63

272 19 2
                                    

— Nós não podemos — ela sussurra entre o beijo parando aos poucos com leves selinhos, continuo de olhos fechados e encosto a testa na sua inalando seu perfume doce — podem nos ver — sussurra.

— Eu não ligo — falo baixinho com sinceridade e abrindo os olhos para encarar os seus também fechados, seus lábios entreabertos com a respiração pesada, engulo em seco quando as palavras param em minha garganta, eu quero dizer a ela que a amo, que quero ela, mas simplesmente não consigo mas posso entender o seu ponto então, apenas me afasto aos poucos e dolorosamente — nos encontramos mais tarde? 

— Estarei ansiosa para isso querido — diz com carinho preenchendo meu peito e o sorriso aparece sem dificuldade, sua mão macia toca em meu rosto e passa os dedos pelos fios da barba acariciando, seus lábios se movem como quem quer dizer algo, mas não faz, somente se afasta aos poucos, saindo da minha frente e indo em direção ao banheiro sem olhar para trás enquanto eu apenas a observo ir.

Meu corpo todo continua gritando por Vitoria, cada minuscula parte suplica para que eu vá atrás dela, que a tome em meus braços e me enterre nela, ali mesmo, dentro daquele banheiro, que eu mate de uma vez a saudades que estou dela, mas não faço, pelo contrário, viro em meus pés assim que sua silhueta some através da porta e me direciono devagar até o grande salão.

O coração batendo forte em meu peito, minhas mãos suadas tremem e minha cabeça me tortura pela idiota que estou fazendo enquanto meus olhos correm pela iluminação alta do salão, eu encaro algumas pessoas ali perto que parecem tão alheia e bêbadas demais para entender o que está acontecendo. 

Respiro fundo e aperto as têmporas balançando a cabeça em negativa me xingando mentalmente enquanto levanto a cabeça e dou a volta nos pés, voltando para aquele mísero corredor, voltando para ela, para onde eu não deveria sequer ter pensado em sair.

Os passos rápidos podem ser ouvidos ecoando por ali, até que finalmente estou perto da porta, e sem me deixar pensar ou desistir coloco a mão sobre a madeira fria e empurro a porta do banheiro com força, escuto o bater dela do outro lado e meus olhos encontram Vitoria de imediato.

Ela me encara através do espelho do banheiro, seus olhos grandes parece assustada enquanto entro no mesmo e começo a bater em todas as portas das cabines que se abrem também batendo na parede do outro lado, conferindo se tem alguém ali, além de nós dois.

— O que você está fazendo? — sua pergunta ecoa pelo banheiro vazio enquanto eu me dirijo novamente para porta principal trancando a mesma, viro sobre os pés e vou até a sua direção enquanto ela começa a tagarelar — Calvin, o que está acontecendo? Você não pode entrar assim no banheiro...

Seguro seu rosto em minhas mãos e a beijo, com força, interrompendo a sua fala, um resmungo baixo soa em meus lábios mas não me impedem de continuar enquanto desço as mãos do seu rosto pelo seu corpo passando os braços em sua volta a envolvendo em um abraço apertado enquanto me delicio com sua boca quente e carnuda.

Sinto os braços dela passar em volta do meu pescoço e novamente mais um resmungo escapa da sua boca quando a pressiono na pedra da pia atrás de si, mordo seu lábio inferior e o trago para mim com força, seus dedos apertam o cabelo em minha nuca puxando, o arrepio percorre pelo meu corpo enquanto o desejo por ela só aumenta.

— Eu preciso de você querida — sussurro em seus lábios abrindo meu coração que está prestes a explodir em meu peito enquanto minhas mãos sobem pela suas costas até encontrar o zíper do vestido, ela geme baixinho em minha boca de novo e eu puxo o zíper para baixo com rapidez enquanto ela desce as mãos pelo meus ombros e começa a empurrar o palito.

— Tira isso — pede exasperada soltando meus lábios e empurrando o mesmo com mais força, solto seu corpo apenas para deixá-lo cair no chão sem tirar os olhos dos seus que estão me fazendo queimar ainda mais. 

— Vira — ordeno e assim faz, se virando sobre os pés, nossos olhares se encontram através do espelho enquanto afrouxo a gravata em meu pescoço e a jogo no chão em seguida.

Levo as mãos até as alças finas do vestido e a desço devagar, com tanta tranquilidade apenas aproveitando enquanto seus olhos me fitam e seus lábios se abrem sensualmente com um sorriso malicioso, segundos depois passa os braços pelas alças e o vestido denso e pesado cai sobre seus pés revelando a sua silhueta perfeita com apenas o tecido fino da calcinha de renda clara. 

Percorro os olhos pelas suas costas e bunda e dou um passo em sua direção quebrando a distância entre nós dois, seus seios a mostra brilhando no reflexo do espelho, subo o olhar para o dela novamente e enquanto desço o rosto até o seu ombro e encosto os lábios ali plantando um beijo terno e doce, o resmungar dela acorda meu membro e sua pele arrepiada é evidente e possível ser sentida através da ponta dos meus dedos que percorrem pelos seus braços expostos. 

Inalo novamente o aroma do seu perfume e o doce do xampu do seu cabelo fechando os olhos e descendo a mão pelo seu corpo, acariciando cada curva da sua cintura até chegar no seu quadril.

— Eu amo seu perfume — sussurro roçando os lábios na sua orelha, através do espelho vejo quando ela fecha os olhos e suspira perdida e continuo — amo seus cachos pesados e escuros, assim como a sua pele Vitoria... você é tão linda — sussurro novamente e beijo o seu pescoço dando uma chupadinha em sua pele em seguida enquanto meus dedos empurram sua calcinha para o lado e como se já soubesse o caminho meu dedo se afunda em sua boceta molhada. 


DOCE TRAIÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora