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Capítulo: cento e vinte e três: A evolução.

Por: Meredith Grey.

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Cada experiência que temos na vida serve para a nossa própria evolução. Saiba aproveitá-las e cresça com elas.

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- Meredith, que surpresa - Edmund murmurou ao me ver na porta da casa dele. Deveria me sentir ofendida, mas sabendo que eu sumi e ignorei todas as mensagens deles nos últimos cinquenta dias, acho que deveria me sentir constrangida.

- oi sumida - zombei.

- oi sumida - Edmund riu da minha piada boba - entra, as meninas não então em casa.

- eu sei, por isso vim agora... Sei que está sozinho em casa, queria conversar - falei meio sem jeito.

- claro filha, senta... Sobre o que quer conversar? - Edmund me guiou até o sofá, sentei em um e ele no outro de frente para mim.

- eu apaguei meu livro - fui direto ao ponto.

- o que começou? Por que?

- estava frustrada, decepcionada... Me sentindo sem rumo depois de perder meu bebê - expliquei - me sentia fracassada, apaguei por que... Eu não consigo voltar.

Edmund me encarou por uns minutos sem falar nada, ele parecia analisar minhas palavras, decidindo o que falar, de todas as pessoas que me conheciam, ele era um dos poucos que entendiam esse pequeno ponto, foi ele que leu todos meus rascunhos antes de escrever algo de verdade, antes de Andrew fazer isso.

- não quer mais escrever?

- escrever é o que eu mais amo em mim, é... - pensei na palavra certa - meu combustível.

- não quer mais escrever?

Ele repetiu a pergunta e ficou esperando, foi minha vez de ficar em silêncio pensando sobre isso, baixei meu olhar e quando voltei a encarar ele respondi.

- não sei - foi o máximo que consegui.

- por que não filha?

- não sei - queria chorar.

- do que tem medo? Você é brilhante, a prova disso são seus dois livros que são um sucesso de vendas.

- não sei - eu sei que estava ficando chato aquela resposta - eu queria que me desse essa reposta.

Edmund gargalhou, depois voltou a me encarar sério.

- tem medo de voltar a escrever e superar o que passou.

Ia negar, mas ele não me deixou falar.

- não vai acontecer, assim como não aconteceu com seus pais, você vai aprender a viver com isso, mas não vai esquecer, e você precisa superar Meredith, precisa deixar o mundo real... Você ama o que faz, e se privar de viver no seu mundo fictício é a forma que está se punindo por perder seu filho.

Tentei dizer que ele estava errado, mas não me deixou outra vez.

- você não tem culpa do que aconteceu, não tem que se punir... Use sua dor, raiva, tristeza e coloque tudo nas páginas que escreve, você conhece a dor intimamente, mas também conhece o amor, e isso tem te feito ser brilhante no que escreve, mesmo seus rascunhos que não levou a diante mostravam isso, essa capacidade de tornar algo fictício em algo real, você nos causa sentimentos reais enquanto escreve.

Love story IIOnde histórias criam vida. Descubra agora