Vamos Falar Sobre Max

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Jimin

Jungkook esperava pacientemente que eu começasse a falar.

Minhas mãos estavam um pouco suadas por conta do nervosismo, falar sobre isso era muito difícil, mas depois que eu me abri para algumas pessoas que me questionaram sobre o assunto, eu sentia que o peso diminuía um pouco. E Jungkook parecia ser confiável.

Talvez ele saísse correndo depois, mas pelo menos eu teria um peso a menos.

Depois de dizer que falaríamos sobre Max eu me perdi por onde começaria, pensei em começar pelo final e acabar logo com o mistério, mas podia ficar confuso para ele.

Eu o olhava e ele aguardava que eu começasse, sem alterar um músculo da face desde que eu pedi um tempo para me lembrar.

- Eu já vou começar. - ri nervoso. - tô tentando pensar por onde começo...

Jungkook me olhou de um jeito diferente de antes, era como se soubesse como me conduzir a contar sobre aquilo.

- Que tal do começo? - disse inclinando um pouco a cabeça para o lado.

- É melhor não é? - vejo ele assentir. E então continuo. - certo.

Endireitei minha postura na cadeira, aquele assunto ainda era delicado, eu sabia que depois de falar sobre isso tudo, eu poderia nunca mais ver Jungkook, e estaria tudo bem, talvez eu estivesse acostumado a não ter as pessoas por tanto tempo na minha vida.

- Hm.. Eu... Eu conheci o Max a dois anos atrás. - meus lábios estavam secos então eu os lambi, queria ter água ali. - Ele apareceu na emergência do são Marcos e eu estava de plantão naquela noite.

- Você trabalhou no são Marcos? - perguntou um pouco surpreso.

- Sim, depois de terminar a faculdade, eu tinha feito estágio lá e consegui o emprego.

- Ah. - ele da um pequeno sorriso, aquele hospital é difícil de entrar e talvez ele saiba. - Ok, continue por favor.

- Hm.. ele tinha sofrido um acidente de carro e não tinha muitos médicos de plantão naquele dia... Me pediram para dar os pontos.- tento me recordar os detalhes. - Eram poucos no supercílio, eu lembro que ele ficou me encarando o tempo todo e no final pediu meu número. Eu não dei.

Jungkook franziu a testa mas não me questionou.

- Depois disso, ele continuou indo até lá. Eu não ficava lá todos os dias mas sempre me contavam que ele ia trás de mim, que perguntava por mim e voltava no dia seguinte, até que eu estivesse, ai ele me pedia para sair com ele. - Suspirei - um dia a Erina deu para ele o meu número. E ele me mandou uma mensagem. Eu quis matar a Erina na época, mas hoje eu não falo sobre isso com ela.

Eu sorrio brevemente, lembrando de como Erina ficou animada com aquilo, mas me lembro também de como ela chorava por lembrar que foi ela quem fez a ponte entre nós dois.

- Ela sempre bancando o seu cupido. - Jungkook diz rindo.

- Sim. Ela não tem limites as vezes. - me lembro de Vitor automaticamente.

- Por favor, continue. - ele pede.

- Sim... Hm.. bem, depois de tanto insistir ele me chamou para um café, e eu aceitei. Nós conversamos e foi legal, muito legal na verdade. Ele sempre me pedia para tomarmos café no dia seguinte, e eu sempre dizendo que ia ver, ele insistia até eu aceitar.

Eu acabo amolecendo nessa parte. A insistência dele foi o mais perto que cheguei de ter a sensação que alguém me queria e não ia desistir de mim.

- E foi assim por algumas semanas... Um dia ele me chamou para almoçar com ele, e eu aceitei. Já estávamos conversando a um bom tempo, ele sempre disse que queria ficar comigo e tudo mais, mas eu não tinha tanta vontade assim, eu estava na fase de aproveitar minha liberdade, eu não tive muita enquanto meus pais eram vivos.

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