O Primeiro Dia

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Parecia que Jisoo havia ficado realmente chateada com o que havia acontecido na loja de quadrinhos. Assim que retornou para casa a jovem foi direto para o seu quarto se trancando nele. O pai da garota até tentou falar com ela, mas a jovem simplesmente o ignorou como vinha fazendo nas últimas semanas. O homem estava começando a ficar preocupado, pois parecia que nos últimos meses estava se erguendo um muro entre ele, e a filha o que estava dificultando a comunicação entre os dois. O senhor Kim imaginava que era culpa da puberdade, e que talvez a jovem não estivesse sabendo como lidar com aquilo. Nesse momento o homem só queria ter a sua esposa ao seu lado para ajudá-lo com a filha.

As horas haviam se passado, e Jisoo se encontrava deitada em sua cama olhando para o teto. Ao seu lado estava o walkman o qual ela havia ganhado no natal. O quarto estava escuro, e pela janela ainda era possível avistar resquícios do céu alaranjado. O sol já estava se pondo dando lugar a noite. Um pequeno ruído pode ser ouvindo quando o botão do walkman pulou mostrando que aquela fita cassete havia chegado ao fim. Jisoo abriu o aparelho procurando pela cama por mais uma fita para ouvir. A jovem escutava as fitas cassetes da sua mãe. A garota havia pego escondida a caixa com os objetos que estavam escondidos no sótão da residência. O pai da jovem havia colocado tudo que lembrava a sua mãe no local. O homem sempre ficava melancólico quando lembrava da sua esposa.

A garota fechou os olhos lembrando do recorte de jornal com a matéria sobre a sua mãe. Era tão ruim sentir aquela sensação de raiva, e culpa que sempre a tomava toda vez que ela via ou ouvia algo sobre o que aconteceu anos atrás. Parecia tão fácil para as outras pessoas da cidade simplesmente ignorar aquilo, e seguir em frente. Jisoo sentia como se fosse a única em Santa Mônica que não havia superado o ocorrido.

Pensamentos rondavam a mente inquieta da garota que acabou pegando no sono após um tempo. A fita cassete rodou por quase 40 minutos quando parou fazendo um pequeno ruído. O quarto se encontrava em um completo silêncio, e era possível ouvir alguns grilos que insistiam com a sua cantoria. O cômodo se mentia nas sombras, e a única luz que havia no local era da lua que invadia o quarto pela janela.

A jovem dormia profundamente, mas logo o seu sono foi perturbado por uma sensação terrível que acometeu a garota. Parecia que Jisoo estava tendo mais um dos seus pesadelos. A jovem se mexia de um lado para o outro franzino a testa mostrando que ela estava tendo um sonho muito ruim. De repente a jovem despertou abrindo os seus olhos abruptamente. A garota rapidamente se sentou na cama olhando ao seu redor. Jisoo tomou um susto ao achar que havia visto algo na janela. A jovem logo se acalmou ao ver que não tinha nada alí. Ela então respirou fundo tentando se recuperar do pesadelo o qual acabará de ter.

- Droga... - Disse ela xingando.

A jovem então esticou uma das mãos ligando o abajur, em seguida ela abriu uma das gavetas da cômoda a qual ficava ao lado da sua cama. A jovem então tirou de lá um caderno com a capa toda rabiscada o colocando sobre o seu colo. No interior do caderno havia uma ficha de personagem a qual a jovem ainda precisava preencher. Presa ao arame do caderno estava uma caneta preta a qual a garota pegou para escrever. A jovem então se debruçou sobre a cama apoiando o queixo em uma das mãos.

- Hum, qual é o propósito do meu personagem? - Sussurrou Jisoo, enquanto pensava.

A jovem colocou a caneta na boca mordendo a tampa. Ela então lembrou do seu pesadelo. A garota logo começou a escrever no espaço em branco no papel.

"Trazer um ente querido de volta a vida..."

Logo em seguida a jovem balançou a cabeça rabiscando a frase.

- Idiota... - Resmungou a jovem se referindo a si mesma.

Jisoo então deixou a ficha de RPG de lado indo rabiscar no caderno. A garota sempre fazia aquilo quando se sentia irritada ou triste. Era algo que a acalmava, e tirava os pensamentos ruins.

Ao Cair Da Noite (BLACKPINK) (JENSOO) (CHAELISA)Onde histórias criam vida. Descubra agora