Runaway - A DEVIL'S NIGHT FANFICTION (PTBR + ENG)

Capítulo 28 - Ivar

Dias atuais...

Ela estava me deixando louco.

E não no sentido que eu apreciava. Desde o aniversário de tio Aydin, quando fomos até Nova York em uma longa viagem de ida e volta, e onde ela insistiu para que levássemos Finn com a gente, notei que ela estava escolhendo não ficar sozinha comigo.

Desde então, tudo o que fizemos foi acompanhado de algum adulto ou uma das crianças, incluindo o aniversário de meu pai que eu consegui a proeza de convencê-la a ir e a preparação para o baile de boas-vindas que fomos convocados a ajudar a organizar. Ela até mesmo ajudou Jett a convencer tio Kai à deixa-la ir. Obviamente que ele deixou claro que ela só iria se Mads também fosse e mais uma vez, coube a Nini convencer Mads de que ele se divertiria, caso fosse... Como se um dia Mads fosse dizer não para Nini ou Tavi.

Mesmo assim, Nini não me dava pista alguma do que estava acontecendo e isso estava me enlouquecendo. Claro que por mais que eu perguntasse, ela sempre negava e dava um jeito de disfarçar.

O problema é que eu tinha certeza que que ela tinha me perdoado e que a mudança em seu quadro de horários não era mais o motivo pelo qual ela estava distante, já que nós estávamos sempre juntos, a não ser na escola, mas contava em preencher essa lacuna hoje, no baile de boas-vindas. Mesmo que ela nem sequer tivesse me confirmado se iria ou não.

Também não houve nenhum comentário sobre o que usaria, nada sobre o que poderíamos fazer depois do baile e muito menos se ela iria ao baile comigo.

— Agora, aproveitando que faltam apenas algumas horas, pode me dizer a cor da gravata que devo usar? — pergunto me pondo em sua frente, enquanto ela trabalha sentada à mesa, usando o uniforme que tenho sonhado de tirar de seu corpo em qualquer lugar dessa escola nas últimas semanas.

Está desenhando e cortando o contorno a mão de todas as lanternas que serão usadas no baile, mas sem me dizer nada, ela apenas revira os olhos. Seu silêncio é completamente opcional.

— Estamos ficando sem tempo para combinar o que vamos vestir — a provoco, lhe ajudando a girar a lanterna ao mesmo tempo em que ela trabalha com uma tesoura e um lápis.

— E que crime isso seria — murmura em um suspiro.

— Tenho tentando agir naturalmente, mas estou começando a ficar preocupado — comento, franzindo as sobrancelhas. — Afinal, você nem sequer confirmou se realmente iria ao baile comigo. E os dias estão se passando... Estou começando a acreditar que talvez já tenha aceitado ir ao baile com outra pessoa e só não me disse nada para poupar meu frágil coração.

Ela pausa, segurando a tesoura no meio do caminho e encontra meus olhos.

— Estou começando a acreditar que talvez tenha que ligar para seu pai e avisar que um acidente terrível aconteceu e você tropeçou em uma tesoura que esfaqueou seu frágil coração umas dezenas de vezes.

Solto uma alta gargalhada que ecoa pelo salão e faz com que outras pessoas parem o que estão fazendo, mas logo todos voltam aos seus afazeres.

— Acho que essa é a maior frase que você dirigiu a mim nas últimas duas semanas — considero ao mesmo tempo em que solto a lanterna, sentando na cadeira ao seu lado.

— Não foi, não. Te ajudei com seu dever de estatística na terça-feira — ela lembra, baixando os olhos novamente.

— É a maior frase não relacionada à estudos — corrijo e é minha vez de revirar os olhos, mas respiro fundo e me aproximo, pondo minha mão na base de sua coluna e fazendo um carinho ali com meu polegar. — Sabe que eu vou estar em sua porta às oito e pronto para te levar mesmo que tenha que vestir uma gravata com todas as cores do arco-íris, não sabe?