Parte 2 - Capítulo 2

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Eu fico olhando para o Ohm sem saber o que dizer, a criança começa a chorar ele olha para o berço e para a assistente.
- Posso?
Ela acena concordando e ele pega a bebê, ela é realmente muito pequena, parece bebê um recém nascido. Ela para de chorar e deita no peito dele, quando ele me olha sorrindo eu sei que ele vai adotar.
A assistente social olha para mim e para ele.
- Você está falando sério sobre a adoção?
Ele me olha e eu apenas concordo, não tive muito tempo para pensar sobre isso, mas sei que no fim eu vou aceitar, por ele. Ele sorri mais uma vez e fala para a assistente.
- Sim, nós vamos adotar ela. Qual é o nome dela?
- Ela não tem nome ainda.
Ele olha surpreso, então a assistente pega a bebê e devolve no berço e pede para seguirmos ela, nos olhamos para o Perth e o Chimon que tambem estão nos olhando surpresos, eles falam que vão nos esperar e nós saímos.
Passamos a próxima hora conversando com a assistente, ela explica que vamos ter que passar por apoio psicológico e avaliação para ter certeza que não foi uma decisão impulsiva, mas que com o histórico da adoção do Dew e por ele e eu sermos autistas isso vai ajudar bastante na avaliação, explica todos os problemas e necessidades que uma criança com síndrome de down pode ter. De tempos em tempos ela pergunta se temos certeza da decisão, o Ohm continua firme e eu apoio ele.
Ela explica sobre o processo de adoção, o Ohm liga para os advogados da empresa e pede para eles acompanharem e verificarem como podem acelerar isso e pede também verificar sobre o registro dela.
Quando encerramos ela nos cumprimenta e fala que vai fazer o possível para nos ajudar e aconselha o Ohm a usar a necessidade de um atendimento médico que o estado não pode fornecer como um dos motivos para acelerar o processo, assim temos mais chances de conseguir uma adoção especial.
Nós voltamos para o berçário e o Ohm pede para segurar ela mais uma vez, depois de um tempo ele tenta dar ela pra mim, eu me assusto e me afasto.
- Non?
- Eu nunca segurei um bebê antes.
- Tudo bem, eu te ajudo.
Ele se aproxima segurando ela só com uma mão, arruma os meus braços e deita ela, depois vai para trás de mim e me abraça segurando os meus braços. Eu tento não me mexer para não machucar ela, mas o Ohm começa a me balançar para um lado e para o outro devagar, ela olha pra mim sorrindo e o Ohm beija o meu rosto.
- Ela tem covinhas como você.
Eu sorrio e ela estica a mão, eu abaixo o rosto um pouco e ela segura o meu nariz, a mão dela é tão pequena que o meu nariz encaixa certinho na mão dela.
Depois de um tempo o Ohm pega ela e vai até o Perth e o Chimon.
- Princesa esses são os seus dindos, você pode explorar eles bastante a partir de agora.
Ele abaixa a cabeça e fala baixo.
- Principalmente o dindo Chimon, ele não tem juízo nenhum, vai te dar tudo o que você quiser.
- Hey!
O Chimon sorri e tenta pegar ela, mas ela chora, então o Ohm se afasta a acalmando, quando ela dorme a assistente social avisa que já passou do horário de visitas e nós temos que ir.
Nós ficamos de voltar amanhã com o Chimon e o Perth, o Ohm fica olhando para o berço preocupado e eu já sei que ele vai ser mais protetor com ela do que já é com o Dew e comigo. Eu seguro a sua mão e puxo, ele suspira e vem comigo.
O Ohm e o Perth nos deixam no bistrô e o Ohm fica de me buscar as 16h para irmos para o dormitório.

