Doutor Gael

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Acordo com o despertador aos berros. Abro os olhos lentamente e me estico até alcançar o relógio digital de cabeceira, informando ser cinco horas da manhã, desligo o alarme e tento voltar a dormir.

Consigo, pelo o que parece apenas cochilar, e sinto que nem mesmo isso eu fiz. Mas o relógio marca 10:00, rolo os olhos, devia estar dormindo.

Levanto preguiçosamente, vejo o sol pela porta que dá acesso a varanda do meu quarto que também dá acesso ao quintal.

-Vou dar uma faxina... - reflito pois é uma das coisas que faço nas folgas longas. - mas primeiro café da manhã.

Começo a preparar o café e aproveitando que estava na cozinha, anoto tudo que vou comprar no mercado, nas minhas folgas é o que geralmente faço.
Primeiro compras, depois faxina e termino o dia tirando as roupas da secadora, guardando-as enquanto tomo uma taça de vinho, ou três.

Essa tarde porém foi diferente, após chegar das compras e com alguns móveis fora do lugar para terminar minha faxina ouço um som familiar, mas que não escuto a muito tempo.

O telefone de casa tocava.

Primeiro achei que fosse engano, apenas observei o aparelho branco ao lado do abajur na pequena mesa perto do sofá, depois pela insistência pensei que fosse alguém querendo me vender algo.

Alguns instantes depois ele parou, me proximei do aparelho e ele voltou a tocar me dando um susto.

- Merda... - já pegando o aparelho e aproximando da orelha atendo um pouco irritado - Alô?!

Muitas vozes e ninguém responde.

- Alô?! - insisto, impaciente.

- Alô... Bom dia, não bom dia não, quer dizer... Boa tarde.

- Quem é? - pergunto

- Eu poderia falar com o Jimin? Park Jimin?

- E quem deseja? - fico mais curioso, ninguém ligava para esse número. Pelo menos eu nunca mais o ouvi tocar.

- Aqui é o Doutor Gael. Esse número é dele?- a pessoa do outro lado responde eu me repreendo por ter sido um pouco rude.

- Ah doutor, desculpa. Sim, eu sou Park Jimin. Boa tarde.

- Sem problemas, eu quem devo me desculpar por tirar você do seu descanso. Mas era meio urgente o que eu precisava conversar com você.

- Certo, pode falar doutor.

- Bem, eu sou o médico da Jeon Iza, Tyzuy insistiu que você fosse com ela para o Home Care. Acho que vocês se falaram... - parece que ele espera uma resposta mas como não dou ele continua.- Eu disse a ela que por mim tudo bem. A paciente teve uma melhora significativa desde a cirurgia e já está praticamente de alta. Eu sei que é em cima da hora e que você está de folga e so volta depois de amanhã, mas como eu disse ela está praticamente de alta. Eu preciso te orientar sobre algumas coisas e... Bom... à distância não é possível. Então, eu já peço desculpas pelo incoveniente, mas você pode vir hoje a noite para o hospital?

- Oh. - eu solto, eu nem descansei. Puta merda, não posso.

- Eu entendo se você não puder. Eu já falei com a administração e caso você venha apenas para aprender sobre o tratamento será considerado trabalho normal. - ele continua já que eu não disse nada.

- Doutor eu... - oque eu vou dizer? Não? Puta que pariu.

- Park, eu só quero que você entenda o tratamento. Ele não é difícil, mas não quero que se perca no processo, e eu não trabalho aqui no São Matheus.

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