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• V I T O R I A C L A R K E •

Como planejado, Calvin está sentado no balcão do bar do hotel, com um copo de bebida nas mãos e o olhar preso em um jogo que passa na televisão pequena atrás do balcão, ele mal nota a minha presença, mas eu posso fazer questão que isso aconteça.

Passo pelo salão devagar, meu salto tilintando pelo ambiente quieto, devido ao horário, é de se esperar que não tenha mais quase ninguém andando por aqui.

Conforme me aproximo meu coração palpita mais forte no peito e preciso respirar fundo pelo menos duas vezes para evitar que eu entre em pânico aqui mesmo, até que ele vira o rosto em minha direção, agora parecendo notar que estou aqui.

Seus olhos ficam grandes em sua face e parece assustado até que finalmente a sua feição se ameniza e seus olhos percorrem pelo meu corpo, posso sentir as pernas falharem um pouco e tento me concentrar em cada passo enquanto ele me come com os olhos.

— Vitoria, você está linda — comenta assim que estou perto o suficiente, o cheiro da bebida forte invade minha narina e eu rio baixo.

— Quanto o Senhor já bebeu? — pergunto parando ao seu lado e apoiando meu corpo no balcão virando o rosto em sua direção, ele sorri debruçando sobre o mesmo com os braços e aproximando o rosto do meu.

— Eu não estou bêbado, se é isso que te preocupa — responde.

— Eu não me preocupo com isso — respondo dando de ombros — eu acho que até gostaria de saber como você é bêbado.

— Por quê? — pergunta curioso se virando em minha direção, eu me ajeito ao seu lado quando começa a ficar mais perto ainda.

— Talvez seja divertido — respondo dando de ombros novamente correndo os olhos pelo salão vazio até voltar a olhar para ele, que mantém os olhos fixos em mim — por que está aqui sozinho?

— Meu encontro de hoje decidiu sair com outro homem — responde com um sorriso de canto e eu riu baixo sabendo exatamente que fala de mim.

— Que péssima essa mulher — ironizo brincando — mas falando nisso, meu encontro foi ótimo — digo, provocando, já que não tive encontro nenhum, apenas fiquei enrolando em uma boate qualquer esperando o horário para voltar para casa, de canto posso ver Calvin revirar os olhos e bufar.

— Tão bom que está sozinha agora — aponta.

— Por opção — respondo de imediato sorrindo de orelha a orelha, posso ver Calvin engolir em seco e uma das suas mãos abrir e fechar sobre a sua perna, ele está nervoso e estou gostando muito disso — agora, se me der licença, eu preciso subir — falo e sem avisar me aproximo dele quase encostando os lábios nos seus, posso ver ele se paralisar e sorrio perto demais, meu coração batendo forte e a vontade de beijá-lo de uma vez me invade, mas não faço, sua respiração bate em mim e então me afasto, devagar — até mais Senhor Carson — sussurro.

Assim que me afasto alguns passos escuto ele dizer algo e viro o rosto olhando por cima do ombro, Calvin se despede do barman e me segue, volto a olhar para frente sorrindo satisfeita com a sua atitude até parar na frente do elevador, aperto o botão do mesmo e entro com ele logo após de mim.

Para minha surpresa ele se posiciona atrás, através do metal espelhado das portas consigo vê-lo, mesmo que um pouco embaçado, encostado na lata com a cabeça virada em minha direção, posso sentir seu olhar em minhas costas me fazendo queimar.

O ar aqui dentro ficou mais pesado e estranhamente meu corpo se arrepia todo, tento relaxar os ombros e troco o peso do corpo nos pés, mas é em vão, ainda sim está quente demais aqui.

Meu corpo congela quando ele me toca, apenas um toque, um simples toque em meu braço, com a ponta do dedo me faz arrepiar, por inteira, seu dedo sobe pela minha pele exposta e seu corpo se aproxima de mim, é um presença forte e me faz esquentar ainda mais.

Meu corpo todo implora por mais do que apenas um toque simples, eu quero mais... e como se pudesse ler meus pensamentos sua mão livre toca em minha cintura e os dedos se apertam ali com cuidado trazendo meu quadril ao seu encontro, me faz arfar.

Sua respiração bate em meu pescoço a mostra me forçando a fechar os olhos e tentar controlar a queimação entre as minhas pernas.

— O que você está fazendo comigo garota? — sua voz sai em sussurro em minha pele e novamente meu corpo se arrepia me fazendo estremecer no lugar, abro a boca para responder mas o blip alto do elevador me faz pular no lugar.

Calvin me solta rapidamente assim que as portas se abrem e escuto seu corpo bater na lataria atrás de nós dois, eu não consigo olhar para ele, meu corpo todo está ardendo em desejo, mas apenas ignoro e pulo do elevador rapidamente para o corredor.

Os passos dele atrás de mim me faz arfar, minha respiração ficando pesada assim como meu coração que martela tão forte em meu peito, o desejo percorre por cada parte de mim, principalmente lá em baixo, que arde.

Antes de chegar na porta do meu apartamento que parece estar mais longe do que o normal seus dedos longos seguram em meu pulso me fazendo virar rapidamente no lugar, meu corpo é chocado contra a parede gelada e eu solto um resmungo baixo, mas ao invés de reclamar, sorrio assim que meus olhos encontram os seus.

De alguma maneira, ele me dá muito mais do que apenas desejo, essa atitude me faz arder ainda mais.

Sua respiração está pesada e seu rosto está tão perto de mim que posso sentir a sua respiração batendo em minha pele, mas seus olhos não estão nos meus, estão presos em meus lábios até que finalmente sobem para os meus.

O claro dos seus olhos deu espaço para um tom mais escuro, em puro desejo, sua boca se abre algumas vezes parecendo querer me falar alguma coisa e eu levo a mão livre para o seu rosto mas antes que consiga o tocar estou presa, ele puxa minha mão para cima da cabeça segurando meu pulso com força, é involuntário o gemido que sai com o ardor em minha pele.

DOCE TRAIÇÃOOnde histórias criam vida. Descubra agora