DOCE TRAIÇÃO

06

Acordo com a luz forte do sol batendo em meu rosto, preciso me sentar na espreguiçadeira para poder conseguir abrir os olhos, provavelmente dormi e muito aqui, minha pele vermelha me condena, olho para a espreguiçadeira do lado e Vitória já não está mais lá.

Levanto com o corpo e o calção já completamente secos, a pele um pouco vermelha indica que fiquei tempo demais por aqui, preciso de um banho e logo.

Entro no chalé encontrando Vitoria deitada no sofá pequeno no canto da sala, ela está totalmente largada no estofado, o pequeno biquíni parece ainda menor principalmente quando ela se ajeita e vira a bunda em minha direção me deixando completamente sem jeito.

Continuo pelo corredor tentando tirar a imagem de Vitoria da minha cabeça, mas é quando passo pela pequena sala de descanso que meu corpo todo paralisa.

Alguns gemidos chamam minha atenção, são baixos, mas bem nítidos para qualquer um que passe por aqui, corro os olhos pelo corredor, mas não vejo ninguém, pela fresta da porta entreaberta vejo Yan aos beijos com Lucia.

— Yan, mas que porra é essa?! — falo baixo entrando na sala rapidamente, os dois se afastam tão depressa, Lucia me olha assustada com os lábios vermelhos, enquanto meu filho apenas passa a mão nos lábios tentando esconder os rastros da traição.

— Senhor...

— Eu não falei com você Senhorita Rios — repreendo Lucia que se encolhe no canto e olha para ele — Que merda é essa Yan? Desde quando?

— Pai, relaxa...

— Relaxar? A sua noiva está lá fora porra! — me seguro para não gritar, sinto a irritação subindo pelo meu corpo e tenho quase certeza que estou começando a ficar vermelho.

Yan sempre foi mulherengo, eu sei muito bem disso, nunca coloquei a mão no fogo pelo meu próprio filho, sua cabeça de minhoca sei bem como funciona, mas trair, é uma atitude tão nojenta, ele não é mais uma criança, mesmo agindo miseravelmente como uma.

— Eu sei disso Pai! — resmunga jogando as mãos para o alto e respirando fundo como se estivesse irritado comigo.

O que seria o cumulo! Já que o idiota aqui é ele, não eu.

— Sem pai, você tem um linda mulher lá fora que te ama mais-que-tudo nesse mundo e está jogando isso fora pelo quê? Por uma transa gostosa? — olho para Lucia — e você Lucia, que merda está fazendo? Vitoria é sua amiga, ela daria a vida por você, por vocês dois!!

Os dois continuam a me encarar igual dois patinhos assustados e como realmente deveriam estar, porque se não fosse a porra do meu filho eu já estaria socando a sua cara.

— Desde quando vem acontecendo? — ninguém responde — Desde quando essa merda vem acontecendo Yan? — cerro os dentes segurando para não gritar de novo com o burro do meu filho.

— Há alguns meses — Lucia diz baixo e então meus olhos vão direto para ela que mantém a cabeça baixa e completamente encolhida no canto.

— Alguns meses? — pergunto incrédulo e enojado — vocês dois tem merda na cabeça? Ela é sua amiga Lucia, melhor amiga! — seguro a irritação ao máximo para que ninguém me escute do lado de fora, respiro fundo apertando os dedos no canto dos olhos e depois de alguns minutos encaro meu filho que se mantém calado — seja homem suficiente, pelo menos uma vez na sua vida e termine essa vergonha ou termine com Vitoria, antes que a merda exploda no ventilador.

Yan me encara, seus olhos ficam grandes no rosto, ele engole em seco e passa a língua pelos lábios completamente desconfortável, não diz nada, não tem a cara de pau de dizer uma porra de uma palavra.