Capítulo 15 - Ivar

484 48 22
                                        

Dias atuais...

— Ivar — ouço Beth me chamar da entrada da quadra e passo a bola para um dos caras sem prestar muita atenção.

Ela não falava comigo desde segunda-feira, quando anunciei que queria terminar nosso namoro antes que eu acabasse a traindo, porém muito diferente da fúria ou do desgosto que vi em seus olhos naquele dia, ela agora parecia estar nervosa e quando me aproximei, vi que suas mãos estavam tremendo.

— Eu acho que ferrei com tudo — ela solta e segura meu antebraço, me puxando para acompanha-la — Sinto muito, eu não sabia.

— O que? — pergunto lhe seguindo. — O você fez?

Nós entramos no banheiro feminino e vejo que o chão está inundado e sujo com uma mistura vermelha, rosa e branca além de água que chega até meus tênis.

— Merda, cadê ela? — Beth se questiona e sai abrindo as cabines. — Nini? Nini onde você está?

Nini?

— O que você fez, Beth? — pergunto novamente, olhando ao redor para a bagunça no banheiro.

— Eu não sabia, okay? — ela tenta se explicar e passa a mão em seu cabelo, parecendo desesperada. — Eu não tinha como saber, e definitivamente era para ser só um susto, e se isso for parar na diretoria, eu vou ser expulsa do time e dos comitês e--

Perco a paciência e a seguro pelos braços, lhe pondo contra a parede e perguntando mais uma vez:

— O que você fez, Beth? E onde está Nini? — tento me controlar para não a machucar, mas o frio que percorre minha coluna, me diz que o que quer que ela tenha tentado fazer, deu muito errado.

— Eu não sei! Ela ficou aqui e nós corremos, mas Paige começou a dizer que eu que tinha jogado a vitamina nela primeiro, e que se eu contasse para alguém, ela não ia ser expulsa sozinha, mas porra! Ela pode ficar cega com aquela merda!

Que porra...?

— Beth, — grito para faze-la parar de divagar e me encarar novamente — o que você jogou na Nini?

— Uns shakes pré-treino, mas eles tinham canela em pó e óleo de menta, e acho que isso pegou no olho dela--

Eu urro e me viro para sair do banheiro, a deixando ali, mas ela tenta tocar em meu braço e eu a empurro praticamente por instinto, pois no momento estou vendo tudo tão em vermelho quanto aquela merda que está espalhada pelo chão.

E quando vejo algumas pessoas correndo para fora e seguindo para o estacionamento, recebo uma ligação.

— O que é? — pergunto quando atendo, vendo o número de Hook.

— Cara, eu acho atropelei a novata! Foi sem querer, quer dizer, ela correu para cima do meu carro e eu não pude ficar e ajudar, porque um cara que estava lá viu tudo e eu fiquei com medo! Eu estava chapado e atrasado para o treino e...

Eu paro de ouvir quando olho para dentro da ambulância estacionada, reconhecendo o cabelo de Nini espalhado na maca e Gunnar a acompanhando, ao mesmo tempo em que o paramédico fecha a porta e eles saem em disparada.

*****

Quando encontro Gunnar na sala de espera e ele não sabe me dizer nada do que aconteceu, corro até a recepção, mas eles me dizem que não podem me dar informação nenhuma por eu ser menor de idade e não ser parente da vítima. Vítima, porra! Eu tento não quebrar algo ali, mas caminho de volta para o estacionamento e desconto minha raiva na parede até mancha-la com meu sangue, gritando enquanto me pergunto o que inferno pode ter acontecido até ver meu pai, tio Will e tio Aydin chegarem.

Runaway - A DEVIL'S NIGHT FANFICTION (PTBR + ENG)Where stories live. Discover now