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Capítulo cento e sessenta e seis: os primeiros passos.Por: Meredith Grey.
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Minha família tem cheiro e gosto de casa. É um lar sempre pronto para me acolher.
Minha família tem cheiro e gosto de casa. É um lar sempre pronto para me acolher~•~
Tenho a sensação de ter vivido uma década no mínimo, nos últimos cinco anos. Foram tantos acontecimentos, reviravoltas, tanto drama, tantas lágrimas, tantos momentos de alegria que eu não saberia narrar de forma adequada, Andrew me fez prometer que só começaria a escrever nossa história no futuro, e eu faria, aquilo não era escrever nossa história para transformar em livro, mas decidi escrever momentos marcantes da nossa vida, chamaria de diário, já que estavam sendo realmente escrito.
Eu não queria ter dúvidas sobre momentos tão únicos na nossa vida e daqui a uns cinquenta anos as memórias não seriam mais tão claras. Não queria ter dúvidas sobre como me senti naquela tarde na primeira vez que Andrew foi até minha casa e me encontrou de cabelos molhados, de como me senti quando ele me beijou a primeira vez, ou quando me ouviu falar tudo que passei e ainda sim me amou, não queria perder os traços das lembranças que tinha, esquecer de como foi o amar a cada dia, como me senti segurava em seus braços na nossa primeira vez, ou na primeira depois que ele perdeu a memória, como eu também me apaixonei de novo enquanto ele se apaixonava.
Não queria esquecer das sensações de estar em Los Angeles outra vez, mas agora com nossa filha e nossa outra filha de quatro patas, então não seria um diário, mas dois, um atual e outro de lembranças da nossa vida, uma vida que eu realmente queria lembrar em detalhes, lembrar daquele sorriso de Andrew enquanto ninava Charlotte e cantava para ela a mesma canção que sua mãe um dia cantou para ele, a sensação que eu tinha toda vez que o via fazer isso.
- não quero ir trabalhar - ele falou sem desviar os olhos de nossa filha.
- sinto muito que decidiu ser roteirista e não escritor que pode ficar em casa o dia todo.
- que engraçada você - ele fez uma careta - você vai me ligar se precisar?
- claro que vou... Mas provavelmente vamos dormir a noite toda.
- odeio às gravações da noite.
- também odeia as do dia - sorri mais abertamente - você tem que ir.
- eu sei - Andrew cheirou nossa filha varias vezes - papai te ama Lizzie... Até amanhã.
Ele a colocou no berço.
- eu te amo - Andrew me abraçou e me beijou.
- eu te amo ardentemente - sussurrei.
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Acho que a adaptação da nova vida foi tranquila, mesmo já estando em Los Angeles a dois meses, Andrew ainda reclamava todos os dias quando tinha que ir trabalhar, eu só fazia rir e provocar ele, eu me sentia particularmente grata por poder estar diariamente em casa momento da vida de Charlotte, principalmente nos primeiros meses da sua vida, acompanhar cada nova descoberta dela, como quando aprendeu a rolar na cama e me deu um belo susto, mandei um vídeo para Andrew mostrando a nova descoberta de nossa filha, com a legenda "olha o que sua filha aprendeu! Ela quase me matou de susto"...