Capítulo 39

219 36 11
                                    

Fico sentado olhando o Ohm de longe enquanto seus cabelos voam para todos os lados e ele sorri, achei que ficaríamos no hotel durante a nossa lua de mel, mas ele preferiu alugar uma lancha para ficarmos no mar o dia todo. Olhando ele pilotando mais uma vez fico impressionado em como ele é bom em tudo.
Ficamos na lancha a semana inteira, ele me levou para conhecer vários lugares, alguns ele me levou a noite porque disse que durante o dia era muito cheio. A lancha tem uma pequena cozinha, então normalmente ele pilota até o meio do nada e ficamos assim o dia todo quando ele não tem nada programado, são os meus momentos favoritos, porque o sinal do telefone não funciona e ele não recebe ligações. Alguma coisa seria esta acontecendo na empresa, tentei acompanhar, mas não sei o que é, ele falou que era um problema de subornos e corrupção, foram as únicas coisas o que eu entendi.
Ele desliga o motor e vem até mim.
- Quer fazer alguma coisa hoje?
Eu nego, mas estou tentando me comunicar melhor com ele, falar ao invés de acenar, assim como faço com os outros.
- Não, eu prefiro quando somos só nós dois aqui.
- Eu também, o que você acha de eu comprar uma ilha só para nós dois?
Eu fico olhando sem ter certeza se ele está brincando ou falando sério, eu sabia que ele era rico, mas pelo jeito que ele gasta dinheiro eu acho que ele é muito muito rico, tive essa impressão principalmente quando ele disse algo sobre isso quando eu fiz a matrícula da faculdade, foi quando nós tivemos a nossa primeira briga, se dá pra chamar assim, ele foi comigo e pediu para a secretária para cobrar o curso completo, eu falei que não era para fazer isso porque eu ia pagar mensalmente, ele pediu licença e me levou para fora.
- Non, não faz sentido você pagar mensalidades de um curso que eu posso pagar completo para você.
- É muito dinheiro.
- Não para mim, isso é menos do que eu ganho por dia.
Eu olho sem entender.
- Não se preocupe, eu cuido disso.
Por algum motivo eu sinto que deixar alguém pagar para mim é errado, então eu digo.
- Se você pagar eu não vou estudar, só vou fazer se eu puder pagar.
Eu sinto que se ele fizer isso vai ser como se eu estivesse com ele por causa do dinheiro, não sei porque isso, ele sempre gasta comigo, como a história da cozinha e eu nunca me importei, mas a faculdade parece algo que eu não posso deixar ele fazer, se eu não puder pagar eu não faço.
- Non!
Eu não falo nada, apenas espero ele decidir. Ele sai irritado e eu volto para a secretaria para terminar a matrícula. Quando saio da secretaria ele está de volta, me abraça e pede desculpa por tentar tirar a minha independência, digo que não é isso, é só algo que eu não acho certo e assim a briga acabou.
Ele dá risada me trazendo para a conversa de novo.
- É brincadeira, mas é uma boa ideia para quando nos aposentarmos.
Sobre isso ele parece estar falando sério.
- Vamos bagunçar a cama de novo?
Sinto o meu rosto formigar e ele passa o dedo.
- Espero que isso nunca mude, eu adoro ver você assim.
Ele se levanta, segura a minha mão.
- Vem comigo, quero te ensinar uma coisa antes de irmos embora.
Lembro que toda vez que ele me ensina alguma coisa é sobre sexo, agora além de estar formigando o meu rosto está muito quente também.
- Mas que mente poluída Non! Eu vou te ensinar a pilotar a lancha.
Não sei o que fazer, então olho para o chão, ele se abaixa e começa a me beijar.
- Acho que está na hora de te ensinar algumas coisas novas nessa área também, mas vamos lá antes que eu desista e te leve para a cama.
Ele mais uma vez se levanta e segura a minha mão, vamos até o que parece um volante, ele fica atrás de mim, me abraça, beija o meu pescoço e começa a apontar.
- Esses são os relógios dos instrumentos de navegação, essas são as botoeitas, essa é a manopla do controle.
Ele vai mostrando o relógio do controle, de temperatura, consumo bateria, botões para âncora, guincho, luzes, bombas, ele continua falando e eu tento acompanhar. Ele segura a minha mão.
- Essa é a manopla, puxa ela assim, esse é o ponto inicial, sente embaixo dos seus dedos tem um botão? Você aperta e empurra para frente, é isso que vai ligar a hélice que vai impulsionar a lancha.
A lancha começa a se mover e eu olho para ele e sorrio.
- Se quiser dar ré é só puxar para trás, agora segura aqui.
Ele coloca a minha mão no que parece um volante.
- Isso, segura filme, não deixa se mexer.
Ele se afasta e eu olho para ele assustado, o volante se mexe e eu aperto filme.
Ele para o meu lado onde eu consigo ver e fica me olhando, olho para ele que faz um jóia e grita.
- Você está indo bem!
Eu sorrio e olho para frente para me concentrar, a sensação é muito boa, o vento, o mar, é tudo muito bom.
Depois de um tempo ele volta e me ensina a parar a lancha, me abraça e me beija.
- Eu disse que você pode fazer o que quiser. Você gostou?
Eu aceno.
- Vou te inscrever para você fazer carteira então, podemos comprar uma lancha, o que você acha?
Eu sorrio e aceno. Ele fica me encarando, então levo um susto quando ele me pega no colo.
- Esse sorriso me deixa doido!
Ele me beija e eu seguro firme enquanto ele anda para dentro da lancha.

Hotel 68Onde histórias criam vida. Descubra agora