DOCE TRAIÇÃO

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• C A L V I N  C A R S O N •

Estou vivendo um perfeito inferno!

Cheio de desafios e flertes pesados.

Vitoria Clarke é a minha perdição, talvez ela seja enfim a meu ponto fraco, eu sempre achei que minha ex esposa tivesse esse papel até cogitar a possibilidade de dela assumir isso.

Além de ser linda e inteligente, é provocativa e extremamente sensual. Hoje durante todo o momento que estive com ela só conseguia imaginar o quanto ela deve ser linda e gostosa por debaixo de toda aquela roupa, que em meus mais impuros sonhos já imaginei tirando peça por peça mais de uma vez.

Mas de alguma maneira quando ela me disse que teria um encontro hoje me atingiu, eu não faço ideia de como e porque, mas atingiu, achei que eram apenas flertes inocentes, mas está se tornando muito mais do que isso, há desejo, vontade, eu quero tê-la de baixo de mim por várias vezes, nua, suspirando e chamando meu nome...

Os pensamentos impuros invadem a minha cabeça novamente enquanto termino de me arrumar, disposto a afundar toda essa frustração nas bebidas do bar, mas a minha real vontade é atravessar o corredor, entrar em sua casa e tomá-la em meus braços, beijá-la até que sinta a vontade de me ter, até ela entender que esses flertes todos estão me deixando completamente louco.

Meu celular vibra sobre a cama e viro o rosto conferindo a tela do mesmo, Edmundo Clarke, porra.

Era isso mesmo que eu precisava, um choque de realidade, me lembrar que aquela mulher a poucos metros de mim é filha do meu melhor amigo.

— Alô — atendo depois de alguns toque e saindo do quarto.

— Calvin!!! — responde animado do outro lado, como eu gostaria de estar tão animado assim como ele em falar comigo — Como vão às coisas? — pergunta.

O que eu deveria dizer?

"Ah estão bem, eu flerto com a sua filha o tempo todo" ou quem sabe "bem, tirando que já desejei transar com a sua filha mais de cinco vezes somente hoje", mas ao invés disso respiro fundo e engulo em seco respondendo apenas o básico.

— Oi Ed, tudo bem — tecnicamente não é uma mentira, uma vez que estamos bem, talvez não da maneira que ele gostaria — e por aí? Como estão?

— Estamos indo bem — responde e escuto uma porta sendo fechada do outro lado, imagino que ele esteja dentro do seu escritório, enquanto eu estou sentado no sofá da sala — eu fiquei sabendo da notícia do seu filho hoje pela manhã.

Claro, meu filho.

Enquanto estava com Vitória naquela pequena delicada cafeteria, uma mensagem da minha ex esposa conseguiu acabar com o meu humor, pelo menos o pouco que ainda me restava em relação a ela.

Evan ficou noivo, logicamente de Lucia, eu não quis contar para Vitoria, mas o quanto isso irá magoá-la já me fez ficar mal-humorado e sem paciência nenhuma. O pior disso tudo é que houve uma festa, um jantar na noite anterior, e eu fui completamente excluído dessa notícia, não que eu realmente fizesse questão de participar dessa putaria, mas ainda seu pai.

Respiro fundo apertando as têmporas depois de alguns minutos em silêncio até que finalmente respondo.

— Eu fiquei sabendo — suspiro e continuo — eu não fui convidado para o noivado, mas o que posso fazer? Desejar felicidades? Isso vai acabar mais ainda com ela Edmundo — comento, lembrando a ele que sua filha continua machucada.

— Sinto muito por Yan te excluir da vida dele dessa maneira — ele fala e suspira pesado enquanto apenas espero — ela ainda o ama, não é?

— Não acho que seja ainda amor — é o que eu espero — mas em relação a Yan, ele escolheu assim, não há muita coisa que eu possa fazer, ele fez a sua escolha.

— Mas e minha filha, ela tem se comportado?

Não consigo segurar o riso baixo que sai, disfarço pigarrando e me ajeito no sofá, como se ele realmente fosse me ver.

— Ah sim, muito — comento, a voz sai fina me entregando, mas antes que ele consiga dizer algo contínuo — eu tenho mantido os olhos nela — afirmo, "e como tenho mantido" — falando nisso, tenho boas notícias para te dar — emendo o assunto sem dar a chance dele processar o que eu falo ou questionar alguma coisa.

— Qual? — pergunta sereno.

— Ela aceitou fechar o contrato — falo animado, com a intenção de distraí-lo, e também a mim — isso quer dizer que vou passar mais uns dias por aqui.

Posso ouvir o estalo da sua língua do outro lado e uma risada alta comemorativa... a Ed se você soubesse de tudo, com toda certeza não estaria comemorando desse jeito.

— Isso é ótimo!!! — responde animado e continua — Obrigado por estar cuidando da minha garotinha.

As suas palavras me fazem resmungar, mas que porra!

— Ela não é mais criança Ed — resmungo passando as mãos pelo rosto e barba um pouco incomodado com a maneira que ele fala dela.

— Para mim, será sempre.

— Ok — respondo rapidamente tentando não pensar nisso — nos falamos mais tarde? eu tenho que sair agora — minto, querendo logo desligar essa merda de ligação para poder ficar no saguão esperando Vitoria sair com o idiota.

— Aproveitando as noites por aí então? — brinca me fazendo revirar os olhos.

— Algumas — respondo seco.

— Nos falamos depois, e não esquece, semana que vem você precisa estar aqui, temos a confraternização das empresas.

Merda, eu tinha me esquecido disso.

— Estarei aí — respondo no automático e finalizo a ligação sem dar tempo que ele responda, se não eu não conseguiria sair daqui hoje.

Desço para o saguão e vou direto para o bar, peço uísque para o barman e foco meu olhar na televisão atrás do balcão, que que sinto a sua presença.

Automaticamente minha cabeça se vira em sua direção e meu corpo todo se enriça e engulo em seco com a imagem dela perfeitamente linda a alguns metros de mim.

Seu vestido curto e os cabelos presos em um rabo volumoso, deixando seu pescoço a mostra, me pergunto qual seria o gosto da sua pele quando eu passasse os lábios por ali.

Minha vontade é de sair daqui e levá-la de volta para cima, tirar a sua roupa e parar apenas quando ela se desfizesse em cima de mim, mas ao contrário disso apenas levanto meu copo de uísque em sua direção e sorrio tentando disfarçar o desejo que estou sentindo sobre ela nesse momento.

Estou tão fodido com essa garota.