Íris (s.f)
é a verdade que mora no meu olho. É um espaço manchado de Arte, é a tinta que faz a aquarela ter inveja do natural de cada cor. É o mar no qual nada uma pupila apaixonada. É a minha música favorita do Goo Goo Dolls.
É quem sente as lágrimas que ainda não nasceram.
— Está bom pra você? — pergunto, entrando no solário de visitações que, em um tempo passado, fora um boticário usado para curar os soldados na guerra. O ambiente é minimalista e acolhedor; o cheiro das plantas é refrescante, mas com sua presença, o ar fica opressivo. Derrubo o capuz da blusa, percorrendo os dedos no cabelo, nervoso e preocupado. Só com um olhar, trouxe de volta aquela criança, aquele machado, aqueles porcos, o ódio...
— Eu acho que sim. — ela responde, serena, calma e delicada, ignorando a raiva que sinto só de tê-la aqui.
A última vez que a vi foi no casamento, quando se esforçava para me parabenizar e desejar felicitações; eu estava tão focado em Poppy que ela não passou de um mero detalhe.
Bridget senta no sofá clássico em frente à mesa de centro, cruza as pernas e olha os arredores com um olhar cauteloso enquanto tira o cachecol numa respiração audível. O tempo está fechado, mas transmite através das paredes e teto envidraçados uma luz brilhante que faz seus cabelos ficarem vibrantes e sua pele pálida se acentuar nas inúmeras sardas expostas sem sua maquiagem costumeira; o cabelo é um manto sedoso numa cor escarlate escura, tão mais forte e vermelha que o próprio sangue. Uma criada lhe oferece chá, mas nega educadamente.
Sentado na poltrona à frente, espero até que os empregados nos deixem a sós; meus olhos se estreitam em direção a essa bruxa e seus gestos passivo-agressivos.
Sim, uma verdadeira bruxa, essa é sua natureza. Muitos não acreditam nessas singularidades, mas bruxas são mulheres que sabem mexer com os elementos da natureza e conseguem compreendê-los de vastas maneiras. Bridget é uma bruxa; meu avô costumava dizer que ela não era normal, e sim uma mulher peculiar e única na nossa família, na nossa seita que tanto despreza e inferioriza com unhas e dentes. Percebo seu jeito misterioso, como se conseguisse ler as almas das pessoas à sua volta, enxergá-las como realmente são; quem sabe seja a razão de sempre ter me detestado. Mas querendo ou não, tudo começou com ela, ela que amamentou o monstro que me tornei. E sendo o feiticeiro, o Ovates que sou, é normal ter nascido de uma bruxa feito ela... A questão é que ela não tem nem a metade do meu tamanho, é magra desde a época que me teve, me faz duvidar que um bebê grande e, agora, um homem como eu um dia saiu da sua barriga.
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LAST of DARKNESS | ÚLTIMA DAS TREVAS 🔞
RomanceROMANCE DARK PESADO +21 Os filhos das trevas jamais reconhecerão a luz do bem, pois estão acostumados com a escuridão podre e perversa que habita no submundo da almas forjadas no inferno. - Poppy, Pequena Poppy... quem ela é? - Eu não sei, não sei...