25º Capítulo "Kaio"

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                           "Kaio"

4 meses e 9 dias depois...

Caraca, era difícil acreditar no que estava acontecendo!

Que doideira, velho!

Nunca vi coisa mais tosca na minha vida; sinceramente não entendi porra nenhuma.

Maraisa beijando outro cara, Danilo pirando na batatinha, esbofeteando o sujeito – ele ganhou uma força tão grande que eu não conseguia puxá-lo de modo algum – e depois sendo absurdamente grosseiro com ela.
Tudo bem que se fosse comigo eu viraria bicho, mas ficou óbvio para mim que alguma coisa muito estranha acontecia.

Maraisa ama o Danilo, isso é tão claro!

O grito dele doeu até em mim, quem dirá na Maraisa?

A coitada quase teve um troço, deu muita dó de ver. Se não fosse a Maiara ali com certeza teria se estrebuchado no chão.

Aliás, a Maiara estava tão linda...
E me evitando também.
Como sempre.

"Foco Kaio, Maiara agora não".

– Cara... O que foi isso? – Ajudei o Danilo a sentar no sofá da recepção.

Ele também chorava, estava muito descontrolado. Nunca o tinha visto tão vermelho. Suas mãos tinham sangue do homem desconhecido, que havia corrido para longe assim que se viu livre.

– Kaio... Ajude a Maraisa a chegar bem em casa. Por favor, vá. Leve-a para casa.

Porra, que desespero do caralho!

– Tudo bem, mas e você? Melhor alguém te levar também, a gente resolve as coisas aqui.

– Não... Eu... Vou ficar no escritório... – Danilo se levantou com dificuldade e foi se arrastando até as escadas. – Cuida dela, Kaio. Faça o que for preciso, por favor. Vou ficar te devendo uma enorme.

Acho que passei eternos segundos observando o Danilo subir as escadas lentamente, fazendo pausas para controlar o choro.

Deu muita pena. Muita mesmo!

Tive tanta dó que não consegui ficar observando aquilo por muito tempo, logo saí do estúdio e fui ver a Maraisa.

Maraisa ainda chorava nos braços da Maiara,  que estava perdida, sem saber o que fazer.
Muitas clientes da loja dela saíram para ver o que acontecia. Os seguranças tentavam dispersar a multidão.

Nenhum sinal do homem que beijou a Maraisa. Ainda bem, pois se ele estivesse ali, eu mesmo daria conta de esbofetear o filho da puta!

Aproximei-me das garotas.

– Vou levá-la para casa. Vamos, Maraisa.

Ela continuou chorando, não me respondeu.

Maiara olhou para o outro lado e fingiu que eu não estava ali.
Fala sério!

– Danilo pediu para eu levá-la para casa.

– Eu a levo. – Maiara puxou a Maraisa. – Vamos, amiga. Está com a chave do seu carro aí?

– Faço questão de levar.

Maraisa entregou sua bolsa para mim e fez um gesto como se me mandasse procurar as chaves. Foi o que fiz.

– Eu faço questão de levar! – Maiara falou.

Ela estava sendo chata de propósito. Puta que pariu, ô mulher implicante!

– Levo as duas. Maraisa vai precisar de você, Maiara.

Ela me olhou pela primeira vez em muito tempo.
Seus olhos me obrigaram a prender a respiração.

The Trip  "Danisa"Onde histórias criam vida. Descubra agora