21º Capítulo "O triste fim da minha sanidade"

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  "O triste fim da minha sanidade"

4 meses e 7 dias depois...

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Cheguei ao trabalho super atrasada. Danilo não me deixou sair de casa sem antes me dar um banho delicioso com direito a um orgasmo esplêndido; ele mesmo lavou meus cabelos e os escovou, passou hidratante na minha pele e escolheu a roupa que eu vestiria.

A combinação entre meu vestido tubinho verde-musgo e os sapatos de salto vermelhos era interessante, por incrível que possa parecer meu namorido entende de moda. Ou, pelo menos, de cores.
Mas isso não me surpreende, um bom fotógrafo precisa entender de cores, e Danilo é bem mais do que um bom fotógrafo.

Eu sabia que toda aquela atenção especial advinha da sua necessidade de se desculpar pelas noites em que estava cansado demais para fazer amor comigo.
Sinceramente falando, usei cada uma delas para descansar meus hormônios.
Foram pausas bem-vindas. Tentei explicar isso, mas ele mantém uma autocrítica constante, não suporta a ideia de ter me "deixado na mão".

Estou me transformando em uma verdadeira safada, admito que meu ritmo sexual aumentou bastante desde que o conheci, mas ainda não sou nenhuma louca que não pode passar algumas noites sem sexo. 
Danilo me inspira desejo o tempo todo, isso é um fato, mas o que sinto é algo global; sinto desejo de ficar com ele abraçada sem nada fazer ou falar, de assistirmos a um filme juntos, jogarmos videogame, jantarmos alguma coisa leve ou engordativa, escutarmos música, conversamos sobre qualquer besteira... Enfim. Eu amo o nosso sexo, mas também amo todos os outros momentos que passamos juntos.

–Hoje vou largar mais cedo – avisou assim que estacionamos nossos carros.

Fizemos uma reforma básica que juntou os estacionamentos da minha loja e do seu estúdio, tornando-o uma coisa só. Isso ampliou consideravelmente o número de vagas.
Chegamos em carros separados, pois Danilo tinha alguns clientes para atender fora do estúdio e não queria me deixar sem veículo.

–Não se preocupe, príncipe. – Dei-lhe um selinho casto. Não gostava muito de ficar com ele perto do nosso trabalho, parecia-me uma atitude anti-profissional. – Tenha um ótimo dia.  

–Você também, linda. – Danilo puxou meus braços antes que eu pudesse me desvencilhar e me deu outro selinho, só que aquele foi mais demorado. – Você fica uma gata com esse vestido.

–Culpa do meu personnal stylist, ele é um gato.

Meu homem lindo sorriu torto, e imediatamente já estava disposta a encarar mais um dia de trabalho. Danilo me trazia inspiração.

Os projetos pelos quais eu batalhava davam certo graças a minha vontade absurda de prosseguir com ele. Eu queria mais do que já tínhamos. Sempre tive ganância para ir além, porém agora tinha um motivo inquestionável; precisava juntar um dinheiro bom para fazer a viagem dos meus sonhos: um tour completo por vários países da Europa.

Já estava em meus planos realizar essa viagem na nossa lua-de-mel. Mas, para isso, Danilo precisava me pedir em casamento. Então nos casaríamos na beira da praia, como o combinado, e seguiríamos viagem.

É claro que eu já estava projetando o nosso futuro, minha mente não consegue sobreviver sem projetar. Prometi que não organizaria porcaria alguma do nosso casamento, mas confesso que a primeira coisa que fiz quando entrei na minha sala foi ligar o computador e continuar minhas pesquisas sobre cerimônias ao ar livre.

Depois do meu encontro com o João, busquei superar cada palavra rude que me ofereceu e procurei também meios de provar – não a ele, mas a mim mesma – que está errado.

The Trip  "Danisa"Onde histórias criam vida. Descubra agora