Ele estaciona o carro e se vira pra mim.
- Como assim você tem problemas com aviões?
- É um lugar fechado igual elevadores, as pessoas não tem noção de espaço, os funcionários aparecem do nada, os bancos ficam muito perto uns dos outros, o aviao pode sacudir de repente... São várias coisas, então eu não viajo de avião, tentei uma vez e tive o crise no meio do voo, não é o melhor lugar para ter uma crise.
Ele fica me olhando por um tempo então diz.
- Nós vamos na primeira classe, não vai ter o problema de pessoas perto umas das outras, os bancos são divididos em pares e ficam bem distantes e a área é um pouco maior do que a de um elevador, infelizmente não tem o que fazer com as turbulências, você acha que consegue ou prefere ir de carro?
Eu penso nisso, se for de carro vamos levar dez horas para chegar, de avião apenas uma, ontem ele parecia que tinha pressa de chegar lá.
- Podemos ir de avião.
- Tem certeza?
Eu aceno.
- Se na hora você ver que não vai conseguir pode mudar de ideia, tudo bem?
Eu aceno de novo, ele me beija e volta a dirigir.No aeroporto eu antes de entrar já fico nervoso porque tem muita gente e muito barulho, ele coloca a nossa bagagem em um carrinho e se aproxima. Pega alguma coisa do bolso, quando abre vejo que são fones de ouvido, ele coloca um no meu ouvido esquerdo.
- Não esquece de se concentrar em mim, fica olhando para mim, eu vou estar ao seu lado sempre, tudo bem?
Eu aceno.
- Você vai empurrando o carrinho, assim evita das pessoas chegarem perto também, ok?
Eu aceno mais uma vez e ele coloca o outro fone, começa a mexer no celular e começo a escutar o som do mar, eu sorrio e ele fica me encarando, fecha os olhos e aperta em cima do nariz, então me olha e sorri, coloca os óculos e aponta para o carrinho, então entramos.
O mais difícil foi passar pela segurança. Como as passagens eram para a primeira classe, ficamos em um ambiente de espera com poucas pessoas, o Ohm toda hora pergunta se eu estou bem, eu sempre aceno.
Quando chamam o nosso vôo eu respiro fundo e me preparo.
Entramos no avião antes das outras pessoas e já nos levam para os nossos assentos, nos sentamos, o Ohm pega uma manta, coloca em cima de mim e eu estranho, então ele coloca a mão por baixo e segura a minha mão. Uma comissária se aproxima e pergunta se queremos alguma coisa, ele diz que não e pede para não nos perturbarem até o final do voo. Quando o avião começa a se mexer eu olho para ele assustado, ele tira as nossas mãos para fora da manta, puxa a minha mão até ele, beija e começa a fazer pequenos desenhos pelo meu braço, eu fico olhando tentando entender o padrão, depois de um tempo percebo que ele está escrevendo, mas não é tailandês, talvez inglês? Ele comentou que estudou nos Estados Unidos. Eu consigo identificar as letras L O V a última eu não sei, depois F O R não entendi o restante.
Ele continua escrevendo sem parar e eu continuo tentando decifrar o que ele está escrevendo, o avião sacode de repente e eu me assusto, ele leva a minha mão até a sua boca e beija.
- Fica calmo, nós já chegamos.
Eu olho pela janela e o avião realmente está andando pela pista, eu nem percebi que estavamos voando.
- Você está bem?
Eu aceno e ele sorri, levanta a cabeça e olha em volta.
- Eu vou te beijar, tudo bem?
Eu concordo e ele toca o meu rosto.
- Esse sorriso...
Ele segura o meu pescoço e me beija e morde meu lábio, quando começa a beijar o meu pescoço sinto ele colocando a mão na minha perna e subindo, aquela sensação lá em baixo começa de novo, ele volta a me beijar e é o beijo com tudo que tenho direito, a mão dele continua subindo e apertando forte e sinto...
- Com licença.
Eu me assusto e me afasto, ele se vira para a pessoa que falou, ela nos olha, começa a ficar vermelha e sinto o meu rosto formigando também.
- Me desculpe, mas vocês precisam desembarcar.
- Nós já estamos indo, obrigado.
Ele me olha e eu sorrio para ele.
- Eu juro uma hora dessas eu vou acabar perdendo a cabeça de vez por sua causa.Quando saímos do aeroporto ele olha o relógio, pega o celular e faz uma ligação.
- Onde você está?
...
- Tudo bem, estou aqui na frente já.
Alguns minutos depois um carro para na nossa frente, o motorista desce, nos cumprimenta e o Ohm abre a porta do passageiro pra mim, entra no lado do motorista e começa a dirigir deixando o homem para trás.
- Esse carro?
- É do hotel.
- E aquele homem?
- Ele é um funcionário, vai voltar para o hotel com um táxi.
- Entendi.
- Vamos na sua mãe primeiro?
- Podemos ir a praia? Eu sinto falta do mar.
Ele me olha e então olha para a frente.
- Pode ser mais tarde no hotel?
Eu concordo, mas ele mais uma vez procura um lugar e estacionar, tira o cinto e me beija.
- Eu tenho certeza que não vou aguentar te ver em um lugar assim sem querer te tocar e eu já perdi o controle hoje, então preciso de um tempo, sem contar que temos praias particulares no hotel, então podemos ficar a vontade lá.
Eu sorrio e concordo, ele fecha os olhos e suspira.
- Então vamos lá, eu quero conhecer a minha sogra.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Hotel 68
FanfictionNanon está sozinho em Bangkok pela primeira vez na sua vida, uma cidade onde tudo é novo e diferente de onde ele morava, os lugares, a poluição, o barulho, as pessoas... Ele começa a trabalhar em um hotel como camareiro e vê a sua vida mudando de re...