Capítulo 57

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A porta de abre e o Dew corre para trás de mim mesmo não estando visível atrás do balcão.
- Você, vem aqui.
Eu toco a cabeça do Dew e faço ele se aproximar mais do balcão e vou até o pai dele.
Ele pega o celular e aponta para mim.
- Fala que você está bem.
Eu olho para o celular e faço o que ele manda.
- Eu estou bem.
Ele abaixa o celular e olha em volta, então abre a porta e sai trancando ela. Volto para o balcão e o Dew está se mexendo.
- Dew, olha pra mim.
Ele continua se mexendo, eu tento abraçar ele e ele deixa, logo se acalma. Sento ele no balcão e volto a cozinhar.
No final do dia o pai dele volta, acho estranho porque é o terceiro dia que estamos aqui e ele não tinha aparecido ainda, hoje veio duas vezes. Ele pega o celular, então aponta a arma para mim, tira uma foto e abaixa a arma, vai até o sofá e senta.
- Acho que assim aquele babaca vai me dar o meu dinheiro de uma vez.
Ele ficam mandando mensagens então olha pra mim.
- Eu fiquei sabendo que ele abriu várias contas no seu nome, você pode me dar dinheiro.
- Eu não sei que contas são essas, eu só assinei os papéis.
- Merda, você é só mais um inútil.
- Porque você está fazendo isso?
- Porque?
Ele levanta e começa a andar.
- Eu me ferrei com essa família, imagine a minha surpresa depois que eu casei com aquela sonsa e descobri que a família dela não tinha nada, que todo o dinheiro dela era do irmão. A Yarinda prometeu que ia dar um jeito de pegar o dinheiro para nós, ela mandou matar o Ohm e depois ia se divorciar e ficar comigo, mas nada dos planos dela deu certo, o Ohm não morreu e mesmo que morresse tudo o que ele tinha ia ficar pra você. Eu falei para ela que queria ir embora, mas ela insistiu que se matasse o Ohm o pai dele ia conseguir tirar a sua herança. Agora ela está presa , eu fiquei sem nada, só com esse retardado que eu nem queria ter. A louca da mãe dele tinha que se encher de remédios, se matar e largar isso aí pra mim.
- Eu ainda não entendo, porque você está fazendo isso.
- O Ohm vai me dar dinheiro, então eu vou sair do país, hoje a noite, já está tudo certo, só falta o dinheiro.
Ele continua andando e eu começo a ficar nervoso, resolvo não conversar mais. Vou para a cozinha e o Dew abraça a minha perna, eu deixo ele assim, é melhor do que ele entra em crise. Quando termino de fazer a massa do pão o telefone dele toca, eu levanto a cabeça e olho para a sua direção, ele sorri, levanta e vai para a porta sem dizer nada. Quando ele abre a porta escuto um barulho alto e me assusto, mas o Dew aperta a minha perna e então tento focar nele. Me abaixo e ele me abraça, então eu pego ele no colo e levanto para ver o que está acontecendo.
Vários homens entraram no apartamento e o pai do Dew está deitado no chão, dois deles vem na minha direção muito rápido e eu me assusto mais uma vez, aperto o Dew e fecho os olhos.
- Não toca nele, por favor.
Eu sinto um alívio muito grande quando escuto a sua voz, ele me abraça e beija a minha cabeça.
- Acabou amor, vai ficar tudo bem agora.
Eu conto até três, abro os olhos e sorrio. Ele toca o meu rosto e os meus lábios.
- Tudo limpo!
Eu me assusto quando gritam e o Ohm olha irritado.
- Podemos ir agora?
- Ele vai ter que ir conosco para prestar depoimento.
- Ele não vai com vocês.
Um homem velho com uma cara de mau se aproxima.
- Ele não tem escolha, nós precisamos que ele vá prestar depoimento, depois disso nos liberamos ele.
Ele olha para mim.
- A criança está machucada?
- Não, ele só está assustado.
- Tudo bem.
Um outro homem se aproxima.
- Pode deixar que eu levo ele.
Quando ele encosta no Dew ele começa a gritar, eu me afasto e aperto ele mais uma vez.
- Está tudo bem, eu levo ele.
O Ohm se aproxima e vai para o meu lado.
- Dew...
Ele esconde o rosto e aperta o meu pescoço.
- Está tudo bem mesmo, eu levo ele.
O Ohm me olha preocupado, mas não fala nada.
Quando chegamos na delegacia está cheio de gente, fico atrás do Ohm e tento me concentrar no ronco do Dew, ele deve ter algum problema de respiração.
Vários homens se aproximam de nós e o homem mau também se aproxima.
- Quem são esses?
O Ohm olha para ele.
- São os meus advogados.
- Porque uma testemunha precisa de tantos advogados?
- Para garantir que vocês não vão segurar ele aqui mais tempo do que o necessário.
A cara do homem fica assustadora, então eu paro de prestar atenção neles.
Eu dei o depoimento, mas não tinha muito o que falar, porque eu só tive contato com ele por poucas horas. Conto o que ele falou sobre a mãe do Ohm, mas eles já sabiam, foi ela que contou onde nós poderíamos estar depois que a polícia informou que ela seria acusada de cumplicidade em um sequestro e como tinha uma criança envolvida a pena seria maior.
Depois do depoimento algumas mulheres da assistência social chegam e tentam pegar o Dew que de novo começa a gritar, o Ohm conversou com os advogados e depois de meia hora eles conseguiram uma permissão para ficarmos com ele por enquanto.
Quando chegamos em casa a minha mãe me abraça e chora, mas fica estranho porque o Dew ainda está no meu colo.
- Me ajuda a arrumar um quarto para ele mãe?
- Claro, vamos lá.
Eu olho para o Ohm que ainda me segura pela cintura, ninguém conseguiu tirar ele de perto de mim.
- Vamos com a gente?
Ele suspira, olha para o Dew que está dormindo, vira o meu rosto e me beija, o meu beijo de sorvete com cobertura de chocolate.
- Eu tenho que ligar para o Perth, eu já subo.
- Aconteceu alguma coisa?
Ele parece preocupado e não acho que seja por minha causa agora.
- O meu pai passou mal e foi internado, o Perth está lá com ele.
- Você quer ir para lá?
- E sair de perto de você? Nem se ele estivesse morrendo.
Olho para ele e não sei se ele está falando sério ou não, ele me beija mais uma vez.
- Vai colocar ele na cama, você já carregou ele por tempo demais.
Eu vou para o quarto, deito ele e a minha mãe fica me olhando.
- Você está bem?
- Estou sim.
- Aquele homem te machucou?
- Não, na verdade ele me deixou sozinho com o Dew no apartamento, só voltou hoje.
Ele se aproxima e me abraça de novo.
- Eu quase morri de preocupação.
- Está tudo bem mãe.

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