Revelações de Relações Tóxicas

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Ouço o alarme e olho para o relógio na cabeceira da cama, já são sete da manhã, que droga, porque não desliguei essa merda?

Com os olhos ainda fechados toco no aparelho e o bipe para, mas meu celular vibra e eu não consigo acreditar que estão me ligando a essa hora.
Vejo o nome do hospital e já imagino que pode ser o Doutor Gael.

- Alô. - Atendo com ódio, com certeza a pessoa do outro lado percebeu.

- Bom dia. Eu me chamo Kayu, eu falo do hospital São Matheus. Sou responsável pelo gerenciamento do home care. Eu falo com Park Jimin?

- Sim, em que posso ser útil? - Pergunto não querendo ser útil aquela hora da manhã.

- Sim, nós vamos fazer uma reunião. O Doutor Gael nós disse que você viria para o hospital hoje.

- Sim, combinamos no final da tarde. - Esclareço.

- Compreendo, mas preciso que venha nesse momento. Eu já me desculpo pelo incômodo, mas é extremamente necessária a sua presença nessa reunião.

Porra fala sério!

- Ah, entendo Kayu, mas eu estou de folga, só aceitei ir no final da tarde por ser final da tarde. Eu só deveria voltar ao hospital amanhã...

- Sinto muito senhor Park, o senhor precisa vir agora. - ele me interrompe. - A família não quer outra pessoa e essa reunião está para acontecer as oito horas.

Puta que pariu!

- Não consigo chegar às oito horas aí. Eu literalmente acabei de acordar. - suspiro irritado.

- Podemos adiar para as dez. Por favor, como eu lhe disse sua presença é muito importante.

- Está bem. Estarei aí nesse horário.

O rapaz se despede agradecendo e eu bufo de ódio. Porra que inferno, me arrependo de ter aceitado nesse mesmo momento.

Levanto e vou para o banho, só esse papinho me levou quase quinze minutos. Coloco uma calça e uma blusa qualquer, não tenho tempo de escolher. Deixo para arrumar o cabelo no caminho, e nem café posso fazer, então pego minha bolsa, que graças a Deus eu deixo sempre arrumada, e saio de casa.

Chego no metrô e está lotado. Tento procurar um lugar para sentar assim que as portas do vagão se abrem, mas não consigo, essa hora sempre enche, por isso meus plantões são sempre muito cedo ou muito tarde.

Fico em pé mesmo, sei que meu cabelo está bagunçado, a intenção era arrumar no caminho, eu até tento mas sem sucesso, todos os solavancos do vagão me fazem desistir. Só por isso eu já sei que meu dia vai ser uma merda.

[...]

Chego no hospital às nove e meia, assino a folha e corro para o vestiário, troco de roupa e vou para o décimo segundo andar, como o rapaz do telefonema não me disse onde eu teria que  encontrá-los, achei melhor ir para o meu andar e ver se tenho algum paciente.

Me aproximo do balcão e encontro Erina sentada com uma revista.

-Bom dia.- chego ofegante.

- Bom dia. Oh porra. Oque tá fazendo aqui? Porque ta ofegante!? - pergunta assustada e se  levanta, me olha dos pés a cabeça.

- Vim correndo, estou aqui porque fui obrigado. Nem sabia que você ia pegar agora.

- Eu disse que ia trabalhar de manhã. - ela fala como se fosse óbvio.

- Disse? Não ouvi. - tento me lembrar se ela realmente falou.

- oque está fazendo aqui afinal? - ela volta a sentar e puxar a revista que antes tinha colocado no balcão.

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