"Separando as calcinhas"Dormi muito pouco.
Estava sem paciência, tudo parecia me incomodar dentro do quarto.
Kaio não roncava, mas respirava alto de um modo irritante.
Não gosto de dormir com o quarto todo escuro, é mania minha.
Também prefiro cama de casal, pois fico me remexendo o tempo todo.Como já era dia, estava um pouco quente no quarto, apesar de dois ventiladores grandes trabalharem incansavelmente.
Antes das sete da manhã, decidi tomar um banho e ver se o Marlos precisava de mim para alguma coisa. Vesti uma sunga preta e uma camiseta branca, estava morrendo de calor.
Acabei encontrando o Edu na cozinha, tinha acabado de chegar.-Ela é... demais! - falou, animado. - Estou morto, cara! Ainda bem que a Fabrícia não vai acordar tão cedo. Preciso dormir.
-Viu o Marlos? - perguntei sem dar muita bola.
-Deve estar dormindo ainda. Você já acordou? São seis e... - Edu conferiu o relógio de pulso. -Quarenta e dois.
-Estou sem sono, acho que vou dar uma volta na praia.
-Ah, beleza.
Havia dois seguranças perto dos portões. Ambos estavam cochilando, sentados debaixo de uma tenda pequena.
Fiquei meio desconcertado, mas um deles acabou acordando e abrindo os cadeados para mim. Alertei-o de que não pretendia demorar muito, e ele avisou que era só eu dar algumas batidas no portão quando voltasse.
Alcancei a praia, sentindo-me um pouco melhor. A areia branca estava limpa, e não tinha ninguém circulando naquela região.
A água do mar era de um azul profundo, cintilante nas partes em que os raios solares tocavam. O céu estava livre de nuvens, ou seja, um dia maravilhoso com direito a paisagens de tirar o fôlego.Meu primeiro instinto foi correr na beira da praia. Comecei devagar, sentindo os músculos se esquentarem aos poucos. Depois de cinco minutos, acelerei o passo e corri o mais rápido que pude. Tentava não pensar em nada e até consegui. O exercício me fez um bem enorme; estava me sentindo um pouco preso dentro daquela casa. Pensar em Maraisa estava me sufocando, e o mar acabou levando minhas dúvidas embora quando resolvi dar um mergulho.
Tudo era muito simples; eu estava trabalhando. Agiria como sempre agi nesses dez anos de experiência, esquecendo-me do surto inicial da noite anterior.
Com as energias recarregadas, voltei para o casebre. Tomei outro banho e vesti os trajes que haviam sido combinados para aquela manhã; sunga e camiseta brancas.
Marlos já estava acordado, bem como alguns dos rapazes. As clientes tinham ido dormir bem tarde, por isso ainda estavam dormindo.
O horário do café da manhã passou sem que houvesse sinal das garotas. Sendo assim, o almoço começou a ser preparado, e eu me prontifiquei a ajudar.
Estava separando alguns talheres dentro do estande, na área externa, quando alguma coisa me chamou a atenção.
Olhei para cima; Maraisa estava na varanda, admirando o mar com uma empolgação notável.
Sorria abertamente, sem desviar os olhos.Fiquei a observando durante longos minutos. Às vezes ela abria os braços como se quisesse abraçar o mundo. Realmente o dia estava muito bonito, e a vista da sacada devia estar bela. Confesso que fiquei admirado com sua reação.
Parecia tão despreocupada, como se nada pudesse lhe perturbar. Naquele momento, cheguei a invejá-la. Ela ainda trajava o mesmo vestido da noite passada, embora ele agora estivesse amarrotado.De repente Maraisa pareceu se dar conta de que estava sendo observada. Olhou para baixo, oferecendo-me seus olhos escuros indecifráveis.
Um calor intenso tomou conta do meu corpo; o velho desejo estava de volta, porém o descartei de imediato. Não ia mais dar uma de idiota como na noite passada.
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The Trip "Danisa"
Fiksi PenggemarTotalmente fora dos seus planos, Maraisa concorda com uma despedida de solteira...