Entro na casa e minha mãe está sentada com a minha irmã na sala tomando chá enquanto o Dew brinca com a babá no chão.
Eu ando até elas, quando ela me vê sorri e se levanta.
- Tirem o Dew daqui.
A minha irmã e a babá me olham ao mesmo tempo.
- Agora!
A minha mãe fica seria, senta e pega a xícara novamente. A minha irmã faz um sinal e a babá pega o Dew e sobe as escadas, quando já não consigo mais ver eles eu olho para a minha mãe.
- O que você fez para ele?
Ela me olha e levanta a sobrancelha.
- Eu deveria saber do que você está falando?
- Eu estou totalmente sem paciência para os seus joguinhos hoje Yarinda, eu só conheço uma pessoa que toma esse maldito chá, então eu vou perguntar só mais uma vez, o que você fez para ele?
- Aposto que aquele garoto retardado foi correndo chorar para você.
- Como você pode falar uma coisa assim? É isso que você pensa dele? Que você pensa do Dew?
- É muito triste, mas é como as coisas são.
Eu olho para ela sem acreditar, olho para a Lew, mas ela nem reage. Eu respiro fundo e olho para ela, eu começo a lamentar pelo futuro miserável que o Dew vai ter, tão miserável quanto o passado que eu tive.
- Yarinda, estou esperando uma resposta.
- Já falei mil vezes para não me chamar assim, me chame de mãe.
- Você não é a minha mãe.
Ela olha por cima da xícara com aquela cara de nojo que eu cresci vendo.
- Menino ingrato, eu te criei como um filho pra isso?
- Você nunca me tratou como um filho, você é apenas uma sádica manipuladora que ferrou com a minha cabeça desde que chegou nessa casa. Nunca se importou realmente comigo, você só quer me controlar, sempre quis.
- Eu só quero o que é melhor para você.
- E seria?
- Eu quero que você seja normal, não essa aberração que você está se tornando.
- É uma pena que você não possa mais fazer nada sobre isso. Agora pela última vez, o que você fez com ele?
- Apenas falei a verdade, ele precisava de alguém que fizesse isso, você sabe que com o problema de cérebro essas pessoas precisam de ajuda até para pensar. Então eu expliquei que ele é só um brinquedinho que está fazendo você perder o foco.
Eu fecho os olhos e tento manter o controle.
- Querido, já passou da hora de você parar com isso, colocar a cabeça no lugar e voltar para a casa, essas suas rebeldias são inapropriadas para alguém da sua idade. Você está apenas se iludindo e enganando ele.
- Eu não estou enganando ninguém, eu amo ele.
- Ah, pare com isso, aquele ratinho assustado? Ele nem é digno de respirar o mesmo ar que você por mais abominável que você seja.
Eu olho para ela sem acreditar, ela sempre falou esse tipo de coisa para mim, estou acostumado, então depois de tempo eu parei de me importar, mas não sobre ele, ela nao vai falar assim dele.
- Quem você pensa que é para dizer o que é abominável ou digno? Quer saber o que é abominável? Uma mulher que tocava de forma inapropriada uma criança, que gostava de ficar vendo o filho do marido tomando banho e ainda dizia que era normal entre mãe e filho, você que não é digna de respirar o mesmo ar que ele que é a pessoa mais pura desse mundo, porque você é uma maldita abusadora!
- Pawat!
Eu olho para trás e o meu pai está parado na porta.
- Como você se atreve a dizer algo assim?
- É a verdade pai, essa foi a vagabunda que você trouxe pra casa. Porque você acha que ela sempre destroi todo relacionamento que eu tenho? Naquela mente distorcida eu pertenço a ela. Foi por isso que eu fui embora e nunca mais voltei.
- Isso é tudo mentira, como você pode depois de tudo que eu fiz para você?
- Seu moleque maldito, você nao pode sair contando mentiras sobre a sua mãe assim!
Ela senta no sofá e começa a chorar e ele corre até ela. Eu já aguentei mais do que devia disso, sempre achei que devia alguma coisa para ela porque apesar das coisas que ela fez ela me criou, mas agora eu percebo que eu não devo nada a ela, não devo nada a ninguém.
Eu ando até a porta, mas desisto de sair, não posso deixar as coisas assim, ou eles vão continuar indo atrás dele. Fecho os olhos, me concentro e me viro.
- Eu não me importo no que você acredita ou não pai, mas a partir de agora se um de vocês chegar perto dele novamente, vocês todos vão se arrepender, eu vou assumir a minha herança, a minha empresa, a minha casa, tudo e vou jogar vocês na rua, então é melhor você controlar essa vadia se ainda quiser continuar cuidando das minhas coisas.
- Seu desgraçado, quem você pensa que é para me ameaçar assim?
- Vocês foram atrás dele depois que eu deixei claro que não era para se meterem no meu relacionamento, vocês procuraram por isso. Então se você quer continuar fingindo que é dono da empresa não me provoque mais ou eu juro que vocês vão ficar sem nada.
Ele começa a me xingar, enquanto ela chora e a Lew assiste tudo com cara assustada, estou cansado disso tudo, me viro e saio.
Volto para a única pessoa nesse mundo que me ama de verdade , a pessoa que eu amo. Volto para ele.
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Hotel 68
FanfictionNanon está sozinho em Bangkok pela primeira vez na sua vida, uma cidade onde tudo é novo e diferente de onde ele morava, os lugares, a poluição, o barulho, as pessoas... Ele começa a trabalhar em um hotel como camareiro e vê a sua vida mudando de re...