Parte 2 - Capítulo 4

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Fico sentado na cama observando o Ohm se arrumar, ele está lindo, está sempre lindo. Ele sorri para mim enquanto coloca a gravata, vai até a comoda e pega o relógio e os óculos, então vem até mim.
- Vamos tomar café e ir ver a nossa princesinha?
Eu sorrio e aceno, ele me encara e levanta a mão, como sempre ele passa o dedo pelo meu rosto, depois pelos meus lábios, para só então me beijar. Eu seguro na sua cintura para ter equilíbrio e ele puxa a minha camisa para fora da calça, quando abre a cinta a campainha toca.
Ele encosta a testa na minha e suspira.
- Eu vou matar o Chimon qualquer dia desses.
Eu sorrio, beijo ele e a campainha toca duas vezes.
- Droga! Vamos antes que eu mate ele hoje.
Ele me beija mais uma vez e segura a minha mão. Descemos enquanto eu me arrumo e abrimos a porta e o Chimon entra com o Perth atrás.
- Já tem café da manhã pronto, Nanon?
- Ainda não.
Ele suspira e fica me olhando.
- Ok, eu vou fazer alguma coisa pra você.
- Você é o melhor, Nanon!
Ele vai para a cozinha e o Perth sorri.
- Eu já falei pra ele que compro na rua alguma coisa ou eu mesmo faço, mas ele não me ouve.
- Não tem problema, eu sempre faço para nós mesmo e já estou acostumado com ele aqui.
Ele sorri mais uma vez e vamos para a cozinha. Coloco na mesa uma torta e pão caseiro, alguns biscoitos, enquanto faço café preparo omeletes. O Chimon está contando pra mim que os advogados que estão cuidando da adoção da Sophie, estão tentando agilizar a liberação do Sailom tambem.
Depois que tomamos café vamos para o orfanato, faz uma semana que decidimos adotar ela, desde então vamos lá todos os dias para visitar.
O Chimon já ensinou o Sailom a nos chamar de dindos, ele na verdade diz Dido, mas o Chimon parece ganhar na loteria sempre que ele fala. A Sophie está cada vez mais a vontade com a gente, o que deixou as cuidadoras surpresas e felizes, já há algum tempo elas estavam tentando iniciar uma dieta sólida pra ela ganhar peso, mas ela não aceitava, eu pesquisei algumas receitas de papinhas e preparei para ela e o Ohm conseguiu fazer ela comer, então é basicamente o que fazemos durante as visitas, alimentamos as crianças, já que eu trago para os quatro bebês. Conhecemos os pais que vão adotar as outras crianças, mas normalmente eles vem visitar quando não estamos e não vem todos os dias, então as próprias cuidadoras alimentam os bebês.
Quem cuida da alimentação do Sailom é o Perth, é estranho de observar as vezes, porque ele é mais reservado, mas com o Sailom ele faz brincadeiras e caretas para ele rir e abrir a boca para comer, acho que o Sailom acostumou com isso, então agora ele só come quando o Perth faz caretas.
Depois de terminar de dar papinha, o Ohm guarda tudo, coloca a Sophie no berço se despede dela, fico surpreso com isso, pois ainda não está na hora de irmos. Ele pega a minha mão e eu me levanto, nós nos despedimos de todos e saímos. Quando entramos no carro ele coloca o meu cinto e o dele.
- Está tudo bem?
Ele me olha e sorri.
- Está sim, mas hoje nós temos uma coisa importante para fazer.
- O que?
- Comprar as coisas da princesinha.
- Coisas?
- Móveis para o quarto, roupas, brinquedos.
Ele parece animado então eu apenas aceno.
Fazer compras com o Ohm é sempre cansativo, ele sempre quer comprar tudo o que vê na frente.
Quando chegamos eu tive impressão que a vendedora não estava muito feliz em nos atender, mas pode ter sido só impressão, eu ainda tenho muita dificuldade em interpretar certas situações, principalmente as incomuns. Conforme o Ohm foi apontando e mostrando tudo o que queria ela começou a sorrir e explicar a diferença dos berços, carrinhos, cadeirinhas.
Ficamos quase duas horas dentro da loja e ele comprou coisas que daria para mais de uma criança tranquilamente, eu tentei dizer para não fazer, mas ele é impossível de controlar. Ele comprou várias coisas para o Sailom também, pensou em comprar para os outros bebês, mas ficou preocupado que poderia ofender os pais, então só comprou um urso de pelúcia para cada um.
A loja ficou de entregar tudo amanhã. Saímos da loja e ele liga para o Gemini e pede para ele conseguir alguém para reformar o quarto e avisar o horário para ele ir receber. Quando termina tudo já está na hora de me levar para o trabalho. Eu tirei licença para dirigir há anos, mas ele até hoje faz questão de me levar e buscar em todos os lugares.
Chegamos no restaurante, mas ninguém chegou ainda, saio do carro e abro a porta dele.
- Vem comigo, vou fazer o seu almoço hoje.
Ele sorri, desliga o carro e sai, entramos no restaurante e ele me abraça.
- Eu quero fazer uma coisa antes de comer.
- O que?
Eu olho curioso e ele sorri.
- Comer.
Ele me leva para o andar de cima e começa a tirar a minha roupa.
- Ohm, não podemos fazer isso aqui.
Ele para e olha em volta, me leva para o banheiro e sorri.
- Que bom que vocês limpam todas as superfícies, sabemos as coisas que podem acontecer em um banheiro.
Isso me soa familiar e eu fico tentando me lembrar onde já ouvi, então eu lembro, ele me disse isso no primeiro dia no hotel.
Ele passa a mão no meu rosto.
- Eu fico tão feliz de você ainda corar perto de mim, você fica irresistível assim.
Ele volta a me beijar, tira a minha calça e me empurra até as pias, segura a minha cintura e me levanta fazendo eu me sentar.
- Ohm.
- Não se preocupe, é mármore, vai aguentar.
Eu olho para a pia e não estou convencido disso. Ele segura o meu queixo e faz eu olhar para ele.
- Confia em mim?
- Sim.
Ele começa a desabotoar a minha camisa e me beija, o beijo com tudo o que tenho direito que logo vai virar uma fábrica de sorvetes só pra mim.

