Prólogo

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Quieta e aflita com meus pensamentos, reparo no silêncio e na tranquilidade reservada ao meu quarto

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Quieta e aflita com meus pensamentos, reparo no silêncio e na tranquilidade reservada ao meu quarto. Com um relaxante desenho circular rosa e uma lareira para esquentar nos dias frios, mais uma vez constato que nada que me cerca atualmente se compara ao quarto gelado e insalubre no qual vivi dias tenebrosos naquele monstruoso orfanato.

Fecho os olhos devagar e aguçando bem os sentidos, consigo lentamente me transportar para aquele ambiente apertado, escuro e cheio de crianças. Ainda posso escutar a voz feia e rançosa da Senhora Choi vindo das profundezas dos meus pesadelos, sempre  obrigando-me a rezar três vezes aos seus pés e no intervalo de cada oração, eu deveria lhe beijar os dedos sujos e tortos, acariciando levemente as solas rachadas e amareladas dos seus pés, em agradecimento a breve oportunidade de dormir em uma cama dura ao invés do chão especificamente debaixo de uma goteira. 

Malditas risadas, piadas, toda merda podre da infância.

Quando mergulho demais nas lembranças da minha infância e pré-adolescência, me pego delirando e enlouquecendo como uma lunática, o que geralmente passa de forma amena e não tão tensa como nesse momento. 

Minha mente está entrando em modo paranóico aceleradamente e isso não é nada bom, nada  bom mesmo. Temos uma viagem marcada para amanhã cedo, uma viagem importante. E isso está trazendo a merda espessa e caustica do meu passado sobre a minha pele outra vez. O medo é palpável e tem um gosto amargo e alucinógeno. O veneno do qual eu tive que beber por longos anos, sempre causa essa sensação viciada de inexistência e inferioridade. A pior parte é que não consigo descontaminar esse efeito desgastante e ácido que habita dentro da minha alma.

Saio do meu quarto andando nas pontas dos pés, sentindo meus ossos tremerem e as minhas carnes doloridas pela ideia de ver-me rendida a essa loucura que se chama minha mente. Bisbilhotando como um rato a grande sala vermelha escura, respiro devagar, poupando minhas energias para o desconhecido e ainda sim, buscando mais uma dose cavalar do veneno que destroça-me de dentro para fora.

Assisto distante meu Appa tragando um grande e suntuoso narguilé de ouro e safiras, enquanto conversa amigavelmente com Joon, meu samchon ( tio em coreano)  seu braço direito na organização. O vejo sentado na poltrona em frente a meu Appa ( papai em coreano). Os dois  bebem, fumam e trocam algumas informações que logo são substituídas por sussurros em seu idioma nativo, tantos anos de aprendizado em um país desconhecido, fizeram com que entende-se diversos idiomas, isso em prol dos negócios de Appa.

" 당신 말이 맞아요...—Ah claro, o escocês arrogante. Ele possui mais dos castelos e terras nobres do que qualquer outro membro da nobreza que habita o pais. Pela investigações realizadas, constatamos que sua proximidade ao Parlamente e sua ascensão em linha de sucessão, estão coligados a monarquia inglesa.  Ele é mais poderoso do que pensávamos.  É um conde de grande influência na em seu país e na Europa. O Parlamento Inglês e os chefes de governo, simplesmente comem em suas mãos e, isso deve ter um porquê, no qual ainda desconheço. Claro que nós da Ninkyō Dantai precisamos tê-lo como companheiro, à muito mais que dinheiro envolvido, existe controle, prosperidade e dominação. A organização precisa adentrar nos territórios das máfias italianas respaldada por um poder elevado. Nada melhor que  manter ao nosso lado na guerra velada, um conde em linha sucessória de uma das maiores monarquias do mundo"

LAST of DARKNESS  |  ÚLTIMA DAS TREVAS 🔞Onde histórias criam vida. Descubra agora