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Capítulo cento e quarenta e um: A garota famosa.
Por: Andrew Deluca
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Guarda estes versos que escrevi chorando,
Como um alívio a minha saudade,
Como um dever do meu amor; e quando
Houver em ti um eco de saudade,
Beija estes versos que escrevi chorando.~•~
Uma Nova cidade, novas experiências, uma nova rotina e tantas coisas que sonhei viver a vida toda, sonhos grandes, estava transbordando de felicidade e ao mesmo tempo vazio, Meredith estava longe de mim, e mesmo entendendo que aquilo era temporário sentia que me faltava algo, ter ela toda manhã ao meu lado, e toda noite em meus braços, viver sonhos grandes sempre nos exigiria grandes sacrifícios, passar os próximos meses longe da mulher que amo era um dos piores, mal havia chegado e já desejava ver ela, eu era um completo viciado na garota das unhas lilás, como podia alguém que te irritava tanto hoje ser quem mais ama?
- terra chamando Andrew - ouvi o chamar e o estralar de dedos na minha frente, levantei o olhar e vi Paul rindo - está em que planeta?
- estou em casa - murmurei - lembrando de Meredith - expliquei quando ele fez uma careta de quem estava confuso.
- Meredith.
Outra risada, claro que ele sabia quem era Meredith, todos sabiam e estavam ansiosos por conhecer ela, ansiosos por ver a adaptação do seu livro. Minha esposa era uma celebridade na área do cinema, todos que conheci ali leram o livro dela e comentavam no sucesso que seria o livro entregue nas mãos certas, o que eles não sabiam era que a adaptação já era algo real, também não comentei, não gostava de falar sobre isso para qualquer pessoa, então quando surgia o assunto também comentava como algo que poderia vir a acontecer, dava minha opinião, e fugia do assunto, mas a maioria ali adorava o mundo da ficção, ver filmes e séries, mas também ler e comentar sobre como tal história seria uma adaptação perfeita.
- sim.
- chega de pensar em Meredith e vamos pensar em Gabriela.
- vamos - concordei, Gabriela, a protagonista que seria interpretada por uma das queridinhas do cinema, o trabalho estava só começando, ainda estávamos na primeira semana de gravação, iam rotina longa de as vezes dez oi doze horas de gravação, fazendo e refazendo cenas, voltando tudo de outro ângulo, o roteiro sempre em mãos e sendo alterado se necessário, gostava de ver a cena tomando forma e poder ajustar detalhes, não chegava a mudar a cena original, eram mudanças de perspectiva visual que davam o toque perfeito.
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Ter os dias tão cheios e as vezes as noites também me permitia não pensar tanto em Meredith, quando não estava filmando estava estudando cenas do dia seguinte, fazendo marcações e anotações, Paul dizia que eu era viciado nisso, uma máquina.
- eu acho que ela não se importa - Paul murmurou.
- ela não precisa - revirei os olhos.
- a vida é muito injusta, daria qualquer coisa para ter ela, e você simplesmente ignora a beleza dela.
- eu não ignoro a beleza dela - murmurei - eu ignoro o fato dela estar dando em cima de mim.
- da na mesma - ele riu.
Duas semanas ali e Paul era quase um amigo, era alguém que eu conversava todos os dias, uma companhia para sair pelo menos, mas era o famoso mulherengo e achava que traição não era um problema, passamos algum tempo debatendo sobre isso, e não chegamos a um consenso, então aceitamos que ele viveria do seu jeito, e eu do meu, aceitamos de certa maneira porque ele fazia questão de falar sobre o fato de Paola estar afim de mim e não esconder de ninguém, o que era constrangedor, para ela. Porque todos ali sabiam que eu era casado e quem era minha esposa.