DEW

Abro a porta do meu quarto e jogo a minha bolsa na mesa, o Josh entra atrás de mim e coloca a bolsa dele na mesa também.
- A Becca não está aqui?
Eu sento no sofá e olho para ele.
- Não, ela só vem mais tarde.
- Vocês estão morando juntos?
Eu penso sobre isso e não tenho certeza, ela tem o quarto dela, mas só dorme aqui e as coisas dela estão aqui, mas ainda assim eu não tenho certeza.
- Não sei.
Ele me olha sério e senta ao meu lado, eu me arrumo e me afasto um pouco dele, ele fica olhando no sofá onde eu estava sentado.
- Vocês transaram?
Eu fico tão surpreso com a pergunta que congelo, sinto que estou ficando vermelho, então olho para a porta.
- Dew?
Eu apenas aceno.
- Porque ela?
Eu olho para ele tentando entender o que ele quis dizer com isso.
- Ela é minha namorada.
- Eu sei, mas porque ela?
- Josh, eu não entendo o que você quer dizer, você vai ter que ser mais claro.
- Porque ela pode te tocar e eu não?
- Não sei cara, só é assim.
- Como você sabe se nunca deixa ninguém te tocar?
- Faz parte do meu transtorno, sempre foi assim.
- Mas as coisas podem mudar, quer dizer ela pode te tocar.
Não entendo onde ele quer chegar com essa conversa, mas quando ele levanta a mão eu me assusto, levanto e me afasto. Ele levanta e vem na minha direção.
- Tá vendo, é disso que eu estou falando, você nem tenta.
Ele dá um passo na minha direção e eu vou para trás.
- Josh, isso não tem graça.
Ele dá mais um passo.
- Vai ficar tudo bem, Dew.
Eu olho para os lados e não sei o que fazer, quando ele coloca a mão no meu peito eu me assusto e me encolho, quando ele coloca a outra mão eu começo a me mexer.
- Dew! Dew! Dew? Fala comigo cara! Dew! Merda!
- Gatinho?
Sinto ela beijando as minhas mãos que estão no meu ouvido, primeiro uma, depois a outra e abaixando como o meu pai ensinou ela a fazer, então ela me abraça e beija o meu rosto.
- Eu estou aqui gatinho.
Eu vou parando de me mexer aos poucos até me acalmar, quando finalmente paro ela se afasta e segura o meu rosto.
- Vai pro quarto e deita um pouco, eu já vou lá com você.
Eu aceno e me viro, vejo o Josh me encarando na porta, aceno pra ele e vou para o quarto, quando fecho a porta me assusto com a Becca gritando.
- O que você pensa que estava fazendo seu imbecil?
- Eu... eu...
- Se você tentar fazer isso de novo, eu não me importo se você é o melhor amigo ou o príncipe da Tailândia, eu juro que te mato, ou pior, eu conto pro tio Ohm e ele mesmo te mata. Agora some da minha frente antes que eu te mate agora mesmo!
A porta se abre e ela olha pra mim.
- Vem comigo, gatinho.
Ela senta na cama e bate do outro lado, eu me deito e ela segura a minha cabeça e deita no colo dela.
- Descansa um pouco gatinho, eu vou avisar pro tio Ohm mais tarde que você não está bem e não vai trabalhar.
Eu aceno e fecho os meus olhos, quando estou quase dormindo sinto ela me beijando.
- Eu sinto muito por isso, meu amor.

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