Chegamos na entrada de serviço e o Ohm fica parado me olhando.
- Tem certeza que vai ficar bem?
- Eu vou ficar bem, se acontecer qualquer coisa prometo que eu te ligo.
Ele me beija, aperta a minha mão e se afasta.
- Vamos então.
Passamos primeiro na sala do senhor Noppharnach, o Ohm diz que ele estava muito preocupado e está sempre perguntando por mim, acho que aquilo de querer que o Ohm se afastasse passou. Pegamos os uniformes e vamos nos trocar, levo um susto quando ele entra na minha cabine fecha a cortina e me abraça, não entendo porque ele está tão nervoso, não é como se eu nao tivesse trabalhado sozinho antes.
Procuramos a governanta para ver onde vamos ficar, ela me deixou de novo na lavanderia com o Chimon e o Ohm vai ficar com o quarto andar e de suporte das camareiras. Ele começa a me acompanhar até a lavanderia, mas a governanta chama por ele novamente, queria poder ficar com ele pelo menos mais um pouco... Olho para ele sorrio e começo a andar.
Quando viro o corredor escuto risadas altas e me assusto, vou para o canto da parede para poder passar sem encostar em ninguém.
- Fruto proibido? Vejam quem voltou pessoal! É o Fruto Proibido!!
Olho para cima e é aquele que tem cara jovem e maldade no olhar, sorrio e tento continuar andando, mas ele entra na minha frente.
- Tá indo onde? Cadê o seu guarda costas, não está aqui?
- Não sei do que você está falando, com licença.
- Porque a pressa? Nós só estamos conversando, somos todos amigos aqui, você não é nosso amigo?
Ele dá um passo na minha direção e eu me assusto, ele e os outros três que estão juntos começam a rir alto, começo a ficar nervoso e olho para os lados, preciso sair daqui.
Ele se aproxima mais uma vez e levanta a mão.
- É verdade que você não gosta que te toquem? O que acontece se eu te tocar? Você vai ficar daquele jeito de novo ou só fez aquilo para chamar atenção?
Ele começa a abaixar a mão lentamente, eu me encolho e fecho os olhos.
- Se eu fosse você eu não faria isso.
- Fica na sua Chimon!
- Tudo bem, o velório é seu. Nesse exato momento eu já consigo ver pelo menos uns três dedos quebrados, talvez até a mão.
- Vai se foder, acha que eu tenho medo?
- Drake, o Ohm deu uma surra e expulsou um membro da diretoria do hotel e ele nem chegou a tocar no Nanon, o que você acha que ele vai fazer se simplesmente imaginar que você esta o ameaçando?
Eles ficam em silêncio.
- Consigo ouvir ossos quebrando um por um e sangue, com certeza vai ter muito sangue.
- Foda-se, isso aqui perdeu a graça, vamos embora.
- Nanon? Você está bem? Precisa que eu chame o Ohm?
Eu tento me controlar, respiro fundo, conto até três e abro os olhos.
- Você está bem?
Eu aceno e lembro que tenho que falar.
- Estou, obrigado por ter feito isso.
- Acredite, eu estava mais preocupado com eles do que com você, não quero nem pensar no que o Ohm faria se alguma coisa te acontecesse. Não fica andando por aí sozinho, isso pode acontecer outras vezes, seja apenas por implicância com você ou por causa do Ohm, muita gente não ficou feliz quando descobriu que ele é filho do dono e é da diretoria, eles podem vir atrás de você.
- Porque?
- Porque você é o calcanhar de Aquiles dele, todo mundo sabe.
- Isso é ruim, não é?
- Muito ruim, por isso ou anda comigo ou com ele, mas não anda sozinho.
- Tudo bem.
- Vamos lá trabalhar.
Na hora do almoço o Ohm se atrasa e encontra com a gente no refeitório, já estamos sentados comendo quando ele coloca a bandeja na mesa e aperta a minha perna, sorrio e vejo ele levantando a mão.
- Ohm...
