"Não, não vamos fazer amor"
Não via a hora de estar sozinho com a Maraisa, porém confesso que a festa estava tão boa que uma parte de mim não queria que acabasse tão cedo.
Os rapazes e eu já estávamos terminando de derrubar a segunda garrafa de whisky.
Kaio estava tão empolgado quanto eu; o noivado com a Maiara era algo sobre o que conversávamos há algum tempo.
Sempre lhe incentivei, e quando sugeri que fizesse no dia do meu casamento, ele finalmente resolveu correr atrás do que tanto almejava.A ideia da tatuagem foi dele.
Com aquela parte eu não concordava – tatuagem é algo sério e definitivo demais –, porém acabei compreendendo que o Kaio tinha boas motivações para fazêla.
Entendi isso quando ele me perguntou se eu me arrependeria de tatuar o nome da Maraisa em mim.
Sendo assim, acabei apoiando sua decisão.Graças aos céus tudo havia dado certo. Meu amigo estava noivo e eu tinha acabado de me casar.
Claro que a comemoração precisava corresponder à felicidade latente em nosso peito. Nunca imaginaríamos que algo assim chegaria a acontecer, portanto nos sentimos os homens mais abençoados do Universo.
Bebemos tanto que não vimos as horas passarem. Os convidados começaram a ir embora quando a noite fez o clima esfriar consideravelmente.Quando Maraisa me informou que já eram quase dez da noite, deixamos a praia sob aplausos acalorados dos últimos convidados.
O cerimonial recolheria tudo à meia-noite, portanto ainda tinha mais duas horas de festa para acontecer.Entramos na limusine que nos levaria ao nosso destino.
O motorista já nos aguardava.Não vimos sentido em colocar latinhas amarradas no pára-choque, mas o aviso de “recém-casados” estava rabiscado no vidro de trás, junto com um coração flechado. Clichê, mas muito bacana.
É bom ser clichê às vezes.Puxei Maraisa para mais perto de mim assim que entramos.
A janela fechada oferecia privacidade por causa do vidro fumê. Até a janela que dividia a parte de trás e a cabine do motorista se encontrava fechada.Nem o motorista nem ninguém veriam o que acontecesse ali dentro.
E é claro que eu estava disposto a fazer muitas coisas, mesmo tendo a eternidade diante de mim.Mas o que significa a eternidade se não aproveitarmos cada pequena chance que a vida nos dá?
O feliz para sempre é feito de muitos segundos reunidos. Não é um bloco concreto em que apenas se deixa o tempo passar; o feliz para sempre se constitui por pequenas atitudes e simples momentos, cabe somente a nós aproveitá-los. Fazer por onde merecê-lo.
Foi por este motivo que fiz Maraisa sentar de frente em meu colo. Ergui o tecido do seu vestido de noiva até a cintura, deixando-a mais exposta para mim.Ela me olhou sob a meia iluminação do carro; todas as luzes estavam desligadas, mas os postes pelos quais passávamos oferecia alguns flashes de luz, fazendo com que pudéssemos nos observar tranquilamente.
Aqueles dois lagos negros me observaram ternamente. Era difícil definir o que eles diziam; uma parte, a mais safadinha, implorava para que eu os fizesse meus e a outra, a romântica incorrigível, gritava que me amava.
Meu coração se acalmou quando compreendi que aqueles olhos me pertenceriam para sempre.
O alívio que preencheu a minha alma foi tanto que, mesmo me sentindo embriagado, fiquei com os olhos marejados de emoção.– Meu marido... – ela murmurou baixinho.
Deixando seu olhar ainda mais próximo ao meu.
Nossos narizes se grudaram, e eu me senti meio vesgo por estar olhando a minha princesa tão de perto.
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The Trip "Danisa"
FanficTotalmente fora dos seus planos, Maraisa concorda com uma despedida de solteira...