O dia foi muito agitado, depois que eu dei uma entrevista para a Forbes por recebermos três estrelas na avaliação do Guia Michelin, o movimento duplicou, então contratamos mais três garçons, um sub chefe, um auxiliar e um Sommelier, reformamos o andar de cima que antes ficava o estoque e agora conseguimos atender muito mais clientes. O Ohm queria me dar um imóvel maior para montar um restaurante, mas nem eu nem o Chimon queremos isso, gostamos do nosso espaço.
Quando da 16h o movimento já está mais tranquilo, eu deixo o sub chefe responsável e o Chimon vai fechar o bistrô, o Ohm chega e nós vamos para o dormitório.
Chegamos e o Ohm abre o porta malas, pegamos várias sacolas, não sei onde ele acha que vai caber tudo isso em um dormitório de estudantes. O Dew vem nos encontrar com a Becca e eles pegam o resto das sacolas e subimos.
Entramos no dormitorio e eu olho em volta, eles já arrumaram muitas coisas, a mesa tem um vaso com flores dentro, deve ter sido coisa da Becca, assim como uma manta no sofá, atrás do sofá tem uma escrivaninha com um computador e encima dele subindo pela parede tem um cordão de luzes, cada luz é um smile. A mesa está bem organizada, com tudo alinhado.
- Podem colocar as coisas na mesa e no sofá, pai.
Eu guardo as compras para o Dew na cozinha com a ajuda da Becca e o Ohm ajuda ele a colocar o suporte de tv na parede. Quando terminamos eu faço lanches, a Becca me ajuda, trabalhamos bem juntos, depois que ela e o Dew começaram a namorar ela começou a ajudar no restaurante quando ele ia trabalhar lá.
Nós sentamos e comemos, o Ohm e o Dew estão conversando sobre o estágio dele, o Dew acha ridículo porque ele já trabalha com o Ohm há anos, mas o Ohm falou que ele ia para se divertir e não trabalhar, agora ele vai ter que levar a sério.
Depois que comemos eu tiro a louça da mesa e a Becca se levanta.
- Está ficando tarde, é melhor eu ir.
Ela olha para mim e sorri.
- Tudo bem se eu ficar no bistrô enquanto o Dew está trabalhando, tio?
- Se não atrapalhar os seus estudos não tem problema.
Ela sorri e vai até o Ohm e abraça ele também.
- Tchau tio Ohm.
- Boa noite, Becca!
Ela vira para o Dew e ele olha para nós nervoso, ela segura o rosto dele e o beija.
- Tchau, gatinho!
- Tchau, Becca!
Ela beija ele mais uma vez e ele fica muito vermelho, então ela acena para nós e sai.
O Ohm tenta convencer o Dew a ir para a casa, mas ele diz que já vai ficar no dormitório, quando ele tenta insistir eu seguro ele e levo para a porta, o Dew vem até nós e nós abraça e se afasta, eu estou preocupado em deixar ele também, mas não digo, o Ohm já está nervoso o suficiente sozinho, então eu pego a mão dele e levo ele embora.

DEW

Eu tento dormir, mas não consigo, eu nunca gostei de dormir longe dos meus pais, eu me sinto seguro com eles por perto, mas eu vou conseguir, eu prometi pra Becca que eu faria. Eu fecho os olhos e alguém bate na porta, eu olho o relógio do lado da cama e são 22h, quem será que é?
Eu vou até a porta e pergunto.
- Quem é?
- Sou eu.
Eu abro a porta e a Becca está parada sorrindo.
- Está tarde, o que você está fazendo aqui?
- Eu vou ficar aqui com você.
- O que? Como assim?
- Gatinho, você acha mesmo que eu quero dividir um quarto com a Lana?
- Você disse que queria.
- Sim, porque os meus pais não deixariam eu vir sozinha.
Eu olho para ela tentando entender porque ela falou que queria ficar com a Lana se não queria, ela sorri e revira os olhos, arrasta uma mala para dentro, entra e fecha a porta, eu dou um passo para trás e depois mais um.
- Dew, há quanto tempo nos namoramos?
- 2 anos, 5 meses e 18 dias.
Ela sorri e da mais dois passos, segura o meu rosto e me beija.
- Exatamente, Gatinho, já está na hora.
- Na hora de que?
Ela enfia a mão no bolso da jaqueta, pega alguma coisa e coloca na minha mão, eu olho e é uma camisinha, sinto o meu rosto pegando fogo e olho para a parede.
- Dew?
Eu respiro fundo e conto até três como o meu pai me ensinou e olho para frente.
Ela abre a jaqueta e tira, antes que eu perceba ela tira a camiseta também, fico olhando para os seios dela e ela olha para baixo e sorri, eu sigo o seu olhos e percebo que tive uma ereção, eu coloco as mãos cobrindo e ela se aproxima.
- Tá vendo gatinho, você também quer isso.
- Becca... eu não... nunca... eu não...
- Dew, o meu primeiro beijo foi com você, você acha que eu já fiz isso?
Eu nego e ela abre o zíper da saia e deixa cair, fica parada na minha frente só de calcinha e sutiã, o meu pênis aperta na minha cueca e não sei porque, mas eu tenho dificuldade pra respirar.
Ela da uma passo na minha direção e eu dou um passo para trás, ela para me olha, segura a minha mão e me leva para o quarto, então deita na cama.
- Vem aqui, gatinho.
Eu olho para ela e olho em volta, respiro fundo e vou até a cama.
- Você quer fazer isso?
Eu fecho os olhos e penso, então abro os olhos e aceno.
- Tira a roupa.
Eu tiro a camiseta, mas não consigo continuar, então ela se ajoelha e tira o meu calção pra mim, quanto tira a minha cueca eu olho para a parede novamente.
- Dew?
Eu conto até três e olho para ela que está deitada novamente, ela estende a mão e segura. Eu me deito sobre ela, mas estou com medo de machucar.
- Tira o meu sutiã, Dew.
Eu levanto a minha mão e estou tremendo, ela segura e beija.
- Dew, olha pra mim.
Eu olho e ela sorri.
- Eu te amo e confio em você, vamos fazer juntos tudo bem.
Eu aceno, me aproximo devagar, beijo ela e coloco a mão só seu seio.

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