Olho para o Chimon e depois para o Ohm, ele suspira e abaixa a mão.
- Tudo bem Chimon?
- Tranquilo!
Ele se vira para mim.
- Como está indo hoje?
- Está tudo bem.
Começamos a comer e Ohm vai contando para o Chimon o que estão fazendo no resort de Chiang Mai e diz que está pensando em fazer uma expansão parecida aqui. Ficamos no refeitório o máximo de tempo possível, mas não dá pra continuar, temos que voltar a trabalhar. Quando nós levantamos aquele cara se aproxima.
- Oi chefe! Foi mal o que aconteceu mais cedo.
O Chimon olha para mim e depois para eles.
- E eu posso saber o que aconteceu mais cedo?
Todos ficam em silêncio, ele se vira pra mim.
- Non?
Eu olho para ele e tento sorrir
- Não é nada.
- Chimon?
- Drake, você só pode estar de sacanagem!
O Drake nos olha e parece surpreso, o Ohm da um passo na direção dele, ele fica no lugar, mas se curva para trás.
- Eu vou perguntar mais uma vez, o que aconteceu mais cedo?
- Foi só uma brincadeira boba, como o fruto proibido disse não é nada.
Ele da dois passos para trás e o Ohm fala alto.
- Se ninguém contar o que aconteceu eu olho câmera por câmera até descobrir e garanto que não estarei com paciência para brincadeiras grandes ou pequenas no fim.
- Cara, a gente não teve nada a ver com isso, nos só estávamos com o Drake, ele que estava tentando tocar no Nanon.
As pessoas começam a se aproximar e falar ao mesmo tempo e eu começo a ficar nervoso.
O Ohm da mais um passo para frente.
- O que aconteceu com aquela história de repudiar violência Ohm?
- Ohm!
O Chimon segura o braço do Ohm, quando ele olha o Chimon aponta pra mim, o Ohm me olha e sorri, então se vira novamente.
- Acredite Drake, e isso vale para qualquer um, quando eu te acertar você vai desejar que tivesse sido violento. Vamos.
Ele começa a andar e as pessoas saem da frente, o Chimon faz um sinal eu começo a andar e ele fica atrás de mim.
Ele vai com a gente até a lavanderia e fala.
- Chimon, você pode esperar lá fora só um minuto?
Ele olha para nós, balança a cabeça e sai, Ohm avança e me beija.
- Porque você não me contou?
- O Chimon conversou com eles e tudo foi resolvido.
Ele me beija novamente.
- Eu vou matar aquele idiota!
Eu fico assustado.
- Você não pode...
Ele passa a mão no meu rosto.
- É só maneira de dizer, mas se ele tentar de novo eu não garanto nada.
Ele volta a me beijar e me senta na mesa, abaixa a minha camisa e começa a beijar o meu peito.
- Ohm, fala sério!
Ele para de me beijar e coloca a testa no meu ombro, então se afasta e arruma a camisa, me ajuda a descer da mesa e se vira.
- Fica de olho nele.
- Pode deixar.
Ele vai até a porta e vira.
- Chi
- Oi?
- Obrigado por cuidar da situação de manhã.
- Não esquenta, agora vai porque essas coisas não vão se lavar sozinhas.
Nós começamos a mexer nos lençóis para passar e ele fica em silêncio, já aprendi que isso é sempre um sinal de que ele quer falar alguma coisa.
- Nanon, vocês já transaram?
Eu sinto o meu rosto formigando e me concentro nos lençóis.
- Foi mal.... É que o jeito que vocês estavam aqui... Vocês já...?
- Não.
- Sério?
Eu aceno.
- Porque não?
- Não sei.
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Hotel 68
Fiksi PenggemarNanon está sozinho em Bangkok pela primeira vez na sua vida, uma cidade onde tudo é novo e diferente de onde ele morava, os lugares, a poluição, o barulho, as pessoas... Ele começa a trabalhar em um hotel como camareiro e vê a sua vida mudando de re...