Capítulo 53

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Estou com a minha mãe fazendo os exercícios da fisioterapia quando o Ohm chega, acho estranho porque faz tempo que ele não vem para casa durante o dia, ele fica me olhando preocupado, então se aproxima.
- Eu posso tentar?
- Claro querido.
A minha mãe se afasta e mostra como ele tem que segurar a minha perna e mover. Ele sorri para mim.
- Você está bem?
Eu aceno e sorrio. Ele me ajuda em silêncio, primeiro com uma perna, depois com a outra, mas eu sei que tem alguma coisa errada, ele volta para a primeira perna e a minha mãe nos deixa sozinhos.
- Está tudo bem?
Ele me olha surpreso e sorri.
- Mais ou menos, mas nós conversamos quando terminar aqui.
Quando terminamos ele passa a mão pelas minhas pernas.
- Ainda dói?
- Não, só se eu forçar demais.
- Me desculpe, você está assim por minha culpa.
- Porque seria sua culpa?
Ele toca o meu rosto se deita sobre mim e me beija, mais vez sinto as mãos dele passando pela minha perna e subindo.

Descemos para a sala e o Perth e o Chimon estão sentados no sofá se beijando, o Ohm tosse algumas vezes e eles de afastam. Nós vamos até o outro sofá e nos sentamos, a minha mãe trás café para o Ohm e se senta também.
- Aconteceu alguma coisa?
O Ohm me olha e da pra ver que ele está muito preocupado.
- Eu quero falar sobre a investigação com você.
Fico surpreso porque desde o início ele nunca falou nada sem perguntarmos antes. Eu aceno e ele olha para o Perth, ele pega uma foto e entrega para o Ohm.
- Essas são as pessoas que as câmeras pegaram.
Eu olho para foto e realmente não dá pra ver nada que diga quem são, o Chimon se aproxima e olha também. Eu olho para o Ohm e  o Perth da outra foto para ele.
- Você se lembra disso?
Eu olho para a foto e nego, mais uma vez o Chimon se aproxima para olhar.
- Eu não tinha pensado sobre isso até você comentar sobre a xícara de chá. Naquele dia tinha alguém naquele quarto, alguém que tomou chá com você.
Eu olho para ele sem entender e o Chimon pergunta.
- Como assim? Quem?
O Ohm olha para ele e então para mim.
- A minha mãe, ou melhor a minha madrasta, ela foi lá para conversar com você.
- Eu não me lembro.
- E eu fico feliz por isso.
- Você acha que é a mesma pessoa?
Eu olho para o Chimon e ele continua.
- Você acha que a pessoa da primeira foto é a sua madrasta?
- Eu acredito que sim.
- Meu Deus querido!
Ele olha para a minha mãe e da um sorriso triste.
- A polícia está rastreando o dinheiro para tentar chegar nela.
- E o homem?
- Ainda não sabemos Chimon.
- Você acha que pode ser o seu pai?
- Não, o meu pai é baixo, esse homem é alto.
Ele olha para mim de novo e aperta a minha mão.
- A polícia te descartou como suspeito por causa da segunda vez que contrataram os irmãos, durante o interrogatório eles disseram que foram contratados na época em que eu ainda não tinha recuperado a memória e você ainda estava em Chiang Mai, eles insistem em dizer que foi você, mas as datas não coincidem.
- Isso é bom?
- Isso é bom sim meu amor.
Ele suspira e olha em volta.
- Eu estou contando tudo isso para vocês porque a minha mãe é imprevisível, não dá pra saber o que ela pode fazer e ela sabe como atingir o Nanon, ela já fez duas vezes, se ela não puder chegar em mim, ela pode ir atrás dele, então vocês precisam saber caso ela tente algum contato, vocês não podem deixar ela chegar perto.
A minha mãe olha para o Ohm
- Desculpe, duas vezes?
- Sim, a senhora lembra quando eu liguei do hotel porque ele tinha dissociado e eu não sabia o que fazer? Essa foi a primeira vez, a segunda foi no hospital, eu pedi para ver as câmeras, foi ela que levou a cesta de frutas, então eu presumo que seja lá o que ela tenha feito o Nanon dissociou por culpa dela.
Eu fico pensando nisso, mas realmente não consigo me lembrar. Então eu olho para ele.
- Você vai ficar bem?
- Vou sim, não se preocupe, tenho certeza que logo isso vai acabar.
- Porque ela quer te matar?
Eu me assusto e fico nervoso quando escuto isso. O Ohm aperta a minha mão e olha irritado para o Chimon, mas responde.
- Eu não sei, talvez por causa da herança.
Ele me olha e suspira.
- Ela também tem uma espécie de obsessão por mim, não tem como saber o motivo real.
- Como assim obsessão?
O Perth cutuca o Chimon que olha sem entender, eu também não entendo. Então o Ohm fala.
- É complicado... por enquanto vocês só precisam saber que tem que ficar longe dela.
- Tudo bem.
- Perth, vocês podem ir, se a polícia entrar em contato me avisa imediatamente.
- Certo.
Eles se despedem e saem, a minha mãe liga a televisão para assistir a série dela. O Ohm se aproxima e sussurra no meu ouvido.
- Quer ir para o apartamento fazer aquilo de novo?
Eu sinto o meu rosto esquentando, aceno e escondo no braço dele. Ele se levanta e segura a minha mão.
- Mãe nós vamos sair um pouco, tudo bem?
- tudo bem querido, vocês voltam para jantar?
- Voltamos sim.
Ela olha de um jeito estranho para o Ohm, se levanta e abraça ele.
- Vou fazer algo especial para você querido.
- Obrigado mãe.
Ela me olha e sorri.
- Cuida bem dele Nanon.

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