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E como de se esperar, assim que entramos na sala de jantar todos estavam lá nos esperando, a mesa enorme completamente banhada de comida e doces, pude sentir meus olhos marejados, a emoção do momento tomando conta de uma maneira inexplicável.

Eu e Yan tomamos nosso lugar a mesa, um ao lado do outro, e em segundos a mesa era apenas risadas e conversa fiada. Meus pais sempre foram muitos amigos dos Carson, principalmente meu pai, que conhece Calvin Carson desde sua adolescência, há alguns boatos que Calvin já foi caidinho pela minha mãe, Ellis Clarke, mas nada confirmado e eu também nunca procurei saber, não faz sentido.

Yan ria alto com as histórias que meu pai conta, ele faz questão de enfatizar o quanto eu sempre fui uma garota ardilosa como ele mesmo diz.

— Você está sendo corajoso Yan, Vitoria não é nada fácil — meu pai diz e eu reviro os olhos bufando me encostando na cadeira o que faz todos na mesa rirem.

— Eu imagino, desde o colégio ela me dá trabalho — Yan comenta e eu o cutuco por baixo da mesa, mas como sempre muito discreto reclama alto e novamente todos estão rindo de nós dois.

— Yan tem muita sorte de ter você Vitoria — Senhor Carson comenta e sorri para mim com ternura, eu sorrio de volta e por alguns segundos estou presa em seu sorriso.

— Ela é uma menina de ouro — Lucia comenta ao meu lado, sua voz sai um pouco entranha, ela mudou assim do nada, eu olho para ela que tem um sorriso amarelo.

Todos voltam a conversar normalmente sobre mim, mas eu não consigo prestar atenção em nenhuma palavra se quer, é possível ouvir risadas altas, principalmente a da minha mãe que sempre foi alta demais, mas Lucia, está inerte a tudo o que acontece, seus olhos vagos me deixam intrigada.

— Ei, o que está acontecendo? — pergunto baixo me debruçando um pouco sobre ela.

Seus olhos me fitam com surpresa, como se nem mesmo tivesse notado que eu estava ali ao seu lado te observando.

— Nada, por quê? — responde na mesma altura agora me dando total atenção.

— Você mudou, quando descemos as escadas, você sumiu para cá, me deixou lá sozinha.

— Você não estava sozinha, estava com o seu noivo — comenta.

— Lucia... por favor, fala comigo — peço com carinho enquanto seus olhos me fitam, ela suspira e se encosta na cadeira, seus olhos conferem a mesa antes de falar alguma coisa.

— Só me dei conta que vou ficar sozinha, quando se casar, eu só tenho você Vi.

Eu sorrio, mas, na verdade, gostaria é de rir, esse tempo todo Lucia estava com ciúmes? De mim? Ah por favor, como ela pode ousar imaginar que eu a deixaria de fora da minha vida após casar? Ela é mais parte minha do que eu mesma.

— Está com ciúmes é? — pergunto sorrindo, ela revira os olhos bufando e então continuo — escuta, eu e os Carson vamos para o Caribe no final de semana, por que você não vem com a gente?

— Eu vou ir para ficar de vela? Não, obrigada.

— Para de marra Lucia, anda, vamos com a gente, prometo não te deixar de vela.

— Vou pensar.

— Beleza, vou encarar isso como um sim — sorrio satisfeita enquanto ela me encara séria, e em alguns segundos sua feição se ameniza e ela sorri para mim confirmando com a cabeça.

Nós seguimos conversando com todos na mesa, agora Lucia parece bem melhor, até rindo esta. Conversamos sobre várias coisas, até alguns detalhes do casamento, mas é difícil já não temos uma data ainda, é apenas noivado, qual a dificuldade de entenderem?

— Quer sair daqui? — meu noivo sussurra em meu ouvido e eu sorrio olhando para ele.

— Sim! Por favor — peço baixinho e ele ri.

Nós dois nos levantamos juntos e como de costume todos os olhares se voltam para nós dois, mas nenhum de nós falamos alguma coisa e fingimos nem notar.

Ele segura minha mão e me puxa consigo para o jardim atrás de nós, atravessando as portas de vidro, ao fundo meu pai grita alguma coisa, mas não consigo decifrar, eu só sigo meu ele para onde quer que queira me levar.

Nos caminhamos um pouco pelo caminho de pedras pequenas do jardim, juntos, seus dedos brincando com os meus e algumas vezes ele leva aos lábios e beija o nó dos meus dedos, até pararmos em um dos bancos de concreto um pouco mais longe da casa, Yan se senta no mesmo e me traz para o meio das suas pernas.

Eu fico de pé entre as suas pernas enquanto ele me abraça e encosta o queixo em minha barriga olhando para cima com ternura, passo a ponta dos dedos pelo seu rosto acariciando.

— O que está pensando? — pergunto.

— Que eu quero sair daqui correndo com você — sorri e me aperta mais em si.

— É nossa família, precisa se acostumar com isso, com essa agitação, gritaria...

— Eu nunca vou me acostumar — resmunga baixo e fecha os olhos quando passo a ponta do dedo pelas suas sobrancelhas.

— Eu chamei Lucia para ir com a gente semana que vem — falo e meus dedos se entrelaçam em seu cabelo, suas mãos descem das minhas costas para a parte de trás das minhas coxas acariciando devagar.

— Lucia? Por quê? — ele parece surpreso e confuso demais.

— Ela iria ficar sozinha — dou de ombros, desço uma das mãos pelo seu rosto acariciando o mesmo, ele sorri para mim, sorrio de volta e baixo o rosto plantando um beijo leve em seus lábios — amo você — falo baixo separando os lábios devagar.

— Eu amo mais, você sabe né? — me puxa para o seu colo ainda sorrindo, eu monto em suas pernas levantando um pouco o vestido — mesmo que isso não seja uma competição — responde como se soubesse exatamente que eu fosse dizer isso.

— Não vejo a hora de me casar com você, ter nossa vida juntos, só nós dois — passo os braços em volta do seu pescoço o observando.

— Se continuar assim, vai ser nós dois e Lucia — brinca e damos risadas.

— Yan, não seja malvado com ela — peço fazendo bico, ele ainda sorri para mim e em seguida morde meus lábios puxando para si, logo em seguida inicia um beijo calmo.

Suas mãos espalmadas em minha coxa fazem minha pele se arrepiar, encosto meu corpo ao dele pressionando as coxas, aos poucos vai ganhando mais vida e em segundos eu já estou completamente perdida em seus lábios.

DOCE TRAIÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora