Não sei quando adormeci. Dormir com meu leão é sempre a melhor coisa do mundo, mas dessa vez acordei de repente, ofegante, no meio da madrugada, com o rosto inchado do tanto que eu havia chorado e o corpo suando frio. Embora a atmosfera no quarto seja moderadamente refrescante, desvencilhei-me cuidadosamente dos braços de Dale e fixei os olhos no dossel rosa da cama, ouvindo apenas o relógio, a respiração constante e calma do leão ao meu lado, e o frescor do vento soprando e balançando as cortinas.
Mesmo estando feliz por termos consertado boa parte da nossa situação e esperançosa para que tudo se resolva logo, um pensamento impertinente passou pela minha cabeça: o diário. Aquela figura bizarra e demoníaca. Encolhi-me, puxando o lençol, estremeci dos pés à cabeça e orei para afastar tais pensamentos ruins e intrusivos.
Revirei-me na cama o restante da madrugada, tentando dormir, encontrar algum conforto até abraçar Dale, brincar com seus cabelos e sentir que não preciso ter medo. Ele está aqui para me proteger. Beijei-o e, finalmente, consegui cochilar.
***
Escuridão e depois luz.
Se dormi mais de trinta minutos, não parece. Na verdade, parece que acabei de fechar os olhos e abri-los novamente, desta vez com a luz branca do dia nublado irradiando através das cortinas brancas e fazendo minhas pálpebras queimarem. O mundo gira enquanto tento piscar os olhos. Sinto meus ossos pesarem uma tonelada, uma sensação desagradável de náusea intensa acompanhada por uma forte dor estomacal.
Dale percorre os dedos pelos meus cabelos. Com carinho, beija minha testa e move a outra mão, quase alcançando a minha barriga quando não consigo mais resistir à tontura, ao enjoo e me curvo gemendo. Quero correr para o banheiro, mas meu corpo está extremamente fraco.
— Papoula?! O que foi? — perguntou ele com a voz rouca sobressaltada.
— N-não bem... E-estou tonta, v-vomitar... E-u...
Respondi, engasgando com as palavras. Sem titubear, nem esperar muito para entender meu pedido, Dale me pegou no colo e me carregou até o banheiro, posicionando-me em frente à latrina para que pudesse vomitar. No entanto, não consegui expelir nada, tossindo e tossindo, com lágrimas escorrendo dos olhos e implorando para ele me levar de volta à cama, porque meu estômago aperta a cada segundo e dói demais.
Ele faz isso, e meu corpo agradece. Fecho os olhos, enterrando metade do rosto no travesseiro e ficando em posição fetal.
Ouço ele praguejar, claramente preocupado, vestir as calças e dizer que vai chamar um médico, saindo às pressas.
***
Quando o médico chegou, eu estava perdendo a luta contra as pálpebras pesadas e a inércia; o máximo que pude enxergar foram as figuras luminosas dos dois homens delineados por auréolas brancas e difusas. Afoguei-me em um mar de inconsciência enquanto o médico me examinava e me medicava com soro. Consegui distinguir metade da conversa do meu marido com o médico sobre sintomas, doença da manhã, enjoos matinais fortíssimos, vitaminas e um monte de precauções estúpidas. No começo, pensei que fosse apenas o meu ciclo menstrual, mas aparentemente parece ser mais sério.
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LAST of DARKNESS | ÚLTIMA DAS TREVAS 🔞
RomanceROMANCE DARK PESADO +21 Os filhos das trevas jamais reconhecerão a luz do bem, pois estão acostumados com a escuridão podre e perversa que habita no submundo da almas forjadas no inferno. - Poppy, Pequena Poppy... quem ela é? - Eu não sei, não sei...