pelos pulsos por uma corda e a iluminação é fraca, além da câmera não ter estabilidade alguma. Sei que não se trata de um filme e sim de uma gravação, provavelmente feita no celular de alguém e quando vejo que o homem amarrado está com o uniforme da polícia, sufoco um grito ao perceber seu rosto ensanguentado e tento ficar de pé para correr.
— Se ousar levantar dessa cadeira, eu juro que vou amarrar você a ela — Evans cospe quando me vê querendo levantar.
Me afundo na cadeira e viro o rosto para a tela novamente, reconhecendo meu pai como o homem com o rosto ensanguentado e amarrado no chão.
— Você já reconheceu quem está apanhando neste vídeo? — Evans pergunta, enquanto a gravação continua. — Que bom. Agora tente adivinhar quem está batendo também.
Não consigo ouvir direito o que está sendo dito, mas nada parece fazer sentido e eu continuo apenas piscando meus olhos que ficam embaçados pelas lágrimas ao mesmo tempo em que me seguro na cadeira, cravando as unhas no couro.
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Runaway - A DEVIL'S NIGHT FANFICTION (PTBR + ENG)
RomancePT: NINI Eu estava em maus lençóis. Voltar para Thunder Bay não era seguro e eu sabia disso. Tinha ido embora há quatro anos e agora, de repente, estava sendo obrigada a voltar, mas dessa vez, para onde sempre fui proibida de ir. Eu sabia que eles...
