artifícios / 19/

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Seu rosto assustado me encara em busca da fuga na qual nunca permitirei

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Seu rosto assustado me encara em busca da fuga na qual nunca permitirei. Eu sei o que Poppy representa em minha escuridão e não vou permitir que ela hesite nesse salto mortal em encontro com o lado cruel que resguardo do mundo.

Seus olhos de turmalina estão perdidos, enxergo neles além do medo um resquício de esperança, por isso abro um leve sorriso que não transparece meus intentos internos. 

— Precisamos nos conhecer melhor. —  digo puxando-a para os meus braços e a carregando para a sacada fria e enevoada que está somente iluminada pelas estrelas e o luar. 

A cantiga das ondas batendo nas pedras da costa nos recebe feito um manto gelado em um preludio de terror e prazer que irá se iniciar. Eu sei que a sacada dá para o precipício de paredão rochoso com mais de cem metros, e também sei que esse quarto guarda segredos dos quais irei me alimentar agora para conseguir minha papoula de vez.

É agora ou nunca!  Vou ter sua submissão e o gosto da minha dominação. Nesta noite nada deverá estar no controle da sua mente e corpo além de mim. Nada, absolutamente nada!

Um tremor a antige da cabeça aos pés por conta do frio e principalmente do medo, segurando seus seios apetitosos e encolhendo de leve sua envergadura, a fim de se aquecer da brisa cortante.

Assisto seus pés delicados recuarem de encontro a mureta que beija o precipício, ela está tão amedrontada que aparentemente não consegue ver um palmo a sua frente, sentir um centímetro às suas costas. Isso é tão gostoso, que eu não consigo parar de degustar enfeitiçado. Me inclino sobre seu corpo revendicando minha posição obssessora sobre ela.

— Por que estamos aqui Dale? Está frio... E eu estou, estou nua.

— Estamos aqui, porque é nesta noite que acabará seus receios sobre nós dois.  — declaro com a entonação mais falsamente dolorida possível. — Olhe meu corpo Poppy, por favor, me veja como realmente sou. —  fico a centímetros de distância na sua frente, e sinalizo com a mão direita a extensão do meu corpo. —  Você tem medo do meu toque, você diz sentir nojo da minha pele e do meu pênis. O que eu te fiz para você me odiar e se enojar tanto assim de mim? 

Percebo a timidez se refletir em sua expressão, pelo fato de estar nua e vulnerável com o corpo curvilíneo tão perto. Além disso, não resisto em mexer em seus gatilhos sobre sua visão deturpada do corpo. A pressão do nosso embate, é quase um choque térmico entre duas almas.

Sei que isso é visto como manipulação de vulnerável, mas podem acreditar, estou pouco me fodendo, na verdade, eu irei foder muito. Ela precisa entender que não fiz um belo acordo do mercado marítimo com um dos chefes de uma das maiores máfias do mundo a troco de nada. Eu a quero, eu a terei. Custe o que custar.

E depois, não sei explicar, mas adoro a possibilidade de ter a sua mente só para meu proveito. É como controlar por linhas firmes uma marionete delicada em uma peça gore de terror. Tudo é tão irresistível.

LAST of DARKNESS  |  ÚLTIMA DAS TREVAS 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora