• C A L V I N C A R S O N •
Eu estava ansioso, podia sentir cada parte do meu corpo ansiando para encontrá-la, desde que voltei para casa hoje de manhã, não tive tempo para ir vê-la, até tentei, mas algumas coisas do trabalho me pegaram de surpresa, e mesmo depois as trocas de mensagens de mais cedo não conseguiu matar a vontade que eu sentia nesse momento de Vitoria Clarke.
Ir à festa das junções das empresas não é uma coisa que estaria em meus mais divertidos planos, eu trocaria isso pela minha casa com ela sem pensar duas vezes, mas se essa era a melhor maneira por hora de estar perto de Vitoria, era isso que eu iria fazer.
Meu peito ansiava por vê-la, por sentir o aroma dos seus cabelos encaracoladas, meus dedos suplicavam para sentir novamente a maciez da sua pele e assim que a vi, no tapete vermelho da entrada do grande salão, meu coração parou.
Vitoria estava usando um lindo vestido rosa-claro coberto por um tule quase no mesmo tom, ele não era cheio, pelo ao contrário, caia muito bem em seu corpo, destacando a curva da sua cintura e marcando seus seios fardos no decote, mas é quando ela se vira em meio ao monte de flashs e sangue sugas ao seu redor que me faz ir ao seu encontro repentinamente, suas costas totalmente a mostra com o decote maior do que deveria.
A sua pele exposta para todos verem e pela ausência de uma alça de sutiã ali já me faz ter os pensamentos mais impuros, eu me aproximo sem medo ignorando as perguntas maldosas que estão sendo feitas a ela, e apenas a toco, bem ali, na sua pele, bem no meio da sua coluna, é como um choque elétrico percorrendo pela ponta dos meus dedos e subindo pelo meu corpo.
Como se acontecesse em câmera lenta, seu rosto se vira ao meu encontro enquanto eu a encaro sem conseguir segurar o meu sorriso, sua feição muda lentamente, o brilho em seus olhos aparecendo assim como o sorriso que começa a aparecer enquanto me posiciono ao seu lado para as fotos, surpreendentemente Vitoria espalma a mão em meu peito e os flashs ficam maiores, de alguma maneira já posso prever as manchetes de amanhã.
A vontade de beijá-la, bem ali, na frente de todos sobe por mim, preciso me concentrar em não fazer isso e agir irresponsavelmente de uma vez, então apenas aceno para os fotógrafos saindo do transe dos seus olhos e a guiando para a entrada do salão.
Trago seu corpo pequeno para minha frente, fazendo questão de roçar a sua pele no tecido do meu terno, posso ouvir o seu suspiro que me faz sorrir ainda mais enquanto entramos, juntos para o grande salão colorido e iluminado demais.
As luzes amareladas e fortes invadem minha visão de uma vez enquanto corro os olhos pelo local, é como se nós dois estivéssemos fantasiados, os olhares de todos vem para nós de uma vez, Vitoria paralisa na minha frente e eu preciso espalmar as mãos em seu quadril empurrando um pouco o seu corpo para frente.
— Vocês chegaram!! — a voz do Edmundo invade meus ouvidos e tiro rapidamente as mãos da sua filha que pula no lugar e nós dois nos viramos em sua direção juntos.
— Pai! — Vitoria responde, a voz sai um pouco rouca e parece estar tentando se concentrar no que faz, principalmente quando dá um passo em sua direção e ele a envolve em um abraço.
Eu encaro os dois sem jeito, preciso colocar as mãos dentro do bolso com a vontade de trazê-la de volta para mim, engulo em seco e Edmundo me encara, seus olhos juntos assim como a sobrancelha enquanto se afasta da filha, pigarro e desvio os olhos do dele me entregando sozinho.
— Achei que não passaria por aqueles sangue sugas — diz para Vitoria e posso ouvir a sua risada fina e deliciosa logo em seguida enquanto dá alguns passos para trás praticamente ficando ao meu lado.
— Senhor Carson chegou a tempo de me salvar — responde e leva uma das mãos ao meu braço em um toque singelo e sem maldade, mas os olhos de Edmundo não perdem isso, ele acompanha ela e cruza os braços voltando a me encarar enquanto respiro fundo e o encaro da mesma maneira pronto para qualquer coisa que ele fosse dizer.
— Santo Calvin não é mesmo — Ed diz ironicamente, não parece nada feliz, mas Vitoria parece estar tão alheia ao seu pai ou apenas ignorando isso, ela apenas sorri parecendo estar satisfeita — estranhamente você sempre anda fazendo isso de acordo com Vitoria.
Meu corpo congela, o frio percorrer pela minha espinha apenas com esse pequeno comentário, os dedos de Vitoria se apertam em meu braço e ela desce os dedos por ali devagar piorando totalmente a situação, seus dedos finos alisam meu antebraço e ela engata a mão ali, meu corpo todo está paralisado e pela primeira vez não sei como agir, maneio o rosto para ela que tem um sorriso satisfeito encarando o pai que não a olha.
— Claro papai, foi exatamente isso que você pediu a ele, não foi?
Eu estou boquiaberto encarando Vitoria, completamente surpreso pelas suas palavras, que porra está acontecendo com ela?
Seu corpo enrijecido, seus olhos escuros encarando o pai que corre os olhos assustados rapidamente para ela que tem um sorriso diabólico no rosto, me faz arrepiar e viro o corpo em sua direção calmamente tentando entender que merda está fazendo.
— O quê? Você...? — Edmundo se perde nas palavras, obviamente se dirigindo a mim mas eu estou tão surpreso quanto ele, não consigo dizer absolutamente nada.
— Não, Calvin não precisou me dizer nada — ela responde com frieza tocando em meu peito com a outra mão tentando de alguma maneira me acalmar, acredito eu, seus olhos vem para mim com os seus dedos que se apertam em meu braço querendo me indicar alguma coisa, então volta a olhar para o seu pai tirando a mão do meu peito — mas pela cara de vocês dois, é a confirmação que eu precisava, não precisa ser um gênio para saber papai.
— Filha...
— Se vocês dois me derem licença — Vitoria o interrompe soltando a mão de mim, e a ausência do seu toque é gritante em minha pele, ela passa pelo pai que está ainda perdido em pensamentos e diz — eu tenho algumas pessoas para cumprimentar — dá alguns passos para frente passando por Edmundo e antes que eu desvie os olhos dela ela se vira sorrateiramente para mim e seus lábios se movem em um pedido de desculpas, eu quero sorrir de volta assim que entendo, mas não faço, apenas me viro para o meu amigo que está sem entender nada.
— Eu te avisei Ed, ela não é idiota — brinco com ele tentando amenizar a situação desconfortável passando por ele e dando um tapinha em suas costas enquanto ele continua ali, parado perplexo e eu caminho pelas pessoas em direção a minha mesa com um sorriso de orelha a orelha orgulhoso do meu pequeno pacote de estresse.
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DOCE TRAIÇÃO
RomanceVitoria Clarke vive uma vida de princesa devido às regalias que seu pai Edmundo Clarke dono de umas das maiores construtoras de Nova Orleans lhe proporciona. A única herdeira vê sua vida abalada quando seu noivo Yan Carson é pego traindo ela com sua...