Capítulo 25 - Nini

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Dias atuais...

— Deixa eu ver se entendi: Você quer seus pertences, os quadros, as coisas que pertenciam aos seus pais e veio aqui para me dizer que vai acompanhar a investigação sobre o suicídio de sua mãe — Evans repete o que acabei de falar em um tom de zombaria, enquanto eu seco as palmas de minhas mãos na barra do vestido. — Foi para isso que você veio aqui? Para fazer exigências e me ameaçar? Foi para isso que trouxe dois adolescentes e um ex-condenado?

Olho ao redor, mas apesar de ver o rosto de Ivarsen que está sentado ao meu lado, com expressões distorcidas em fúria, Kai e Mads continuam de pé e tão calmos quanto estavam desde que esta conversa começou. Solto o ar que estava preso em meus pulmões e inspiro novamente para continuar.

— Não vim aqui com nenhuma intenção de ameaça-lo — respondo. — Vim aqui para informa-lo dos meus planos e para pedir que marque uma data para que eu possa buscar as coisas que me pertencem.

Evans dá um riso baixo de puro escarnio.

— O que te pertence? Garota, você só tem dezesseis anos. Você não tem nada! Eu era casado com Claire, eu criei você e cuidei de você e de sua mãe até ela decidir tirar a própria vida enquanto eu estava fora! — ele exclama, começando a perder a calma. — Você e ela são duas ingratas e agora você quer levar o que é um direito meu? O que mais você vai querer? A casa? Direito sobre os meus negócios também?

Engulo em seco e mais uma vez respiro fundo antes de voltar a falar.

— Não tenho nenhum interesse naquela casa — admito. — São poucas as boas memórias que tenho nela, então fique à vontade para mantê-la. Muito menos tenho interesse em ter qualquer coisa que tenha seu nome envolvido, acho que você sabe disso. Porém, quero tudo o que for de minha mãe.

— E você pode ter. Quando voltar para casa — ele sugere.

— Nini nunca mais vai ficar você — Ivarsen grunhe em sua raiva.

Eu me movo e toco sua mão, tentando ser discreta e mantê-lo no lugar.

— Não preciso voltar para sua casa — respondo à Evans. — Estou bem acomodada e segura na casa de minha tia.

— Segura, uh? — ele debocha. — E o que me diz sobre o atropelamento que você sofreu na semana passada? Ou o fato de você quase ter ficado cega no mesmo dia? Acha que não estou acompanhando seu processo de adaptação junto à assistente social? Sou legalmente responsável por você tanto quanto sua tia, sabia disso?

Merda. Eu não sabia que Izobel também estava em contato com ele. Ou talvez ele que estivesse em contato com ela, em busca de alguma falha, o que me leva a pensar...

— Acredite, o que aconteceu não passou de um incidente — eu o garanto. — Que nada teve a ver com minha tia e sua família. Estou bem, segura e apenas quero o que é meu por direito.

— Bem, então espero que em dois anos consiga um ótimo advogado e esteja preparada para lutar — ele rebate. — Porque não tenho intenção alguma em dar qualquer coisa que pertencia à minha esposa para a pirralha ingrata da filha dela.

Ivarsen fecha a mão em punho e eu a aperto.

Sabia que chegaríamos a esse ponto.

— Não preciso esperar dois anos para isso — afirmo. — Eu vou me emancipar.

Evans estreita os olhos e coloca os antebraços sobre a mesa, saindo de sua postura. Sei que agora está puto e olha ao redor, encontrando Kai que está de pé atrás de Ivarsen.

— E imagino que isso deva ter sido ideia de vocês, não é mesmo?

Kai dá um risinho abafado e cruza os braços.

Runaway - A DEVIL'S NIGHT FANFICTION (PTBR + ENG)Where stories live. Discover now